quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

As escolhas do ano

Este ano que estás prestes a terminar foi bastante bom em termos de leituras.
Ao criar com a Spi do Delícias à Lareira o desafio "Viagens à Lareira" fiquei com algum receio de me sentir obrigada a ler para completar as categorias, mas participar revelou-se uma forma óptima de seleccionar as leituras futuras. Possibilitou-me também variar de géneros e abater parte da pilha dos livros por ler na estante.
Atrevi-me a ler autores ainda desconhecidos, como Yasmina Khadra e Stephen King, e não me arrependi. Lancei-me, até, a géneros literários diferentes. Com "Dune", de Frank Herbert, experimentei ficção científica e "Eu Sou a Lenda", de Richard Matheson possibilitou-me uma boa entrada em algo menos fantástico e mais horror. Voltei a interessar-me por policial e thriller desde "O Hipnotista", de Lars Kepler, que me lançou para o page turner de 2015, "Em Parte Incerta", de Gillian Flynn.
A nível da fantasia tenho que destacar os dois livros de Neil Gaiman, "O Oceano no Fim do Caminho", e de "The Spindler and The Sleeper", que muito apreciei. "A Máquina de Escrever Encantada", de John Kendrick Bangs também fez um bom trabalho. Foi uma leitura um pouco obscura, mas muito interessante. Consegui também ler os segundos volumes de trilogias de fantasia, "O Mago - Mestre", de Raymond E. Feist, e "Luz e Sombras", de Anne Bishop, e fiquei com vontade de apostar mais neste género para o próximo ano.
Estranhamente, não li tantos romances históricos como é costume, mas "As Filhas do Graal", nesse ponto fizeram um bom papel, destronando "Madre Paula", de Patricia Muller. Tive pena de mais uma vez Michelle Lovric não me convencer. Acho que li "O Remédio" para não voltar a adquirir livros da autora tão depressa.
Por outro lado, reencontrei-me com Gabriel García Márquez e Marion Zimmer Bradley com gosto. Preferi doze vezes os contos de "Doze Contos Peregrinos" ao "A Herdeira", mas gostei de reler algo dos escritores.
Para além de bons livros também lidei com desilusões e a típica categoria do "podia ser melhor". "Em Nome da Memória", de Anne Brashares está no final desta classificação, acompanhado por "Firmin", de Sam Savage, uma ratazana apaixonada por literatura e actrizes giras (e humanas) que não me convenceu como esperava. De qualquer forma, o Prémio Desilusão seguiria para "A Desumanização", de Valter Hugo Mãe, ou para "O Sétimo Véu", de Rosa Lobato de Faria. 

Voltemos a focar-nos no que de melhor 2015 me ofereceu em termos de leituras, com a selecção dos livros que mais se destacaram:


O melhor de um autor que apenas conheci este ano


"O" page turner de 2015.
O melhor de um autor preferido


Melhores personagens
Estilo de escrita que se destacou
O melhor "worldbuilding"  







A "menção honrosa" de 2015 

E o vosso ano, como foi? Boas leituras!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"O Sétimo Véu", Rosa Lobato de Faria



Costumo apontar Rosa Lobato de Faria como uma das minhas autoras preferidas, pelo que as expectativas sobre a leitura deste livro estavam bem altas. Como é óbvio, e acho que já estão a adivinhar o que aconteceu, fiquei desiludida.
"O Sétimo Véu" aborda um segredo de família, um segredo que esteve na posse de Mila, a governanta da família que se tornou uma familiar. Como tal acompanhamos Joana, a protagonista, que se sente sempre culpada sem perceber porquê, e a história da família que morou na Casa das Lias até à descoberta da verdade.
Se por um lado me mantive interessada no enredo, por outro lado estava à espera de melhor. Adoro o estilo de escrita da autora, o que me levou a ler com gosto, e dos toques de realismo mágico, como a capacidade de uma das personagens ver o fantasma da avó Júlia. Além disso, gostei dos pormenores de época sobre o início do século XX, como a condição de Mila, que cresceu numa casa nobre mas sem forma de se sustentar - quantas vezes essa pobreza envergonhada não acontece à nossa volta?
No fundo, o livro é sobre o lar e a família, o que realmente significam estas palavras, e não podia deixar de concordar. Nem sempre é "o sangue" que realmente nos une como familiares, certo? Nem sempre a casa onde "moramos" é "o lar".
Apenas pedia mais originalidade ao enredo. Porque é que têm de manter criados numa casa? Porque é que uma personagem ter de ser médica e a outra ser um escultor muito famoso? Não deixei de ter a sensação de que se podia transcrever o livro para a novela do serão, e não tenho propriamente gosto por tal. Sei que quando pego num livro quero sonhar - tal como quem vê séries, filmes e novelas, claro - , mas não consegui deixar de ter a sensação de que algo me soava a falso.



Já o leram? Qual é a vossa opinião?

Para o próximo mês vamos ler para o Clube Mário Zambujal. Espero gostar mais do livro que selecionar...
Boas leituras!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O que é melhor? - Especial Natal

Aproxima-se um dos meus dias preferidos do ano e com ele, vem uma das minha dúvidas que sempre me assolam no Natal: será que vou receber um livrinho no sapatinho?
 
