Em "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias" temos acesso a uma jornada intrépida em redor do globo. "Intrépido" é mesmo o adjectivo ideal para descrever o enredo do romance. Nele, Phileas Fogg , um gentleman que vive com a precisão do relógio e mantém a serenidade em qualquer situação, aposta com os companheiros do club que é de facto possível dar a volta ao mundo em oitenta dias através da rede de transportes a que já têm acesso na época. Parte nesse mesmo dia com o criado novo, Passepartout, um francês que já fora acrobata e bombeiro e que planeava passar o resto dos dias com a mesma rotina.
Ao longo do livro, as personagens vivem uma série de aventuras sempre de olho no guia de horário de transportes, num ritmo que impele o próprio leitor para as páginas seguintes. Será que conseguem chegar a tempo ao próximo porto? Pelo meio, resgatam até uma jovem indiana de fina educação britânica, Auda. E depois, há a questão de Fix, o detective inglês convencido de que Fogg é na verdade um ladrão de banco com a mesma descrição, que o persegue de país para país, apesar de o mandado de captura estar sempre atrasado. Será que vai conseguir prender o gentleman e frustrar a aposta?
É um romance com uma boa carga de entretenimento e algum humor, e lê-lo à luz da época dá-lhe outro lustro. No século XIX, parece existir um gosto pelo desenvolvimento e, no fundo, permanece pelo livro a exaltação da máquina a vapor, com o exemplo da velocidade atingida pelo navio e pelo comboio que são capazes de ligar cidades até aí distantes. A ideia de que retenho é a de que se julga que o Homem já atingiu tanto que até dá a volta ao mundo em oitenta dias!
Da mesma maneira, permanece a crítica a certos costumes, como a comercialização do ópio, e destaca-se a "civilização" europeia. Achei interessante perceber alguma discriminação sobre outros povos. Os hindus mantém costumes "bárbaros". Os sioux habituaram-se a atacar os comboios. Os ingleses são pontuais, os americanos gostam demasiado de bank notes e as companhias de navegação francesas é que têm bons barcos. Com isto não quero criticar o livro, porque no fundo, é uma pequena janela para a mentalidade da época e é sempre bom fazermos as comparações adequadas.
Foi uma boa leitura, ainda por mais pela linguagem acessível do autor que, apesar de se deter em cálculos matemáticos em certas passagens, não se alonga em descrições e mantém um ritmo fiel ao da jornada das personagens. Achei alguns conflitos resolvidos demasiado depressa, mas havia que cumprir o prazo apostado, pelo que se desculpam.
Sobre a própria edição, volto a destacar as ilustrações, que dão um toque muito próprio ao livro e também nos transportam para outro século.
Já conhecem o livro? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!
Nota: o exemplar que li foi cedido pela Guerra e Paz Editores para opinião, a quem agradeço.
Ao longo do livro, as personagens vivem uma série de aventuras sempre de olho no guia de horário de transportes, num ritmo que impele o próprio leitor para as páginas seguintes. Será que conseguem chegar a tempo ao próximo porto? Pelo meio, resgatam até uma jovem indiana de fina educação britânica, Auda. E depois, há a questão de Fix, o detective inglês convencido de que Fogg é na verdade um ladrão de banco com a mesma descrição, que o persegue de país para país, apesar de o mandado de captura estar sempre atrasado. Será que vai conseguir prender o gentleman e frustrar a aposta?
É um romance com uma boa carga de entretenimento e algum humor, e lê-lo à luz da época dá-lhe outro lustro. No século XIX, parece existir um gosto pelo desenvolvimento e, no fundo, permanece pelo livro a exaltação da máquina a vapor, com o exemplo da velocidade atingida pelo navio e pelo comboio que são capazes de ligar cidades até aí distantes. A ideia de que retenho é a de que se julga que o Homem já atingiu tanto que até dá a volta ao mundo em oitenta dias!
Da mesma maneira, permanece a crítica a certos costumes, como a comercialização do ópio, e destaca-se a "civilização" europeia. Achei interessante perceber alguma discriminação sobre outros povos. Os hindus mantém costumes "bárbaros". Os sioux habituaram-se a atacar os comboios. Os ingleses são pontuais, os americanos gostam demasiado de bank notes e as companhias de navegação francesas é que têm bons barcos. Com isto não quero criticar o livro, porque no fundo, é uma pequena janela para a mentalidade da época e é sempre bom fazermos as comparações adequadas.
Foi uma boa leitura, ainda por mais pela linguagem acessível do autor que, apesar de se deter em cálculos matemáticos em certas passagens, não se alonga em descrições e mantém um ritmo fiel ao da jornada das personagens. Achei alguns conflitos resolvidos demasiado depressa, mas havia que cumprir o prazo apostado, pelo que se desculpam.
Sobre a própria edição, volto a destacar as ilustrações, que dão um toque muito próprio ao livro e também nos transportam para outro século.
Sinopse |
Já conhecem o livro? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!
Nota: o exemplar que li foi cedido pela Guerra e Paz Editores para opinião, a quem agradeço.
Olá Su,
ResponderEliminarLi este livro há uns 2 anos, em inglês e achei chato. Ainda bem que a tua experiência foi melhor =)
Beijinhos
Olá, Tita,
EliminarTerá sido por teres lido noutro idioma? Foi uma leitura bastante boa para mim. Achei-lhe piada, principalmente por evidenciar muito o espírito da época.
beijinhos