quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

As escolhas do ano

Este ano que estás prestes a terminar foi bastante bom em termos de leituras.
Ao criar com a Spi do Delícias à Lareira o desafio "Viagens à Lareira" fiquei com algum receio de me sentir obrigada a ler para completar as categorias, mas participar revelou-se uma forma óptima de seleccionar as leituras futuras. Possibilitou-me também variar de géneros e abater parte da pilha dos livros por ler na estante.
Atrevi-me a ler autores ainda desconhecidos, como Yasmina Khadra e Stephen King, e não me arrependi. Lancei-me, até, a géneros literários diferentes. Com "Dune", de Frank Herbert, experimentei ficção científica e "Eu Sou a Lenda", de Richard Matheson possibilitou-me uma boa entrada em algo menos fantástico e mais horror. Voltei a interessar-me por policial e thriller desde "O Hipnotista", de Lars Kepler, que me lançou para o page turner de 2015, "Em Parte Incerta", de Gillian Flynn.
A nível da fantasia tenho que destacar os dois livros de Neil Gaiman, "O Oceano no Fim do Caminho", e de "The Spindler and The Sleeper", que muito apreciei. "A Máquina de Escrever Encantada", de John Kendrick Bangs também fez um bom trabalho. Foi uma leitura um pouco obscura, mas muito interessante. Consegui também ler os segundos volumes de trilogias de fantasia, "O Mago - Mestre", de Raymond E. Feist, e "Luz e Sombras", de Anne Bishop, e fiquei com vontade de apostar mais neste género para o próximo ano.
Estranhamente, não li tantos romances históricos como é costume, mas "As Filhas do Graal", nesse ponto fizeram um bom papel, destronando "Madre Paula", de Patricia Muller. Tive pena de mais uma vez Michelle Lovric não me convencer. Acho que li "O Remédio" para não voltar a adquirir livros da autora tão depressa.
Por outro lado, reencontrei-me com Gabriel García Márquez e Marion Zimmer Bradley com gosto. Preferi doze vezes os contos de "Doze Contos Peregrinos" ao "A Herdeira", mas gostei de reler algo dos escritores.
Para além de bons livros também lidei com desilusões e a típica categoria do "podia ser melhor". "Em Nome da Memória", de Anne Brashares está no final desta classificação, acompanhado por "Firmin", de Sam Savage, uma ratazana apaixonada por literatura e actrizes giras (e humanas) que não me convenceu como esperava. De qualquer forma, o Prémio Desilusão seguiria para "A Desumanização", de Valter Hugo Mãe, ou para "O Sétimo Véu", de Rosa Lobato de Faria. 

Voltemos a focar-nos no que de melhor 2015 me ofereceu em termos de leituras, com a selecção dos livros que mais se destacaram:


O melhor de um autor que apenas conheci este ano


"O" page turner de 2015.
O melhor de um autor preferido


Melhores personagens
Estilo de escrita que se destacou
O melhor "worldbuilding"  







A "menção honrosa" de 2015 

E o vosso ano, como foi? Boas leituras!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

"O Sétimo Véu", Rosa Lobato de Faria



Costumo apontar Rosa Lobato de Faria como uma das minhas autoras preferidas, pelo que as expectativas sobre a leitura deste livro estavam bem altas. Como é óbvio, e acho que já estão a adivinhar o que aconteceu, fiquei desiludida.
"O Sétimo Véu" aborda um segredo de família, um segredo que esteve na posse de Mila, a governanta da família que se tornou uma familiar. Como tal acompanhamos Joana, a protagonista, que se sente sempre culpada sem perceber porquê, e a história da família que morou na Casa das Lias até à descoberta da verdade.
Se por um lado me mantive interessada no enredo, por outro lado estava à espera de melhor. Adoro o estilo de escrita da autora, o que me levou a ler com gosto, e dos toques de realismo mágico, como a capacidade de uma das personagens ver o fantasma da avó Júlia. Além disso, gostei dos pormenores de época sobre o início do século XX, como a condição de Mila, que cresceu numa casa nobre mas sem forma de se sustentar - quantas vezes essa pobreza envergonhada não acontece à nossa volta?
No fundo, o livro é sobre o lar e a família, o que realmente significam estas palavras, e não podia deixar de concordar. Nem sempre é "o sangue" que realmente nos une como familiares, certo? Nem sempre a casa onde "moramos" é "o lar".
Apenas pedia mais originalidade ao enredo. Porque é que têm de manter criados numa casa? Porque é que uma personagem ter de ser médica e a outra ser um escultor muito famoso? Não deixei de ter a sensação de que se podia transcrever o livro para a novela do serão, e não tenho propriamente gosto por tal. Sei que quando pego num livro quero sonhar - tal como quem vê séries, filmes e novelas, claro - , mas não consegui deixar de ter a sensação de que algo me soava a falso.