Portanto, digam-me, o que para vocês é melhor:
 
a) receber um dos livros que procuravam à décadas;
 
 
b) receber um livro quando não o esperavam receber;
 
 
c) receber um acessório fantástico para os vossos livros?
 
 
Por muito que eu goste que me ofereçam os livros que realmente quero acrescentar à estante, o que gosto é de receber um livro sem o esperar. Nos tempos que correm, nem prendas espero, sequer. Quanto mais livros! É uma sensação tão boa desembrulhá-los sabendo que são meus.
 
O Universo que perdoe o meu assomo materialista, mas um livrinho é um livrinho...
 
 
Boas leituras e boas festas!




segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Este ano deixei outra vez livros a meio...

Com o mês de Dezembro a chegar a meio, acho que ainda estou a tempo de publicar os meus balanços de leituras, incluindo uma listagem daquelas que deixei a meio. É um mau vício, mas como se diz, já não é defeito, é feitio...
Segundo os meus apontamentos, pelo menos em 2015 deixei "apenas" estes seis livros:
 
- "As Bruxas de Eastwick", de John Updike
 
Todos nos lembramos do filme baseado no livro. Acontece que o livro é bem melhor, e tem explícita a crítica à sociedade americana da época e, fiquei desconfiada se não apontaria o dedo aos novos valores "familiares". É que as três amigas bruxas de Eastwick divorciaram-se, são descuidadas com os filhos e dedicam-se a entreter-se com os homens que tomam por amantes (normalmente, casados). Por acaso, gostei da forma como a magia é apresentada e gostei que parte da crítica à sociedade fosse proferida por Van Horne, que vive numa mansão que cheira a enxofre e tem um criado chamado "Fidel"  - e está tudo dito sobre quem ele realmente é.
Deixei o livro a meio porque - e por favor não me atirem pedras - me aborreci com o estilo de escrita do autor. É muito, muito descritivo, e preferi partir para outras "paragens".
Um dia repesco-o.
 
- "O Coração é Um Caçador Solitário", de Carson Mccullers e "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery
 
Estes dois livrinhos estão no mesmo "saco". Por coincidência, foram comprados ao mesmo tempo. Por coincidência, aconteceu-lhes o mesmo destino este ano. Foram deixados a meio quando dei pela pilha de livros que lia no momento a crescer. Entretanto, com as leituras para desafios e para o clube a imporem-se, preferi colocá-los de volta na estante. Para o próximo ano dou-lhes prioridade.
 
- "Uma Casa de Família", de Natasha Solomons
 
Eu tinha a certeza de que ia gostar dele, mas senti que faltava alguma coisa. Por estranho que possa parecer, na mesma altura sentia-me mais cansada e preferi larga-lo para não embirrar com o livro. Já repararam como isso acontece com livros que noutra fase até gostamos? Acho que o remédio é mesmo largá-los e, mais tarde, quem sabe, dar-lhes outra oportunidade.
 
- "A Kiss of Shadows", de Laurell K. Hamilton
 
Tenho a história típica sobre esta leitura. Um dia, entrei numa papelaria e deparei-me com um livro de Laurell K. Hamilton a um bom preço - abaixo de cinco moedas! Não pensei duas vezes e trouxe-o comigo. Só depois reparei que tinha apanhado o segundo livro de uma trilogia, e não um stand alone. Felizmente, o meu Kindle, que é uma prenda em segunda mão cheia de livrinhos interessantes, estava bem recheado com fantasia urbana e tinha o "A Kiss of Shadows"!
Lê-lo era um duplo desafio, já que era a versão original em e-book: cansava as minhas pestaninhas. Fica para a próxima.
 
E vocês, deixaram livros a meio este ano?


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E se vos dissessem que são bonitos?

Todos sabemos como o aspecto se pode tornar importante nos tempos que correm e como, ao mesmo tempo, parece que as pessoas com feições simétricas são mais favorecidas. Mas não seremos todos bonitos à nossa maneira? Será a beleza asssim tão objectiva, tão "exterior"? 
Aliás, o que é isso, a beleza?

Deparei-me com o vídeo criado por Shea Glover, uma estudante de Arte de Chicago, e não podia deixar de o partilhar. Shea decidiu filmar pessoas que ela achava bonitas, ou seja, filmar a beleza delas,  e conseguiu captar reacções bem interessantes ao explicar o que estava a  fazer.

