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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

"Espada que Sangra", Nuno Ferreira


Este livro foi a minha última leitura de 2014 e não poderia ter acabado melhor o ano. Foi uma revelação mesmo muito agradável!
“Primeiro estranha-se e depois entranha-se” poderia ser o mote para este livro, já que foi mais ou menos isso que se passou durante a minha leitura. Mas vamos por partes.
Fiquei com grandes expectativas vindas da opinião da Spi e do Fiacha. Quando comecei a ler, fiquei viciada. Depois, algures a meio, perto das cenas passadas numa aldeia de “meio-curvados”, senti-me um bocadinho aborrecida. No entanto, há uma reviravolta e já li até ao fim com maior satisfação. É que não há grandes pontas soltas! E todas as personagens secundárias que aparecem são de alguma forma relevantes para a história, ou estão ligados aos protagonistas, o que se tornou surpreendente e muito interessante.
Gostei muito e dou toda a força para que esta saga continue a ser publicada. Espada que Sangra foi um bom primeiro livro e, acima de tudo, um bom primeiro livro para início de uma saga. Tem potencial.
Acima de tudo, e mesmo sendo fantasia épica (acho que é assim que o poderíamos categorizar), é um livro com credibilidade. A História e os acontecimentos relatados parecem reais, tal como a maioria das personagens o parecem ser. Por muitos músculos que os guerreiros de Welçanthia tenham e muito curvilíneas sejam as mulheres, as personagens estão bem construídas. São verossímeis.  Sabemos quais são os seus objectivos e ao mesmo tempo os seus medos, e sentimos a sua ambição, mas também insegurança.
Aliás, é a credibilidade do mundo criado pelo autor um dos pontos fortes do livro. Senti que podia existir, o que também advém da forma como vai apresentando a História de Terra Parda. Temos lendas, relatos de batalhas e, até, por vezes sabemos o nome do arquitecto encarregue da reconstrução de um dos palácios. Temos até religião credível.
Também gostei das raças humanas presentes naquele continente, como os Hurkk, e, claro, os meus preferidos, os “el’aks”, cujo “presente” colonialista foi bem construído.
Outro ponto a favor da minha opinião positiva vai para o estilo de escrita, pelo seu vocabulário vasto.
O ponto negativo vai mesmo para uma das cenas a meio do livro, com a demanda de Hymandher e a chegada a uma certa aldeia de meio-curvados que achei mais cliché.
De qualquer forma, Nuno Ferreira está perdoado. Já disse que tem potencial? Venham lá então os próximos volumes.
 

 
P.S.:Tenho de agradecer à Spi esta prenda de Natal tão boa e de agradecer ao Nuno pelo autógrafo tão gentil. Obrigada!