Prontos para a segunda parte da listagem de medos irracionais
a que se dedica esta semana? Prontos para imaginar aqueles cenários arrepiantes que nos
assaltam quando damos rédeas à nossa imaginação, “porque a noite é escura e
cheia de terrores”? Vamos lá, então!
- Medo do
“fantasma brincalhão”:
Este é
daqueles que nos fazem duvidar de nós próprios, mesmo sabendo que todos fazemos
acções sem termos consciência disso. Lavamos os dentes sem pensar e quando
temos de tomar medicação para a constipação chegamos a duvidar se tomámos a
daquele dia ou não. Entramos em “piloto automático”, o que é bom para
apressarmos a arrumação da loiça, mas terrível quando parece que coisas
estranhas ocorrem sem nos apercebermos. Deixamos de saber a localização do
objecto que carregávamos há um minuto atrás. A nossa secretária nem sempre tem
a disposição de que nos lembrávamos no dia anterior. Perdemos canetas e
porta-moedas por semanas a fio, que reaparecem em locais, para nós,
impensáveis. A culpa é nossa, no fundo. Somos só nós que nos auto-hipnotizamos.
Certo? O nosso sub-consciente é que nos prega estas partidas, não é?
- Medo dos
“passos” no andar de cima… que está vazio:
Bem sabemos
como as nossas casas produzem milhares de barulhinhos estranhos, principalmente
durante a noite. E como os barulhos das casas dos vizinhos se propagam para as
nossas. Portanto, aquele som, que parece tão humano, tem uma explicação. Certo?
Então e
quando damos por nós a ter medo de ouvir isso?
- Medo do
que possa ter provocado aquela reacção estranha aos animais de estimação quando
estão sozinhos connosco:
Tal como as
pessoas, os animais têm comportamentos habituais e comportamentos que nos deixam o
pulso acelerado. Isto porque, se somos os únicos em casa, não conseguimos
encontrar uma explicação plausível para aquilo.
É o pássaro
que está sozinho na cozinha e que desata a esvoaçar contra a gaiola. É o gato
que desata a perseguir o que para nós não passa de ar. É o cão a correr para o
cimo das escadas e a olhar para o piso de baixo quando todos os convidados da
festa estão no mesmo piso que ele. E depois é o arrepio na espinha quando em
vez de confirmarmos e ignorarmos o que se passou desatamos a largar a
imaginação.
- Medo de
acender o candeeiro da mesa-de-cabeceira e descobrirmos que estávamos a ser fitados
por alguém:
Quase que
posso ouvir as vossas mentes “ai, que ela já está a exagerar”, mas este medo
anda de mãos dadas com os barulhinhos nocturnos da casa, e as reacções dos
animais e as correntes de ar das janelas. É um medo estúpido, a pior variante
do “pé fora do cobertor”, mas é aumentado pelos sonhos recorrentes de que sou fitada com intensidade por “um alguém” assustador. Portanto, sim, tenho algum receio de ligar a luz do candeeiro e deparar-me com o pesadelo.
- Medo de
olhar para uma superfície reflectora a meio da noite:
Este é
gerado pelos realizadores e depois uma pessoa dá por ela a imaginar coisas.
Toda a gente conhece a cena. Há alguém a lavar as mãos no lavatório que levanta
a cara para o espelho e SURPRESA! Não estava sozinha! É a sombra que passa pelo reflexo no vidro da porta. Da mesma maneira, é aquele momento em que olha para o ecrã do telemóvel depois de enviar uma mensagem e descobre que não está sozinha. É o reflexo que não era suposto estar ali no ecrã no P.C. É um bocadinho arrepiante, não é? Prefiro não olhar com muita atenção para o que me possa reflectir.
Nota: Este post foi escrito durante o dia.