 People react to being called beautiful, por Shea Glover

Espero que gostem e que também fiquem com um sorriso.
Boas festas!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

"O Mago - Mestre", Raymond E. Feist

 
Atenção, caros leitores, a opinião que se segue pode conter "spoilers" ao primeiro volume
 
Enfim, consegui acabar a segunda parte do livro "O Mago", de Raymond. E Feist. Gostei muito mais do que o primeiro volume, já que somos apresentados à cultura tsurani. Encontramos Pug escravizado, quatro anos depois, mas vamos acompanhar um ascensão rápida do aprendiz de mago, quando percebem o poder que detém. Tomas também é uma personagem diferente, dividido entre a natureza humana e a alma do valheru a quem pertencia a armadura que envergou. Portanto, se por um lado tomamos conhecimento do que se passa no Reino, em tumulto pela guerra e pela ambição de um certo e determinado nobre, por outro percebemos como o Império "pensa".
No fundo, é um livro de aventuras e gostei de as acompanhar. Entreteve-me muito bem, e acho que é exactamente esse o seu objectivo.
Apesar disso, tenho de apontar uma pequena falha que me picou. Duas, até. Ou três.
É que percebo que os protagonistas sejam todos masculinos, mas não compreendo porque as personagens femininas são todas tão parecidas. Pedia uma pouco mais do que serem "apenas" as "namoradas" - ou aspirantes a tal - deles.
 
Agora, atenção, que se aproximam "spoilers" ao segundo volume
 
Outras questão que me acicatou é que eles se tornam pais com a maior da descontracção. Pug fica afastado da namorada, Katala, por imensos anos para treinar como Mago, mas quando regressa para ela e sabe que tem um filho não senti a emoção que devia. Isto não falando que Katala, de repente, muda de personalidade, e parece que se submete a ele. Só falta a descrição de uma vénia quando o trata por "marido". Estranho...
Tomas, entretanto também fica a saber que Aglaranna, a rainha dos elfos, com quem mantém uma relação, também está grávida dele. E pronto. Faltou qualquer coisa.
Além disso, há pela história um mago misterioso, Macros, que vai ser responsável pela maioria dos acontecimentos, principalmente no final, chegando a levar algumas personagens a uma espécie de traição. Avisa que vão perceber as razões dele, mas, também as achei fraquinhas. E não gostei da personagem, que é demasiado "poderosa".
São só desabafos...
 
Caros leitores, os spoilers acabaram. Podem ler à vontade o que se segue
 
Posto isto, tenho a comentar que como livro de aventuras e fantasia que é gostei. Entreteve-me, divertiu-me, e levou-me para outro lugar como um livro destes é suposto. Adorei a descrição do Império tsurani, e fico com vontade de ler os livros do autor passados nesse universo. Tem uns toques aztecas, os habitantes mantém um sentido de honra muito nipónico, mas pareceu-me muito bem construído. Da mesma forma, gostei como o escritor tratou as origens dos elfos de uma forma mais original.
O livro tem falhas como as que apontei, mas continuo com vontade de ler os restantes volumes.
 
Sinopse
 
Conhecem este livro? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!
 


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Viagens à Lareira 2015 - Dezembro



E enfim chegámos à época natalícia! Para este mês o nosso desafio Viagens à Lareira propõe a leitura de um clássico. Eu e a Spi do Delícias à Lareira decidimos então fazer uma leitura conjunta do clássico "A Christmas Carol", de Charles Dickens. 
Vai ser um desafio duplo, tendo em conta que a edição que vamos ler é a original.

Sinopse

E vocês, que clássico vão ler este mês?

Boas viagens à lareira!

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

"A Desumanização", Valter Hugo Mãe

 
"A Desumanização" foi o livro que escolhi para ler no contexto do Clube de Leitura a que me juntei como “primeiro-tenente” da Spi, do Delícias a Lareira. Como vão poder ler no post dela, a primeira reunião foi bem interessante e a segunda, já centrada na leitura que cada uma fez de Valter Hugo Mãe, manteve o mesmo nível. Como qualquer livrólico sabe, se há coisa melhor do que ler um livro, é falar sobre um livro – ou, no mínimo, conhecer a opinião das outras pessoas sobre ele.
Preferi só falar sobre "A Desumanização" depois da reunião do clube aqui no blog, porque se torna interessante ver como a nossa perspectiva de um livro – ou de um autor - também pode mudar depois de ouvirmos o que os outros pensam dele. A minha opinião mantém-se, mas já consigo vê-lo com outros olhos.
É que lê-lo foi uma experiência muito negativa. Muito mesmo. Uma desumanidade para a minha pessoa, que revirou os olhos de tédio na primeira parte. É provável que esteja a ser fria, eu sei. O assunto tratado não é fácil de digerir. Temos uma menina, Halladora, islandesa, que perde a irmã gémea, e não se sente confortável no mundo sem ela. Halla, no fundo, não sabe existir sem ela, e estranha o facto de a irmã, já não “existir”. A mãe também não aguenta e não só se automutila como mutila a filha. Só o pai lhe dá conforto, e depois Einar, o “maluquinho” da aldeia, com quem inicia relações sexuais.
Bem, na primeira parte  toda a o livro é muito reflexivo e a atmosfera é sombria, e desconfortável. Não consegui sequer usufruir da escrita de Valter Hugo Mãe. Só depois na reunião, exactamente quando se falava sobre a capacidade de os escritores nos fornecerem emoções e como seria esse o objectivo deles é que dei por mim a aceitar “ingerir” melhor o livro. Porque os comportamentos descritos são “amorais”. Nem uma mãe devia mutilar uma filha, nem uma criança devia morrer, nem uma menina de – 12? 13 anos? – deveria engravidar, certo? Mas no fundo, a aldeia delas também é uma aldeia sem Deus, porque há muito que não tem um prior. Teremos assim a “desumanização”, onde a gémea é vista como a “menos-morta” e uma criança é traumatizada até agir quase como mais um animal?
Na segunda parte do livro “entram em cena” mais personagens e há mais acção, pelo que no final consegui apreciar melhor a leitura do livro.
Apesar disso, tinha acabado a leitura a pensar que era provável que não quisesse repetir “a dose”, mas depois da reunião do clube fiquei com vontade de ler outros livros do escritor. Estou curiosa para saber qual será a minha opinião.
 

