quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Boas Festas!


A época do Natal é das minhas preferidas do ano. Gosto da nostalgia intrínseca; da forma carinhosa como desejamos “boas festas” aos outros. Gosto das músicas de Natal. Gosto das luzes da árvore de Natal.
Sei que o Natal é quando o homem quiser e que devia ser todos os dias porque neste época é que nos lembramos dos outros, dos tios que estão longe às crianças que não têm a sorte de ter uma infância. E não é bom lembrarmo-nos deles, uma vez que seja?
Seja. O Natal é das minhas épocas preferidas. Gosto do cheiro a canela das iguarias que a “mamã” prepara, segundo receitas antigas daquele caderno cheio de nódoas de massa de bolo, farinha e carinho guardado religiosamente. Gosto de saber que passei mais um ano na companhia do “papá” e de ver o mano a tentar adivinhar presentes pelos embrulhos. Dezembro tornou-se duplamente especial e gosto dessa coincidência.
E gosto da paisagem do final de tarde, quando aquela luz muito clara dá os últimos passinhos no campo.
Gosto do Natal.

E assim, aproveito para desejar umas boas festas a vocês, seguidores/leitores/alguém da blogosfera que por aqui passe. Feliz Natal, malta! E umas óptimas leituras!

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Dizem que o final de 2014 se aproxima e que certos livrinhos ficaram a meio

Nos primeiros anos em que tive o blog nunca fiz balanços anuais de leituras. Talvez um pouco por preguiça, a quem eu devia erguer um altar, talvez também porque não sentisse grande necessidade de o fazer.
Este ano é diferente. Acontece que tive a sorte/azar de arranjar um emprego onde pude colocar as leituras em dia e onde leituras mais pesadas puderam ser bem aproveitadas.
Foi também um ano para pensar se valia a pena manter o blogue, já que aquela dita "deusa" nem sempre me dá a vontade de me ligar à internet ou vir escrevinhar qualquer coisa, algo a que me devia dedicar.
Sorte é que tenho um namorado e uma amiga que me incitam a escrever, e lá se renovou o Voyage.
Este cantinho sobre viagens literárias vai também começar a ter publicações de outro teor - nem que seja para o manter activo e me manter entretida.
 
Tenho estado a publicar a minha opinião das leituras destes últimos meses. Das leituras completas, claro. Acontece que muitas vezes, ou não é o momento certo para lermos certos livros, ou simplesmente, não temos a mínima paciência para o desgraçado e acabei por deixar seis a meio.

 

Foram eles:

- "Rapariga com Brinco de Pérola", Tracy Chevalier:

O eterno livro a meio. Pego-lhe, gosto do estilo de escrita, mas depois acho muito triste ler sobre alguém que está sempre a trabalhar. Levo-o para o trabalho, leio parte na pausa do trabalho e depois acho muito triste porque a Griet está sempre a trabalhar e a patroa é uma chata. Chatos dos patrões…Agora que tenho mais tempo livre espero conseguir terminá-lo em breve, porque é um livro que vale muito a pena.

- "A Mãe Terra", Jean M. Auel:

Tem um bom fundo de pesquisa, e tal nota-se. Podemos aprender aqui muito sobre os nossos antepassados, desde a forma como se agregavam em comunidades à sua religião, e à forma como “co-habitavam” (ou não) com os nossos primos Neanderthais. Acho-o muito interessante, mas a protagonista hoje seria apontada como uma Mary Sue. Tudo bem que sobreviveu sozinha, e tanto conviveu com os Neanderthais como com o Zelandoni, mas a sério que ela é que tem sempre de ter as ideias luminosas? É que até é ela quem domestica um lobo e cavalos, mais ninguém o tinha feito até ali… E, digamos, que tem passagens um pouquinho aborrecidas. Prefiro lê-lo quando tiver mais paciência para poder aproveitá-lo melhor.

- "A Um Deus Desconhecido", John Steinbeck:

Outro eterno “a meio”. Gostei do estilo de escrita, gostei das personagens, do tema, mas chego sempre ao mesmo ponto e perco o interesse. É mais um que está à espera de um ponto em que o aprecie melhor.

- "Rosa de Inverno", Nora Roberts:

Este tem título de telenovela e uma história comigo de conto de fadas. Ora então reza assim:

“Era uma vez um livro minúsculo que vivia numa papelaria algures num recanto de Portugal. Havia uma leitora que por ali estava de fim-de-semana e, por acaso, não tinha levado livros com ela. A leitora ainda franziu o nariz ao livrinho, mas o namorado da dita incitou-a a comprá-lo, até porque custava apenas uma moedinha e ela o podia ler dali a um bocado, caso ficasse aborrecida ao pé do mar.