Já o leram? Qual é a vossa opinião?

Para o próximo mês vamos ler para o Clube Mário Zambujal. Espero gostar mais do livro que selecionar...
Boas leituras!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

O que é melhor? - Especial Natal

Aproxima-se um dos meus dias preferidos do ano e com ele, vem uma das minha dúvidas que sempre me assolam no Natal: será que vou receber um livrinho no sapatinho?
 
Portanto, digam-me, o que para vocês é melhor:
 
a) receber um dos livros que procuravam à décadas;
 
 
b) receber um livro quando não o esperavam receber;
 
 
c) receber um acessório fantástico para os vossos livros?
 
 
Por muito que eu goste que me ofereçam os livros que realmente quero acrescentar à estante, o que gosto é de receber um livro sem o esperar. Nos tempos que correm, nem prendas espero, sequer. Quanto mais livros! É uma sensação tão boa desembrulhá-los sabendo que são meus.
 
O Universo que perdoe o meu assomo materialista, mas um livrinho é um livrinho...
 
 
Boas leituras e boas festas!




segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Este ano deixei outra vez livros a meio...

Com o mês de Dezembro a chegar a meio, acho que ainda estou a tempo de publicar os meus balanços de leituras, incluindo uma listagem daquelas que deixei a meio. É um mau vício, mas como se diz, já não é defeito, é feitio...
Segundo os meus apontamentos, pelo menos em 2015 deixei "apenas" estes seis livros:
 
- "As Bruxas de Eastwick", de John Updike
 
Todos nos lembramos do filme baseado no livro. Acontece que o livro é bem melhor, e tem explícita a crítica à sociedade americana da época e, fiquei desconfiada se não apontaria o dedo aos novos valores "familiares". É que as três amigas bruxas de Eastwick divorciaram-se, são descuidadas com os filhos e dedicam-se a entreter-se com os homens que tomam por amantes (normalmente, casados). Por acaso, gostei da forma como a magia é apresentada e gostei que parte da crítica à sociedade fosse proferida por Van Horne, que vive numa mansão que cheira a enxofre e tem um criado chamado "Fidel"  - e está tudo dito sobre quem ele realmente é.
Deixei o livro a meio porque - e por favor não me atirem pedras - me aborreci com o estilo de escrita do autor. É muito, muito descritivo, e preferi partir para outras "paragens".
Um dia repesco-o.
 
- "O Coração é Um Caçador Solitário", de Carson Mccullers e "A Elegância do Ouriço", de Muriel Barbery
 
Estes dois livrinhos estão no mesmo "saco". Por coincidência, foram comprados ao mesmo tempo. Por coincidência, aconteceu-lhes o mesmo destino este ano. Foram deixados a meio quando dei pela pilha de livros que lia no momento a crescer. Entretanto, com as leituras para desafios e para o clube a imporem-se, preferi colocá-los de volta na estante. Para o próximo ano dou-lhes prioridade.
 
- "Uma Casa de Família", de Natasha Solomons
 
Eu tinha a certeza de que ia gostar dele, mas senti que faltava alguma coisa. Por estranho que possa parecer, na mesma altura sentia-me mais cansada e preferi larga-lo para não embirrar com o livro. Já repararam como isso acontece com livros que noutra fase até gostamos? Acho que o remédio é mesmo largá-los e, mais tarde, quem sabe, dar-lhes outra oportunidade.
 
- "A Kiss of Shadows", de Laurell K. Hamilton
 
Tenho a história típica sobre esta leitura. Um dia, entrei numa papelaria e deparei-me com um livro de Laurell K. Hamilton a um bom preço - abaixo de cinco moedas! Não pensei duas vezes e trouxe-o comigo. Só depois reparei que tinha apanhado o segundo livro de uma trilogia, e não um stand alone. Felizmente, o meu Kindle, que é uma prenda em segunda mão cheia de livrinhos interessantes, estava bem recheado com fantasia urbana e tinha o "A Kiss of Shadows"!
Lê-lo era um duplo desafio, já que era a versão original em e-book: cansava as minhas pestaninhas. Fica para a próxima.
 
E vocês, deixaram livros a meio este ano?


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E se vos dissessem que são bonitos?

Todos sabemos como o aspecto se pode tornar importante nos tempos que correm e como, ao mesmo tempo, parece que as pessoas com feições simétricas são mais favorecidas. Mas não seremos todos bonitos à nossa maneira? Será a beleza asssim tão objectiva, tão "exterior"? 
Aliás, o que é isso, a beleza?

Deparei-me com o vídeo criado por Shea Glover, uma estudante de Arte de Chicago, e não podia deixar de o partilhar. Shea decidiu filmar pessoas que ela achava bonitas, ou seja, filmar a beleza delas,  e conseguiu captar reacções bem interessantes ao explicar o que estava a  fazer.

 People react to being called beautiful, por Shea Glover

Espero que gostem e que também fiquem com um sorriso.
Boas festas!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

"O Mago - Mestre", Raymond E. Feist

 
Atenção, caros leitores, a opinião que se segue pode conter "spoilers" ao primeiro volume
 
Enfim, consegui acabar a segunda parte do livro "O Mago", de Raymond. E Feist. Gostei muito mais do que o primeiro volume, já que somos apresentados à cultura tsurani. Encontramos Pug escravizado, quatro anos depois, mas vamos acompanhar um ascensão rápida do aprendiz de mago, quando percebem o poder que detém. Tomas também é uma personagem diferente, dividido entre a natureza humana e a alma do valheru a quem pertencia a armadura que envergou. Portanto, se por um lado tomamos conhecimento do que se passa no Reino, em tumulto pela guerra e pela ambição de um certo e determinado nobre, por outro percebemos como o Império "pensa".
No fundo, é um livro de aventuras e gostei de as acompanhar. Entreteve-me muito bem, e acho que é exactamente esse o seu objectivo.
Apesar disso, tenho de apontar uma pequena falha que me picou. Duas, até. Ou três.
É que percebo que os protagonistas sejam todos masculinos, mas não compreendo porque as personagens femininas são todas tão parecidas. Pedia uma pouco mais do que serem "apenas" as "namoradas" - ou aspirantes a tal - deles.
 
Agora, atenção, que se aproximam "spoilers" ao segundo volume
 
Outras questão que me acicatou é que eles se tornam pais com a maior da descontracção. Pug fica afastado da namorada, Katala, por imensos anos para treinar como Mago, mas quando regressa para ela e sabe que tem um filho não senti a emoção que devia. Isto não falando que Katala, de repente, muda de personalidade, e parece que se submete a ele. Só falta a descrição de uma vénia quando o trata por "marido". Estranho...
Tomas, entretanto também fica a saber que Aglaranna, a rainha dos elfos, com quem mantém uma relação, também está grávida dele. E pronto. Faltou qualquer coisa.
Além disso, há pela história um mago misterioso, Macros, que vai ser responsável pela maioria dos acontecimentos, principalmente no final, chegando a levar algumas personagens a uma espécie de traição. Avisa que vão perceber as razões dele, mas, também as achei fraquinhas. E não gostei da personagem, que é demasiado "poderosa".
São só desabafos...
 
Caros leitores, os spoilers acabaram. Podem ler à vontade o que se segue
 
Posto isto, tenho a comentar que como livro de aventuras e fantasia que é gostei. Entreteve-me, divertiu-me, e levou-me para outro lugar como um livro destes é suposto. Adorei a descrição do Império tsurani, e fico com vontade de ler os livros do autor passados nesse universo. Tem uns toques aztecas, os habitantes mantém um sentido de honra muito nipónico, mas pareceu-me muito bem construído. Da mesma forma, gostei como o escritor tratou as origens dos elfos de uma forma mais original.
O livro tem falhas como as que apontei, mas continuo com vontade de ler os restantes volumes.
 
Sinopse
 
Conhecem este livro? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!
 


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Viagens à Lareira 2015 - Dezembro



E enfim chegámos à época natalícia! Para este mês o nosso desafio Viagens à Lareira propõe a leitura de um clássico. Eu e a Spi do Delícias à Lareira decidimos então fazer uma leitura conjunta do clássico "A Christmas Carol", de Charles Dickens. 
Vai ser um desafio duplo, tendo em conta que a edição que vamos ler é a original.

Sinopse

E vocês, que clássico vão ler este mês?

Boas viagens à lareira!