Sinopse
 
E vocês, já leram este livro?
Boas leituras!


terça-feira, 24 de novembro de 2015

"O Retrato de Rose Madder", Stephen King

 
Para completar o desafio de Viagens à Lareira deste mês ler algo de Stephen King parecia o mais adequado. Acontece que o elemento sobrenatural deste livro será algo entre a fantasia e o surrealismo, mas vamos por partes.
 
Em "O Retrato de Rose Madder" acompanhamos um assunto que muita vez é noticiado, a violência doméstica. Rosie Daniels foi abusada - física e psicologicamente - pelo marido, o detective Norman Daniels durante mais de dez anos até ao dia em que consegue escapar para outra cidade. O marido persegue-a para ajustar contas, mas Rosie adquire um quadro muito peculiar...
Para não adiantar muito mais, posso dizer que foi interessante que o autor tivesse usado elementos mitológicos numa história sobre raiva e abusos. O elemento "fantástico" também é uma ideia muito boa, mas não me pareceu muito bem executado. Esse ponto não me convenceu, ainda por cima estando eu com expectativas bastante altas.
Além disso, o livro também tem um ritmo um  pouco lento em certas passagens e, digamos, que estava à espera de uma retaliação bem mais violenta.
É que Norman, se fosse fechado na cave com Mr. Grey, era bem capaz de o rasgar em bocadinhos. É uma personagem revoltante, o típico matulão racista e machista, para quem as mulheres não valem nada. Ao mesmo tempo, tive receio de que se descortinasse muito do seu passado. Não serão todos os abusadores eles próprios vítimas?
A protagonista também foi muito bem desenhada. Se ao mesmo tempo senti compaixão por ela, também consegui perceber a desorientação que a assola quando foge de casa. Foi quase mantida em cativeiro, pelo que isso se torna perceptível.
Foi exactamente a forma como as personagens foram criadas que me fez gostar do livro. À parte isso estava à espera de muito melhor.
 
Já leram o livro? O que acharam?
Boas viagens à lareira!
 
Sinopse
P.S.: Há referências em "O Retrato de Rose Madder" sobre livros protagonizados por uma tal "Misery", escritos por um Paul Sheldon. Sim, o protagonista de "Misery", de Stephen King! Achei bem interessante...
 


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Há uns anos li estes, mas duvido que lhes pegue outra vez

Ao longo das nossas vidas como leitores todos notamos mudanças nas nossas leituras. Durante uns anos podemos adorar um determinado género, e nos seguintes descobrimos que afinal não é o nosso preferido; adulamos um autor, que depois descartamos facilmente quando queremos comprar um livro novo. 
Este tipo de evolução/mudança nota-se em poucos anos de diferença, ou em mais de uma década. Comparar as leituras do final adolescência com as de hoje, por exemplo, pode até revelar alterações interessantes, por mais subtis que possam ser.
Há menos de dez anos atrás, tenho noção que li livros que hoje dispenso reler. Foram um bom entretenimento para a altura, mas dispenso voltar, sequer, a ler autores que facilmente escolhia, na época. Pelo menos por agora.

- "Crepúsculo" (e afins) de Stephanie Meyer

Não posso esconder: adorei o primeiro livro da série! A leitura foi compulsiva e na altura, adorava vampiros, por isso nem me fez muita confusão que fossem mais "bonzinhos".
Achava, é claro, que a Bella era demasiado tonta, e era uma parvoíce ser levada às costas do vampiro pela floresta. Vampiro esse que gostava de a observar durante o sono...
Os restantes livros foram lidos entre revirares de olhos e apoiados na vontade de chegar ao fim daquilo tudo. É que detesto triângulos amorosos. Detesto romance lamechas. Detesto "heroínas" que desmaiam por tudo e por nada. Pelo meio havia algumas sequências de acção tão interessantes ou tão pouco que nem me lembro delas...
Não, não voltaria a reler nada da saga e acho que nem me aproximo de nada da autora, sequer, que, para comemorar os dez anos de "Twilight", lançou agora o muito "imaginativo" "Vida e Morte". Onde troca os géneros dos personagens.  Arrisco-me a repetir as piadas no Goodreads, mas pergunto-me se a E.L.James também vai aproveitar a ideia para outra "fanfiction" dela...

- Qualquer coisa da Nora Roberts

Eu gostei de Nora Roberts. Eu colocava livros dela na "wishlist". Gostei do "As Jóias do Sol", primeiro livro de uma das muitas trilogias da autora. Gostei do "Maléfico", sobre uma seita satânica. "A Pousada no Fim do Rio" já me deixou a revirar um pouco os olhos, e quando tentei ler o "As Lágrimas da Lua" - sim, o segundo volume da trilogia de que falei - desisti. Ternho dois livros da autora em casa por ler e acho que não vai ser tão depressa. Ah! E Esquecia-me de referir que também tentei ler um do pseudónimo, J.D. Robb. Tentei.

 - A saga da "Herança" de Christopher Paolini

Sou da geração Harry Potter e acho engraçado dizer que cresci a acompanhar o crescimento da personagem. O mesmo poderia ter acontecido com Eragon, mas não. Atenção: adorei "Eragon" e "Eldest", mas a leitura de "Brisingr" ficou a meio há muito tempo. É o tipo de fantasia de que gosto, mas não consigo esquecer-me que parte do enredo é muito similar ao de "Star Wars" e, os fãs que  me perdoem, mas acho que o escritor escreve a mais. Não digo que não lhe volto a pegar, um dia, mas não tão depressa.

- Qualquer coisa verídica sobre mulheres muçulmanas - e maltratadas

É bom lermos livros sobre outras culturas. É bom perceber como na sociedade ocidental somos umas sortudas. Sei que foram boas leituras para o meu crescimento, mas não, obrigada, não quero ler tão depressa nada sobre mutilações e desgraça alheia. Já repararam como ler este tipo de livro nos torna hipócritas? É do do género: pegamos neles e sentimos-nos felizes por não vivermos assim. Às vezes ainda ganhamos pesadelos. Concordo que se leiam, mas não exageremos. O mundo pode ser um lugar aterrador mas não sei se o ajudamos a melhorar enchendo a mente de más experiências.


Vou deixar a listagem por aqui, hoje. E vocês, também dispensam ler algo que há uns anos leriam sem sombra de dúvida?

Boas leituras!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Sem comentários



 
"Os Vampiros", Zeca Afonso

Num dia preocupamo-nos com o rumo do nosso país "desgovernado". No outro parece que a possibilidade de mais uma guerra mundial já esteve mais longe.

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

O meu blog fez anos!

 
O "Voyage" já fez quatro anos no passado dia 8! Tive de ir confirmar a data da primeira publicação no blog. Lembrei-me de repente de que o criara em Novembro e não podia deixar passar esta efeméride.
Tem sido uma viagem um tanto atribulada, com pelo menos dois longos intervalos pelo meio, causados por "preguiçite", um estado, felizmente, já ultrapassado. Este último ano tem sido bastante bom para o blog. Tenho conseguido criar rubricas para lhe dar outra dinâmica e as opiniões dos livros que leio estão em dia. Quero escrever mais "divagações" e tenho planos que me permitem vir até aqui com mais regularidades. Acho que um dos problemas que me afastava do blog se devia à falta de ideias para publicações, mas acho que está a ser ultrapassado.
 
Para além do conteúdo do "Voyage", tenho sentido mais mudanças. Sinto-me mais participativa na nossa blogosfera e dou por mim a visitar outros "locais" com mais regularidade.
À parte isso, neste quatro anos senti que comecei a encarar a leitura de forma diferente, bem mais atenta. É que escrever opiniões não é fácil! Até que ponto será justo para um livro escrever um "post" muito negativo se não for do nosso gosto, ou elogiá-lo sem limites só porque nos entreteve? Acho que o exercício me tem ajudado a abrir horizontes e dou até por mim com vontade de me aventurar noutros géneros - principalmente em géneros que pensei nunca vir a ler, ou reler, como foi o caso do policial.
 
Neste ano que passou em especial, está a ser um boa viagem, e com, é claro, com boas leituras. Espero manter os próximos nesta onda mais positiva.
 
Boas leituras!

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

TAG - Hábitos de leitura

Fui desafiada pela Denise, do blog Ler-te, a responder à TAG sobre hábitos de leitura. Há um tempo respondi a uma parecida, mas com algumas mudanças de hábitos da minha parte, vem mesmo a calhar.
 

 
1 – Tens um lugar específico na casa para ler?
 
Não tenho um lugar específico, mas tenho preferência pelo cantinho do sofá e pela minha cama.
 
2 – Marcador ou Pedaço de Papel?

Um marcador, sem dúvida. Faço coleção de marcadores de livros, mas quando leio normalmente uso ou o meu "especial", ou um de um livro com um gato na capa com que engracei.
 
3 – Consegues parar simplesmente de ler ou tem de ser sempre no final de um capítulo ou a um certo número de páginas?

Hoje em dia tento sempre parar no final do capítulo, porque acho que acompanha melhor a leitura, mas se tiver de parar a meio não me faz muita confusão.
 
4 – Comes ou bebes enquanto lês?

Às vezes bebo chá ou petisco - um chocolatinho, um punhado de noz, etc. - mas acabo por me esquecer de o fazer ao longo da leitura, pelo que não acho estes "acompanhamentos" obrigatórios.
 
5 – Música ou TV enquanto lês?
 
Costumo ligar a TV quando estou sozinha para ter algum ruído de fundo - num programa americano, para evitar vozes portuguesas, de preferência -, mas só oiço música enquanto leio se tiver de abafar as vozes de quem estiver a conversar por perto. Não faz muito sentido, pois não?
 