A leitora preferiu aproveitar a areia, o sol, o mar e a companhia do namorado e guardou o livrinho na bagagem. O livro minúsculo foi assim chamado às suas funções apenas dali a umas semanas, para entreter a sua dona.

A leitora começou a achar alguma piada ao início e ao seu quê de conto de fadas. Depois, revirou os olhos porque o príncipe do livro queria logo ali comer uma rainha, e a rainha era muito fria e não estava pelos ajustes. Depois começam a ser amigos e a leitora ainda ficou com esperança de que o livrinho acabasse por encerrar uma história bonita. Apesar das passagens de diálogos de fazer rolar os olhos que por ali habitavam.

Até ao ponto, em que os protagonistas têm uma discussão, porque a rainha quer que o príncipe, que está debilitado, monte um cavalo porque não se importa de ir a pé. Manda-o montar porque “sou uma rainha e tu não passas de um príncipe. Farás o que te digo”. Ao que o príncipe se nega a tal e responde “Sou um homem e tu não passas de uma mulher (…) farás o que te digo”.

(…. Nora?! Really? )

Depois há por ali uma adaga que aparece porque a rainha se indigna, mas a discussão passa logo para o tópico de que ele “quer é ir para a cama” com a rainha e a rainha manda-o ir para a cama com a criada. E a leitora mandou os protagonistas para um sítio, a escritora para outro e o livrinho ficou remetido à estante.

Até hoje ninguém sabe se o princípe chegou a ir para a cama com a rainha, mas segundo algumas páginas desfolhadas continuam em acesa discussão.”

- "O Beijo dos Elfos", Aprilynne Pike:

Foi-me oferecido por uns amigos, incluindo a querida Di, há uns anos. Adorei o gesto de me oferecerem o livro, ainda mais quando, pelos vistos, contém elfos ou fadas (sorriso rasgado). Comecei a lê-lo numa noite de insónia. O enredo tem a sua piada e pareceu-me promissor, mas não tenho muita paciência para ler sobre aulas na secundária...

- "O Terceiro Anjo", Alice Hoffman:

Deste até estava a gostar. Tem algum mistério e personagens interessantes, que se debatem com algum problema moral. E tem um fantasma. Porque o deixei a meio? Estava na altura a trabalhar num hotel e é estranho ler passagens num hotel quando se está de folga. Manias, digam antes...

Já leram alguns destes? O que acharam?

Por agora tenho estado a ler "Espada que Sangra", de Nuno Ferreira, e "O Físico", de Noah Gordon. Ler vários volumes ao mesmo tempo foi a novidade deste ano. Era um pouco céptica em  relação a isso, mas revelou-se muito mais eficaz do que deixar a estante apinhada de livros "a meio".
 
Para 2015, espero dar despacho a livrinhos que já marinam na estante há um tempinho, e ser tão surpreendida como em 2014. Eu e a Spi, do Delicias à Lareira temos um desafio em preparação. Aguardem notícias!

Boas leituras!
 


segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

"Escritos Secretos", Sebastian Barry


Não quero revelar muito da estória de "Escritos Secretos". É um livro com algum mistério, pelo que acho mais interessante que qualquer leitor vá descobrindo o que está “escondido”.
Neste “Escritos Secretos” temos acesso aos escritos do Dr. Grene, psiquiatra de um asilo na Irlanda que tem de redigir relatórios sobre os seus pacientes que vão ser transferidos para outo edifício. No entanto, acaba não só por desabafar sobre a sua vida privada, como por se interessar por uma paciente em particular: Roseanne, a paciente mais antiga do asilo, quase centenária. Pena é que não se saiba porque foi internada…
Por outro lado vamos acompanhando os “escritos” de Roseanne, que redige as suas memórias às escondidas.
No fundo, este foi mais um livro que li este ano sobre a memória, neste caso, a memória traumática, que não é a mais correcta, nem detalhada. Acabou por também ser um livro sobre recordações, como elas nos assaltam e magoam.
Em relação ao mistério fulcral, a certo ponto achei-o um pouco previsível e até poderia parecer irreal, mas tem um toque de “conto de fadas” de que gostei.
Foi um livro bem tocante, sem ser “lamechas”, e só tive pena de não lhe ter pegado mais cedo. É que o desgraçado apanhou muito pó antes de lhe pegar há uns meses atrás...
 
Já o leram? O que acharam?
Boas leituras!