quarta-feira, 26 de agosto de 2015

"Firmin", Sam Savage

 
Em "Firmin" estamos perante a história de um rato de biblioteca. Ou melhor, de uma ratazana, Firmin, que ao devorar páginas de livros do abrigo que a progenitora preparara, na cave de uma livraria, aprende a ler.
Poderíamos associar esta fábula ao gosto pela leitura. Para Firmin os livros foram alimento físico, numa primeira fase, mas acabaram por se tornar um alimento intelectual necessário.
O que estranhei foi a obsessão do protagonista pelos humanos. Quer conversar com eles. Adora ver as "Beldades" das sessões de cinema para adultos. Fiquei a certo ponto a pensar se não terá desenvolvido uma alma humana, que o afasta da própria espécie mas, ao mesmo tempo, não é o suficiente para o aproximar dos humanos, já que não consegue comunicar com eles e o seu aspecto os afasta.
A leitura deixou-me dividida. Gostei muito do estilo de escrita, que de tão "sumarenta" dá vontade de continuar a ler e, da mesma maneira gostei de Firmin, que apela à compaixão como ser incompreendido e solitário. Tenho a destacar também a personagem de Jerry Magoon, um escritor um pouco peculiar.
Por outro lado, faltou-me algo neste livro. Como livro sobre a paixão pela leitura e a capacidade de nos dar outro olhar sobre o que nos rodeia faltou algo. Também me faltou um pouquinho mais de acção.
 
É daqueles livros que têm um protagonista que mexe connosco, para além de uma ilustrações interessantes, mas que sabem a pouco. Ou talvez esta não tenha sido a altura ideal para o ler. Um dia tento lê-lo com outros olhos.
 
sinopse
 
Já o leram? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

O que é pior...

a) Depois de dias inteiros sem ler querermos tanto pegar no nosso livro adorado?
b) Depois de ler um livro de que gostámos todos os seguintes parecerem fraquíssimos em comparação?
c) Não saber sequer o que ler a seguir depois de adorarmos um livro?
 
 
Maldita ressaca....
 
 
Boas leituras!

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

"Em Parte Incerta", Gillian Flynn




Adorei. Será que posso escrever apenas assim a minha humilde opinião?
 
Adorei. Finalmente, li o "thriller" psicológico negro que queria ler desde o início do Verão. A autora é genial! 
Adorei ser lançada de uma ponta à outra do que era real e do que era mentira - ou omissão, como diria Nick. Sendo o livro contado da perspectiva de cada membro do casal, Nick e Amy, tomei o partido de um ou do outro, até perceber o que realmente se estava a passar. São personagens obscuras, bem construídas.
Além disso, o estilo de escrita também se mostrou muito agradável, para além do retrato da nossa época. O drama do desemprego e a instabilidade da economia são os pontos que vão despoletar a acção, e a insegurança desta situação está bem latente ao longo do livro. Da mesma forma, também nos leva a pensar em como a educação e as experiências na infância são tão importantes.
Foi uma leitura viciante. Não teve momentos mortos e senti-me bem manipulada enquanto leitora. Peguei no livro sem saber muito bem ao que ia, e acho que é o ideal. Por isso, vou apenas recomendá-lo e abster-me de acrescentar mais alguma coisa.
 
Sinopse
 
 
Já o leram?
Boas viagens à lareira! 


sexta-feira, 14 de agosto de 2015

The Hobby - #7

No início das aulas, naqueles tempos em que a única preocupação era garantir boas notas na escola, havia professores que passavam uma ficha para cada aluno preencher com os seus dados pessoais. Normalmente, na ficha perguntavam qual era a disciplina preferida, quais os nossos interesses e qual o nosso “hobby”, ou passatempo.
Chegados à secção “hobby”, certos colegas meus escreviam o seguinte: “ouvir música”. Eu achava aquilo um bocado estranho. “Ouvir música?”, como poderia aquilo ser um passatempo? Eu gostava muito de apreciar o silêncio, mas também ouvia muita música, principalmente como pano de fundo para alguma tarefa. Ouvia no extinto DiscMan, e depois no MP3 a caminho de casa; ouvia a fazer TPC, ou a rabiscar qualquer coisa que na época rabiscava; ou porque estava a tratar de fazer limpeza. Ou porque me apetecia. Fazia parte da rotina diária. Por isso achava muito estranho que aquilo fosse “um hobby”. Então eles não faziam mais nada durante os tempos livres? Ficar deitado a ouvir música era um passatempo?
Só agora é que me apercebo o hipócrita que eu era quando penso na secção “passatempo”. É que eu escrevia “ler”. Ora, ler fazia parte da minha rotina diária, tal como agora. Poderia comparar com ver televisão.
Hoje o exercício de ler, com o blogue, tornou-se mais atento, mais crítico. Talvez hoje o pudesse considerar um hobby, mas faz de tal modo parte de mim…
Se hoje me entregassem essa ficha não saberia bem o que responder, mas foi assim que escolhi o nome para esta rubrica.
 
 
Lacuna Coil, "Enjoy the silence"
 
Boa sexta-feira!  And enjoy the silence.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

TAG - No País das Maravilhas

 
 
Vi esta TAG no Jardim de Mil Histórias e não lhe resisti. Foi criada pelo Vítor, do Menino dos Livros e é baseada nas personagens do livro "Alice no País das Maravilhas". Tem apenas duas regras: escolher um livro diferente para cada personagem; o "Alice no País das Maravilhas" não pode ser mencionado.
Vou passar às respostas, então.
 
1. Alice: um livro que te fez cair num mundo completamente diferente:
 
 
Quando penso na leitura deste livro ainda sinto aquela sensação de deslumbramento. Erin Morgenstern conseguiu criar um mundo diferente, com uma atmosfera muito própria. É um livro mágico, capaz de nos atirar para outro lugar.
 
2. Chapeleiro Louco: um livro com um protagonista louco:
 
 
A Bessy parece-me a escolha acertada para esta categoria. É impulsiva, descarada e pareceu-me um tanto louca, ou não desse por ela a realizar uns quantos actos desesperados que levaram a consequências... loucas. É uma das minhas personagens preferidas, mas não posso deixar de a mencionar aqui.
 
3. Coelho Branco: um livro que te atrasou a leitura:
 

Deve ser dos melhores romances históricos que alguma vez vou ler, mas comecei a quebrar o ritmo de leitura perto do meio. Cheguei a uma parte tão aborrecida, mas tão aborrecida que não consegui continuar. Espero um dia pegar-lhe e lê-lo de vez e não sentir que me fez perder tempo.
 
4. Gato: um livro que te fez rir muito:
 
 
São vários os livros que ao longo dos anos nos presenteiam com personagens divertidas ou cenas caricatas, mas "Bons Augúrios" fica para a (minha) História. Foi uma sucessão de divertimento, desde a cenas bizarras a gente pura e simplesmente louca.
 
5. Lagarta Azul: um livro que te fez reflectir muito:
 
 

 
Li-o quando tinha uns 14 anos, quase a mesma idade que Anne Frank tinha quando teve que se esconder num anexo com outra família para sobreviver. Marcou-me ler as confissões de uma rapariga da minha idade, uma rapariga perspicaz a quem não foi dada a oportunidade de viver. Dei por mim a pensar se algures ela saberá que o que registou durante aquele momento é um testemunho das consequências daquele regime. Foi também o livro que despoletou a minha curiosidade pelos acontecimentos que levaram à Segunda Guerra Mundial e as maquinações nazis. Sabem aqueles livros que nos despertam para algo que nos incomoda? Este foi um deles.
 
6.Tweedledee e tweedledum: dois livros que são parecidos:
  




São similares porque são ambos livros românticos, escritos numa linguagem carinhosa, e as especialidades que as suas protagonistas cozinham têm a capacidade de influenciar emoções. São livros com algo de mágico, que proporcionam boa disposição ao longo da sua leitura, mas preferi, de longe, "O Jardim Encantado".

7.Rainha de Copas: um livro cujo autor adora matar as personagens:


*Colocar a marcha fúnebre no Youtube*
Não vou comentar. Ainda estou de luto por algumas das personagens.

Vou nomear a Spi, do Delícias à Lareira, para responder a esta TAG, mas estejam também à vontade para aceitar este desafio.

Boas leituras!


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Pessoas que um leitor não compreende #1

 
  • Bloggers literários que escrevem spoilers sem avisar
Percebo que por vezes precisamos mesmo de trocar ideias sobre um final inesperado ou uma reviravolta de um livro, mas até que ponto o devemos fazer no nosso blog? E não é do senso comum avisar num post/artigo que se vão relatar twists, revelações ou, até mesmo o final do livro que está a ser comentado? Mesmo quando conversamos cara a cara com alguém sobre um livro damos por nós  a perguntar a outra pessoa: "queres ler o livro, ou posso contar-te o fim?".
Num post acho muito educado avisarmos os leitores/seguidores de que vamos falar sobre algo que não convém que eles saibam logo, até para não perderem a curiosidade pelo enredo de um livro do seu interesse. Se de antemão não vamos pesquisar sobre o final de um livro nem ler o capítulo final, dispensamos saber como o mesmo acaba ao ler uma opinião num blog.
Venho desabafar sobre isto nesta nova rubrica porque já dei por mim a largar de vez um livro depois de tal me acontecer. É que havia um blog que seguia onde isto era feito. A princípio não me apercebi até que li a opinião de um livro que estava a ler no momento. Acontece que o dito não me estava a encher as medidas e as personagens eram um pouco irritantes. Já estava quase a meio e fiquei na dúvida se o largava de vez ou se me torturava mais um pouco. Tive a "brilhante" ideia de consultar opiniões sobre ele e... Aquilo aconteceu. Dei por mim a ler, no fundo, um resumo. E soube qual era o final. E pensei "vou ser masoquista para isto? Náahh"...
 
Faço então um apelo à blogosfera: avisem os pobres leitores se vão revelar algo sobre o enredo ou uma personagem. A malta agradece.
 
Também vos aconteceu algo do género?
Boas leituras!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

"Em Nome da Memória", Ann Brashares

Este livrinho relata uma daquelas histórias de amor que me deixam o coração apertadinho, apertadinho. Partindo do princípio de que a alma reencarna, centra-se em Daniel, um rapaz dotado da Memória, o Dom - ou maldição - de recordar as vidas passadas. Como tal, vive à procura de Sophia, a mulher que realmente ama.
No livro acompanhamos a perspectiva dos dois protagonistas no tempo presente, em que Sophia é Lucy, para além do relato de outras vidas de Daniel.
A química entre ambos é bem conseguida e fez-me avançar na história desencontros e desencontros de coração nas mãos. É que nem sempre nasciam no mesmo espaço temporal.É angustiante, ainda para mais quando apenas um se lembra do outro...
Curiosamente, Daniel gosta, até, de manter o próprio nome, ao contrário de outra personagem similar. A certo ponto, fiquei foi a pensar se ele não abdicava de viver devido àquela obsessão por encontrar "Sophia". É que os que o rodeiam deixam de ter importância desde a infância. Nem a família, nem a pessoa que ele é ao reencarnar lhe importam. Achei isso um pouco perturbador. Um pouco.
Entretanto, vamos seguindo Lucy numa autodescoberta. Lucy que mantém uma paixão platónica por ele sem perceber porquê...
No livro o que captou a minha atenção foi a "teoria" desenvolvida sobre reencarnação e o modo como a postura no mundo influencia a próxima vida; como se reencontram almas; como parece que os acontecimentos seguem o mesmo padrão. É um tópico do meu interesse, e gostei da forma como a autora o desenvolveu. Poderia comentá-lo apenas, já que foi mesmo o que me impeliu a adquirir o livro, e adorei ler algures uma personagem a comparar o sistema de reencarnação com o filme "Matrix". Deu-me que pensar... E se realmente somos apenas "almas" que depois da morte são "despachadas" para um novo corpo, para uma nova experiência de vida? Brrr...
Especulações à parte, vou regressar ao livro.
Gostei da história no geral, mas senti falta de que certas cenas fossem melhor explicadas. Parece que foi escrito à pressa, ou que se cortaram cenas para encurtar o volume. Por exemplo, a certo ponto refere-se que uma das personagens tem memórias que não sente como suas e visões. Mas refere-se apenas isso, não se "mostra", o que me fez perder parte dessa informação.
Só perto do final é que a acção é relatada com mais detalhe.
E o final... Bem, já esperava algo do género das opiniões que li sobre "Em Nome da Memória", mas ainda assim enervou-me. Tenho uma teoria muito própria sobre aquele final. Alguém que o livrinho que partilhe comigo qual é a vossa ideia, por favor!
 
Não é um livro que desate a recomendar, já que faltou qualquer coisa que me fizesse adorá-lo. Entreteve-me e comoveu-me, mas passada uma semana agrava-se a sensação de que o livro estava incompleto.
 
sinopse
 
Deixo ainda a curiosidade de que o volume trazia uma oferta: etiquetas para presentes! São tão bonitas que as guardei, não me atrevendo a usá-las.
 
Já leram este livro? Qual é a vossa opinião?
 
Boas leituras!


segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Viagens à Lareira 2015 - Agosto

 


Para este mês esperamos temperaturas altas e baixa concentração, pelo que o melhor será escolher um tipo de leitura que nos mantenha agarrados às páginas. Agosto fica, assim, consagrado ao género thriller, e cruzo os dedos para ficar viciada.
A minha seleção vai recair sobre estes dois:
 
sinopse
sinopse

Estou muito curiosa em relação a estas leituras. Já leram estes livros? Quais são as vossas escolhas de Agosto?
 
Boas viagens à lareira!