“Dune” é genial. É apaixonante. É daqueles livros que nos tiram as palavras. Adorei.
Para já, começo por destacar o apêndice. É que “Dune”,
um pouco à semelhança da literatura fantástica, é passado num sistema galáctico
colonizado pelos humanos com regras próprias. E o planeta, Arrakis, também tem
que se lhe diga… Ora, antes de avançarmos para a história em si, achei muito interessante
ler o apêndice que nos introduz para questões que vamos encontrar, e dá mais
rigor e credibilidade ao livro.
Sabemos de antemão que o Duque Atreides será traído
em Arrakis, que a própria mudança da família para o planeta desértico é uma
armadilha, e que Paul será um guia messiânico, o Muad’Dib. A partir daí
acompanhamos o desenrolar da ação.
Já disse que adorei?
É um livro que nos deixa a pensar na religião e no
destino, já que existe uma ordem que se dispôs a selecionar geneticamente
casamentos para criar um Messias. Mas acima de tudo, achei que foi a importância
da ecologia de um planeta e a capacidade humana de se adaptar as questões mais
exploradas. Porque os Fremen sabem viver no planeta deserto como ninguém, num
planeta onde a água é preciosa. E onde a “especiaria” é de tal forma viciante
que ficamos na dúvida se alguém se viva em Arrakis um dia consiga sair do
planeta. Da mesma forma, a importância do poder económico e a luta pelo poder continuam
patentes nos seres humanos. Vamos ser sempre iguais, pelos vistos.
Do livro fiquei também marcada pelas personagens,
com a Dama Jessica, fiel às Bene Geressit, mas mais do que um instrumento
delas; com Paul, o Muad’Dib em crescimento, e os seus professores. Fiquei até
com o traidor Yueh, que tem os próprios motivos para engendrar o que faz. Do
vilão achei um pouco “cliché”, até descobrir o quão distorcido e nojento pode
ser. Ah, e claro, a participação do planetologista, Kynes, também é marcante. É
um homem que se dedicava a criar um ecossistema integrado que possibilitasse o
aumento da água. Terá alcançado esse feito?
Em “Dune” achei engraçado notar-se a época em que
foi escrito, os anos 60. Já tinha lido sobre isso num artigo de opinião que prometo
divulgar aqui assim que o encontrar. Foi engraçado notar a tónica que é dada a
estados alterados de consciência e a certas filosofias. Há seres humanos que
conseguem controlar cada nervo do próprio corpo e, até alterar a decisão de
outros? É bem místico…
Destaco também o estilo de escrita, que de tão
simples se torna rico, sem necessitar de grandes descrições e dando-nos
liberdade para imaginar armas e aparelhos futuristas.
Adorei, não estava à espera do que ia encontrar e
quero continuar a ler os restantes livros. Até porque esta opinião me parece
muito incompleta por não ter chegado ainda ao fim da história.
Sinopse |
Pronto, vais ter que mo emprestar um dia destes!
ResponderEliminarTenho mesmo :D
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