6 – Um livro de cada vez ou vários ao mesmo tempo?

Este é um dos hábitos que tenho estado a mudar. Tenho lido dois ao mesmo tempo, principalmente desde que comecei a participar em desafios. Prefiro ler um para o desafio, e um que me apeteça no momento. Ou um para o dia e um para relaxar à noite.
 
7 – Ler em casa ou em qualquer lugar?

Normalmente leio em casa, mas se sei que vou para algum sítio onde a espera seja longa levo um livro comigo. Quem vai para o mar avia-se em terra, não é assim?
 
8 – Ler em voz alta ou silenciosamente?

Silenciosamente.
 
9 – Lês para a frente e/ou pulas páginas?

Leio sempre para a frente. Não gosto da ideia de perder algum pormenor importante, principalmente desde que tenho o blog.
 
10 – Quebrar a lombada ou mantê-la como nova?

Prefiro manter os meus livros em bom estado, apesar de saber que é algo inevitável nos calhamaços.
 
11 – Escreves ou fazes anotações nos livros?
 
Só escrevo o meu nome nos livros. Prefiro escrever num caderno dedicado ao blog quando preciso de tomar notas.
 
12 – Quem tagueias?

Ora, vamos ver. Vou taguear a Spi, do Delícias à Lareira, a C. do O meu reino da noite, mas sintam-se todos desafiados a responder.

Boas leituras!

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O que é pior #2

Num mês em que o desafio Viagens à Lareira 2015 se dedica ao  género de terror, não deixo de continuar a pensar em certas questões. Por exemplo, o que será pior:
 
 
a) não te atreveres a ler um livro porque achas que te vai assustar;
 
b) ler um livro que te disseram ser assustador e não sentires medo nenhum;
 
c) sentir medo ao ler um livro que não era suposto ser de terror?
 
 
Se dei por mim quase a rir-me de um livro que me disseram ser assustador, também dei por mim a sentir medo do que não era suposto. Lembro-me muito bem de ler "A Sombra do Vento", de Zafón,  cheia de calafrios nas cenas em que a "personagem" perigosa aparecia. Da mesma forma, tive de desistir de ler "Em Busca do Carneiro Selvagem", de Murakami, à noite, depois de uma cena me assustar. Pode parecer ridículo, mas nessa passagem há uma personagem às escuras numa cabana e, de repente, uma voz começa a falar com ela. Lido de dia podia não ter sido nada de especial, mas à noite foi bem "creepy".
 
E para vocês, o que é pior?
 
Boas leituras!

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Viagens à Lareira 2015 - Novembro




Vamos dedicar a este mês de Novembro os livros de terror. Tenho sentido vontade de me aventurar no género e de ler autores com ele identificados, pelo que o Viagens à Lareira também o vai proporcionar.
Para já, vou apenas indicar este livro para completar este desafio:

Sinopse

Estou super curiosa com Stephen King. Conhecem este livro? O que se vão atrever a ler este mês?

Boas viagens à lareira!

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

TAG - Certified Bookaholic



A C. do blog O Meu Reino da Noite deixou-me a sugestão de responder a esta TAG, que criou juntamente com os blogs Words à la Carte e As Cenas do Tio. Vou então certificar-me como livrólica.

1. O primeiro livro/colecção que te vem à cabeça: 
A série de Harry Potter, de J.K.Rowling. Acompanhou-me durante a adolescência, pelo que ainda ocupam um espacinho do meu coração.

2. Um livro que dizes a todos para não ler:
Qualquer coisa de uma certa e determinada autora portuguesa que escreve literatura "light". Desculpem-me este meu "racismo", mas os produtos "light" costumam ser piores do que os que assumem ter açúcar. Portanto, consumam livros com "açúcar". Não fazem mal aos dentes nem fritam o cérebro, bem pelo contrário. 

3. O livro mais caro e o livro mais barato que tens (oferecidos não contam):
 O mais caro é o "Gabriel García Márquez - Uma Vida", de Gerald Martín, que me custou mais de 20 euros. Os mais baratos custaram 1 euro, e vão desde alguns integrantes da colecção Biblioteca Sábado a dois livrinhos póstumos de Júlio Verne, que estavam a desfazer-se num hipermercado.

4. Conto de fadas favorito: 
Acho que é mesmo "Hansel e Gretel", porque a míuda é uma kickass, que não hesita em matar a bruxa prestes a jantar o irmão.

5. Top 3 das tuas personagens favoritas (sejam principais ou não):
 Fírmin, de "A Sombra do Vento"; Morgaine, de "As Brumas de Avalon" e Aomame, de "1Q84".

6. Top 3 das personagens que menos gostaste (sejam principais ou não):
Das que agora me lembro que menos gostei foram Frei Bernard, de "As Filhas do Graal"; a mãe de Amy, de "Em Parte Incerta" e Simon, de "A Herdeira".

7. Top 3 de lugares que existem só em livros que gostarias de visitar:
 Adorava ir ao Cirque du Rêve (em "O Circo dos Sonhos"); passar férias à Avalon de Marion Zimmer Bradley e alugar uma casinha no Shire de Tolkien. Não é pedir muito.

8. Uma personagem que trarias à vida real 
 A Vianne Rocher, para me ensinar duas ou três coisas, incluindo fazer bombons de chocolate.

9. Um livro que te fez feliz:
Qualquer um da colecção "As Gémas", de Enyd Blyton. Eram aventuras passadas num colégio interno feminino com personagens muito engraçadas. Ainda me lembro de ler esses livros velhinhos da minha mãe e de os achar um máximo. Tenho boas memórias da leitura da colecção.

10. Um livro que te fez chorar:
É meu costume deitar uma lagriminha ou duas quando estou a ler, principalmente quando uma das personagens sofre ou é mal tratada.  O mais fácil seria responder com o título do último que me fez chorar, pela forma como trataram uma personagem com um carácter tão nobre: "As Filhas do Graal", de Elizabeth Chadwick.

11. Um livro que te fez pensar:
Tantos! Assim de rompante tenho que responder "A Insustentável Leveza do Ser", de Milan Kundera. Interrompi a leitura umas quantas vezes para poder pensar nos assuntos que o autor vai partilhando.

12. Um livro que te fez rir:
A última vez que ri com um livro foi na semana passada, com "O Coração é um Caçador Solitário", de Carson McCullers, mas como ainda não o acabei tenho de apontar o "Bons Augúrios", de Neil Gaiman, que tem umas passagens bem divertidas.

13. Pior adaptação cinematográfica de um livro:
Das adptações para filmes ruins que por aí andam, acho que a de "Eragon" está no topo. Como me avisaram antes de entrar no cinema "parece que foi feito por alguém que não leu o livro". É que nem tem anões nem elfos como era suposto ter...

14. Livro(s) que vais ter que reler:
Tenho tantos! Tenho que reler os livros da série do "Cemitério dos Livros", de Carlos Ruiz Záfon; o "Cem Anos de Solidão", do Gabriel García Márquez; o "Por Favor, Não Matem a Cotovia", de Harper Lee, o "Orgulho e Preconceito" de Jane Austen; a série "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley, e o "Sputnik, meu amor", de Haruki Murakami. E os da Sarah Addison Allen, que são amorosos. E mais alguns.

15. Um livro que te fez voltar uma página atrás devido ao choque:
O "Sono", de Haruki Murakami. Leiam-no e vai acontecer-vos o mesmo.

16. Um livro que aches que esteja incompleto:
O "Em Nome da Memória", de Ann Brashares. Para já parece que foi escrito à pressa. Ou que lhe arrancaram páginas para manter um tamanho "comprável". Depois, tem um daqueles finais irritantes em que ficamos sem perceber se irá existir uma continuação ou se o assunto se esgota numa "matrioska" estranha. 

17. Um livro com um final inesperado:
O "Os Anjos Morrem das Nossas Feridas", de Yasmina Khadra, teve um final que eu não esperava.

18. Um livro que terminou num cliffhanger:
O "Sputnik, meu amor", de Haruki Murakami foi um destes. Fiquei a pensar "e agora"?

19. Um livro com um final de arrancar cabelos:
O "Em Parte Incerta", de Gillian Flynn. E mais não digo.

20. Uma citação importante:
“If you only read the books that everyone else is reading, you can only think what everyone else is thinking", Haruki Murakami. 

21. Uma música perfeita para ler:
Ainda não descobri qual será. Prefiro ler sem música, a não ser que tenha de abafar outros sons. Nesse caso, é preferível escolhermos qualquer coisa que se integre na atmosfera do livro. Em caso de dúvida, ouvir Muse. 

Estejam à vontade para responder à TAG, livrólicos.
Boas leituras!

