sexta-feira, 29 de maio de 2015

"Dune", Frank Herbert


“Dune” é genial. É apaixonante. É daqueles livros que nos tiram as palavras. Adorei.
Para já, começo por destacar o apêndice. É que “Dune”, um pouco à semelhança da literatura fantástica, é passado num sistema galáctico colonizado pelos humanos com regras próprias. E o planeta, Arrakis, também tem que se lhe diga… Ora, antes de avançarmos para a história em si, achei muito interessante ler o apêndice que nos introduz para questões que vamos encontrar, e dá mais rigor e credibilidade ao livro.
Sabemos de antemão que o Duque Atreides será traído em Arrakis, que a própria mudança da família para o planeta desértico é uma armadilha, e que Paul será um guia messiânico, o Muad’Dib. A partir daí acompanhamos o desenrolar da ação.
Já disse que adorei?
É um livro que nos deixa a pensar na religião e no destino, já que existe uma ordem que se dispôs a selecionar geneticamente casamentos para criar um Messias. Mas acima de tudo, achei que foi a importância da ecologia de um planeta e a capacidade humana de se adaptar as questões mais exploradas. Porque os Fremen sabem viver no planeta deserto como ninguém, num planeta onde a água é preciosa. E onde a “especiaria” é de tal forma viciante que ficamos na dúvida se alguém se viva em Arrakis um dia consiga sair do planeta. Da mesma forma, a importância do poder económico e a luta pelo poder continuam patentes nos seres humanos. Vamos ser sempre iguais, pelos vistos.
Do livro fiquei também marcada pelas personagens, com a Dama Jessica, fiel às Bene Geressit, mas mais do que um instrumento delas; com Paul, o Muad’Dib em crescimento, e os seus professores. Fiquei até com o traidor Yueh, que tem os próprios motivos para engendrar o que faz. Do vilão achei um pouco “cliché”, até descobrir o quão distorcido e nojento pode ser. Ah, e claro, a participação do planetologista, Kynes, também é marcante. É um homem que se dedicava a criar um ecossistema integrado que possibilitasse o aumento da água. Terá alcançado esse feito?
Em “Dune” achei engraçado notar-se a época em que foi escrito, os anos 60. Já tinha lido sobre isso num artigo de opinião que prometo divulgar aqui assim que o encontrar. Foi engraçado notar a tónica que é dada a estados alterados de consciência e a certas filosofias. Há seres humanos que conseguem controlar cada nervo do próprio corpo e, até alterar a decisão de outros? É bem místico…
Destaco também o estilo de escrita, que de tão simples se torna rico, sem necessitar de grandes descrições e dando-nos liberdade para imaginar armas e aparelhos futuristas.
Adorei, não estava à espera do que ia encontrar e quero continuar a ler os restantes livros. Até porque esta opinião me parece muito incompleta por não ter chegado ainda ao fim da história.
 
Sinopse
 

2 comentários: