segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

"A Rainha Vermelha"

Esta é a outra versão da guerra civil inglesa relatada em “A Rainha Branca”, de Philippa Gregory. Temos agora em mãos o lado Lencastre, pela voz de Margarida Beaufort, mãe de um dos herdeiros do trono do país, Henrique Tudor.
Talvez tenha sido a primeira vez que me aconteceu algo curioso: li paradoxalmente. Passo a explicar: achei o livro muito bom, mas odiei a personagem principal. Nem em “O Perfume” me irritei tanto com Grenouille.
Margarida é uma mulher frustrada. Devota a Deus e à Igreja, desde criança que é deslumbrada pela figura de Joana d’Arc e pretende seguir as suas pisadas, ser considerada uma mulher santa. Um dos seus sonhos era ir para o convento e estudar, pelo que sente uma grande revolta quando é obrigada a casar sucessivamente por fins políticos. Sendo prima do rei, o seu filho e de um Tudor estaria na linha para a sucessão. Porém, ser “a mãe do rei de Inglaterra” acaba por ser o objectivo de vida de Margarida, que se vai empenhar ao máximo por afastar quaisquer outros pretendentes ao trono. Não é uma mulher bondosa. É traiçoeira, intriguista e inveja Isabel de Woodville acima de tudo.
Só neste livro é que nos vamos aperceber do Lady Margarida e, apesar da vontade de lhe dar um par de estalos a cada página (e de gritar “vive a TUA vida, mulher!”), foi uma excelente leitura.


Sinopse:

Herdeira da rosa vermelha de Lancaster, Margarida vê as suas ambições frustradas quando descobre que a mãe a quer enviar para um casamento sem amor no País de Gales. Casada com um homem que tem o dobro da sua idade, depressa enviúva, sendo mãe aos catorze anos. Margarida está determinada em fazer com que o seu filho suba ao trono da Inglaterra, sem olhar aos problemas que isso lhe possa trazer, a si, à Inglaterra e ao jovem rapaz. Ignorando herdeiros rivais e o poder desmedido da dinastia de York, dá ao filho o nome Henrique, como o rei, envia-o para o exílio, e propõe o seu casamento com a filha da sua inimiga, Isabel de York.
Acompanhando as alterações das correntes políticas, Margarida traça o seu próprio caminho com outro casamento sem amor, com alianças traiçoeiras e planos secretos. Viúva pela segunda vez, Margarida casa com o impiedoso e desleal Lorde Stanley. Acreditando que ele a vai apoiar, torna-se o cérebro de uma das maiores revoltas da época, sabendo sempre que o filho, já crescido, recrutou um exército e espera agora pela oportunidade de conquistar o prémio maior.
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 408
Editor: Livraria Civilização Editora

domingo, 15 de janeiro de 2012

"Dívida de Sangue"

O segundo livro da saga "Sangue Fresco", "Dívida de Sangue", de Charlaine Harris, foi um bom reencontro com Sookie, o Vampiro Bill e companhia, passado um ano desde que li o primeiro. As componentes que me atraíram mantêm-se: ironia na medida certa; suspense q.b.; segredos antigos quando menos se espera e um bom enredo à policial.
Em "Dívida de Sangue" temos dois acontecimentos base: o assassínio de Lafayete, o carismático cozinheiro gay maquilhado que nunca pensei que fosse morto logo no início da série, e a busca de um vampiro desaparecido em Dallas. Mas ainda há mais. Sookie é atacada na orla da floresta por uma ménade, uma adoradora imortal do deus Baco, que pretende enviar uma mensagem aos vampiros da área. Porquê? Há que ler tudo.
Foi um livro que não me desiludiu. Tem personagens principais com alma, apesar de uma ou outra pecar nesse sentido, e, acima de tudo, um bom enredo. Não é um livro vazio, sem história, onde o mais importante é a cena de sexo ou o evoluir de uma relação. Aqui há, e chegamos ao ponto de acompanhar as dúvidas e desejos de Sookie, que não está assim tão segura com Bill quanto somos levados a crer, além de vislumbrarmos os conflitos “inter-raciais” de sempre. 
Foi um bom entretenimento. 

Sinopse:

Sookie Stackhouse está numa maré de azar: primeiro o seu colega de trabalho é morto e ninguém se parece preocupar; depois, é atacada por uma criatura que a infecta com um veneno doloroso e mortal. Tudo se complica quando Bill nada consegue fazer e pede a ajuda de Eric para lhe salvar a vida. A questão é que agora ela está em dívida para com Eric - um vampiro deslumbrante mas tão belo quanto perigoso. E quando ele lhe pede um favor em troca, ela tem que aceder.
De repente, Sookie está em Dallas a usar os seus poderes telepáticos para encontrar um vampiro. A sua condição é que os humanos não devem ser magoados. Mas a promessa de os vampiros se manterem na ordem é mais fácil de dizer do que de cumprir. Basta uma bela rapariga e um pequeno deslize para que tudo comece a correr mal...
Entretanto, também Eric tem os seus próprios segredos... 

Edição/reimpressão: 
Páginas: 256 
Editor: Saída de Emergência

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

"Comer, Orar, Amar"

"Comer, Orar, Amar". Há quem não goste e quem goste. Eu gostei, e muito! Não é a típica “love story”, até porque aqui o objectivo não é mostrar o caminho de uma personagem feminina com o coração despedaçado em busca do amor: é mostrar o caminho para o auto-conhecimento e a capacidade de ser feliz.
Esta é a história verídica de Elizabeth Gilbert que, desesperada com o casamento frustrado que tem, dá por si a rezar escondida na casa-de-banho. Sente que “algo mais” lhe dá força e, desde esse momento, pretende encontrar Deus. Isto é, quer encontrar-se a si própria.
O livro está dividido em 108 contos que vão abordando vários temas enquanto seguimos o relato da estadia nos três países que Elizabeth escolhe para viver durante um ano, pelo que tem muitos pensamentos e saltos temporais. O estilo de escrita é leve, divertido – ou positivo, escolham! – e as descrições são muito boas. Preparem-se para salivar quando lerem sobre a comida! E desengane-se quem acha que é um aborrecido por falar de uma procura espiritual. É bastante interessante e temos várias explicações sobre meditação, yoga, mantras, para além de alguns factos sobre a Itália, a Índia e o Bali, que dão credibilidade e sustento ao relato.
No final, dei por mim a admirar a autora….
Aviso: Primeiro, não esperem a típica história de amor. Segundo: não esperem muita acção. Terceiro: se o lerem, leiam-no de mente aberta: vão ler sobre coincidências impressionantes...


Sinopse:

Aos 34 anos, Elizabeth Gilbert, escritora premiada e destemida jornalista da GQ e da SPIN, descobre que afinal não quer ser mãe nem viver com o marido numa casa formidável nos subúrbios de Nova Iorque e parte sozinha numa viagem de 12 meses com três destinos marcados: o prazer na Itália, o rigor ascético na Índia, o verdadeiro amor na Indonésia. Irreverente, espirituosa, senhora de um coloquialismo exuberante, Elizabeth não abandona um minuto a sua auto-ironia e conta-nos tudo acerca desta fuga desesperada ao sonho americano que começou no momento em que encontrou Deus.
Quando fez 30 anos, Elizabeth Gilbert tinha tudo o que uma mulher americana formada e ambiciosa podia querer: um marido, uma casa, uma carreira de sucesso. Mas em vez de estar feliz e preenchida, sentia-se confusa e assustada. Depois de um divórcio infernal e de uma história de amor fulminante acabada em desgraça, Gilbert tomou uma decisão determinante: abdicar de tudo, despedir-se do emprego e passar um ano a viajar sozinha. "Comer na Itália, Orar na Índia e Amar na Indonésia" é uma micro-autobiografia desse ano.
O projecto de Elizabeth Gilbert era visitar três lugares onde pudesse desenvolver um aspecto particular da sua natureza no contexto de uma cultura que tradicionalmente se destacasse por fazê-lo bem. Em Roma, estudou a arte do prazer, aprendeu a falar Italiano e engordou os 23 kilos mais felizes da sua existência. Reservou a Índia para praticar a arte da devoção. Com a ajuda de um guru nativo e de um cowboy do Texas surpreendentemente sábio, Elizabeth empenhou-se em quatro meses de exploração espiritual ininterrupta. Em Bali, aprendeu a equilibrar o prazer sensual e a transcendência divina. Tornou-se aluna de um feiticeiro nonagenário e apaixonou-se da melhor maneira possível - inesperadamente.

Edição/reimpressão: 
Editor: Bertrand Editora