Pietro tem 14 anos e síndrome de Asperger e por vezes tal condição arrelia o irmão mais novo, Dario. Apesar de o rapaz mais velho ser inteligente e bom desenhador, está preso no próprio mundo e a comunicação com os outros é limitada. Um dia, Pietro é atacado por dois dos rufias da escola e desenha a cena, observada por uma figura estranha. Desde aí, dão-se desaparecimentos de crianças no mínimo bizarros, e Alice, a educadora dele, sente que o caso lhe lembra algo da infância. Entretanto, acompanhamos também a perspectiva de Denny, um menino de sete anos de há 20 anos atrás que não tinha a vida facilitada nem na casa, nem na escola. Denny refugia-se na imaginação quando sente medo, como ao passar em frente do mais recente quadro pintado pelo pai...
Neste livro, os maus tratos sofridos pelas crianças são um tema recorrente. Tanto Denny como Filippo, que ataca Pietro, são criados por pais violentos, e o primeiro parece de alguma forma habituar-se a contar apenas consigo próprio.
Estas passagens cruéis tocaram-me: são revoltantes. O dito "lar" deveria ser um local de refúgio e carinho, não é assim?
Por estranho que possa parecer o Homem dos Sonhos não me acicatou como esperava. É claro que o facto de provocar o desaparecimento dos miúdos mexeu comigo, mas a figura não me deu uma pontinha de medo. Esse foi um dos problemas deste livro.
Tinha uma ideia completamente diferente, mas assim que o folheei fui adiando a leitura. O estilo de escrita é composto por frases curtas e simples, e, se por um lado se foca apenas no essencial, e até se torna poética, por outro é demasiado leve. Quando leio gosto de me sentir imersa na atmosfera do livro, e nem senti que tal existia. Nem mesmo as cenas "gore" dos sonhos de Alice me agitaram. Nem sequer nenhum tipo de mistério me impeliu a ler. Aliás, nos primeiros capítulos senti que, a haver mistério, já estava todo desvendado e parti do princípio de que, se afinal já saberíamos aquilo à partida, é porque algo maior aí vinha. Por mim não veio, com muita pena minha.
É que o enredo é bom e tinha tanto potencial! Enquanto lia não conseguia deixar de pensar que se houvesse mais descrição, se houvesse uma atmosfera misteriosa em torno da figura aquele ia ser um livro mesmo do meu agrado. Também fico a pensar se não o deveria ter lido numa época que pedisse livros de rápida leitura - como o Verão - ou depois de ler outro tipo de romances. Uma pessoa habitua-se a estilos consistentes e depois...
Acabei por não me sentir inserida dentro do que era narrado e isso é tão frustrante quando acontece com um livro de que esperava gostar... Porque esta é uma história de fantasia sobre um monstro gerado a partir do ódio de uma criança. No geral, é uma espécie de "conto de fadas" distorcido, sombrio e triste. Gostei desta ideia, mas o resultado para mim foi um pouco fraco.
Sinopse |
Já leram o livro? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras
Olá Su,
ResponderEliminarQue pena que não correspondeu. É pena quando isso não acontece.
Não conhecia este livro, mas também não sei se o vou ler :)
Beijinhos e boas leituras
Olá, Isaura,
EliminarÉ, é uma desilusão... Estava mesmo à espera de gostar dele quando o comprei...
Se o leres, aconselho-te a fazê-lo apenas no Verão ou quando precisares de uma leitura com um estilo mais leve...
beijinhos e boas leituras
Olá Su,
ResponderEliminarQue pena que o livro acabou por ser uma desilusão. Ainda por cima porque parecia bem interessante.
Que as próximas leituras sejam melhores, principalmente esse que estás a ler no momento, pois também será uma das minhas próximas leituras ;)
Beijinhos
Olá, Tita,
EliminarTinha mesmo boas expectativas... Fiquei tão triste de não corresponder ao que esperava. Ah, quase que podíamos ter feito leitura conjunta hehe este "Os Filhos dos Nazis" já é diferente ;D do que já li gostei.
obrigada!
beijinhos