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

"A Herdeira", Marion Zimmer Bradley

Terminei a primeira leitura para o desafio Assombrações de Leituras! Não foi tarefa fácil, mas já passo a explicar.
Em  "A Herdeira" a autora volta às temáticas místicas que envolvem os seus livros, como os fãs bem conhecem. Deixa até, no ar, a possibilidade de as personagens já se conhecerem de outras vidas e dei por mim a tentar perceber se alguma delas seria uma reencarnação das personagens de "As Brumas de Avalon". Teria a sua lógica, já que o parapsicólogo Colin é envolto em sabedoria, como Merlin.
Este livro, localizado no mesmo "universo" que a série "O Poder Supremo", passada no século XX, aborda também a necessidade da escolha entre Bem e Mal, e como a linha pode ser tão ténue, e ainda deixa no ar um ideal de redenção.
Leslie é a protagonista, uma psicóloga que ao dar por si a conseguir ter visões de pessoas desaparecidas, começa a sentir-se envolvida em acontecimentos, no mínimo sobrenaturais. Muda de casa com a irmã, Emily, que estuda música, e os problemas só tendem a aumentar, principalmente quando, supostamente, Leslie terá sido "escolhida" pela falecida dona da vivenda, que também tinha poderes psíquicos.
Entretanto, entra em cena Simon, um pianista de alma torturada, que sofreu um acidente que pôs em causa a carreira. É visto pela comunidade "psíquica" de Colin como um mago negro, mas é também o protector das duas irmãs. E mais não digo.
Por um lado gostei de ler o livro. Foi um bom regresso aos temas da autora, e às suas personagens. Aumentou a minha vontade de reler a série "As Brumas de Avalon", apesar de me lembrar também o "A Colina das Bruxas", de que gostei.
Por outro, já estava desejosa de acabar a leitura. Adorei que se falasse de temas como a purificação de uma casa, que se explicasse o fenómeno "poltergeist", e até gostei das descrições das consultas de Leslie, mas achei que as cenas do quotidiano já eram um abuso. Houve muita falta de acção propriamente dita, e o livro enrolava-se nas descrições dos jantares das irmãs, e nos seus problemas, como se tentasse "render o peixe". Não gosto disso. Prefiro que o livro tenha um tamanho mais pequeno e que me faça virar as páginas com entusiasmo, do que a rolar os olhos. Até os "fenómenos" sobrenaturais foram colocados em exagero, e as suas "mensagens" eram previsíveis. A MZB que me perdoe, mas já estava cansada de objectos partidos, e campainhas, e visões holográficas do mesmo tipo.
E depois, o desfecho foi tão rápido, que fiquei com pena de ter acabado.
Espero mais tarde ler a série "O Poder Supremo", já que simpatizei com Claire e Colin.
 
Sinopse
 

Conhecem o livro? Qual é a vossa opinião?
 
Boas leituras!
 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Especial Halloween - Do que tens medo?#2

Prontos para a segunda parte da listagem de medos irracionais a que se dedica esta semana? Prontos para imaginar aqueles cenários arrepiantes que nos assaltam quando damos rédeas à nossa imaginação, “porque a noite é escura e cheia de terrores”? Vamos lá, então!
- Medo do “fantasma brincalhão”:
Este é daqueles que nos fazem duvidar de nós próprios, mesmo sabendo que todos fazemos acções sem termos consciência disso. Lavamos os dentes sem pensar e quando temos de tomar medicação para a constipação chegamos a duvidar se tomámos a daquele dia ou não. Entramos em “piloto automático”, o que é bom para apressarmos a arrumação da loiça, mas terrível quando parece que coisas estranhas ocorrem sem nos apercebermos. Deixamos de saber a localização do objecto que carregávamos há um minuto atrás. A nossa secretária nem sempre tem a disposição de que nos lembrávamos no dia anterior. Perdemos canetas e porta-moedas por semanas a fio, que reaparecem em locais, para nós, impensáveis. A culpa é nossa, no fundo. Somos só nós que nos auto-hipnotizamos. Certo? O nosso sub-consciente é que nos prega estas partidas, não é?
- Medo dos “passos” no andar de cima… que está vazio:
Bem sabemos como as nossas casas produzem milhares de barulhinhos estranhos, principalmente durante a noite. E como os barulhos das casas dos vizinhos se propagam para as nossas. Portanto, aquele som, que parece tão humano, tem uma explicação. Certo?
Então e quando damos por nós a ter medo de ouvir isso?



- Medo do que possa ter provocado aquela reacção estranha aos animais de estimação quando estão sozinhos connosco:
Tal como as pessoas, os animais têm comportamentos habituais e comportamentos que nos deixam o pulso acelerado. Isto porque, se somos os únicos em casa, não conseguimos encontrar uma explicação plausível para aquilo.
É o pássaro que está sozinho na cozinha e que desata a esvoaçar contra a gaiola. É o gato que desata a perseguir o que para nós não passa de ar. É o cão a correr para o cimo das escadas e a olhar para o piso de baixo quando todos os convidados da festa estão no mesmo piso que ele. E depois é o arrepio na espinha quando em vez de confirmarmos e ignorarmos o que se passou desatamos a largar a imaginação.


- Medo de acender o candeeiro da mesa-de-cabeceira e descobrirmos que estávamos a ser fitados por alguém:
Quase que posso ouvir as vossas mentes “ai, que ela já está a exagerar”, mas este medo anda de mãos dadas com os barulhinhos nocturnos da casa, e as reacções dos animais e as correntes de ar das janelas. É um medo estúpido, a pior variante do “pé fora do cobertor”, mas é aumentado pelos sonhos recorrentes de que sou fitada com intensidade por “um alguém” assustador. Portanto, sim, tenho algum receio de ligar a luz do candeeiro e deparar-me com o pesadelo.


- Medo de olhar para uma superfície reflectora a meio da noite:
Este é gerado pelos realizadores e depois uma pessoa dá por ela a imaginar coisas. Toda a gente conhece a cena. Há alguém a lavar as mãos no lavatório que levanta a cara para o espelho e SURPRESA! Não estava sozinha! É a sombra que passa pelo reflexo no vidro da porta. Da mesma maneira, é aquele momento em que olha para o ecrã do telemóvel depois de enviar uma mensagem e descobre que não está sozinha. É o reflexo que não era suposto estar ali no ecrã no P.C. É um bocadinho arrepiante, não é? Prefiro não olhar com muita atenção para o que me possa reflectir.




Nota: Este post foi escrito durante o dia.