sexta-feira, 24 de outubro de 2014

"Orgulho Asteca", Gary Jennings

Mesmo passado meses depois de lido, é um livro que continua comigo. Orgulho Asteca é marcante. É um livro que, afortunadamente vale o que vale tanto como documento daquela civilização, como também pelo seu protagonista. É memorável!
É daqueles livros tão bons que apetece impingi-lo a toda a gente e nem sei muito bem como opinar sobre ele, já que não quero dizer demais. Mas ao mesmo tempo tenho tanto para dizer sobre ele!
Lê-lo foi uma verdadeira lição da História e da organização social daquele povo – e outros que o rodeavam. Não foi por acaso que Gary Jennings passou 12 anos no México para aprofundar os conhecimentos sobre a cultura asteca. Conseguiu mostrar várias facetas da sociedade, principalmente através da história de vida de Mixtli, que passou de aprendiz/estudante a soldado e daí a mercador, com uma paixão pela arte de escrever - para este povo escrever era uma arte bem física.
Mixtli é um protagonista com uma vida mirabolante e bastante comovente. Por estranho que possa parecer tanto me fez sentir angustiada ou chocada, como me fez sorrir e esforçar para não rir à gargalhada.
No livro, Mixtli relata a sua história a padres jesuítas que são destacados pelo imperador Carlos de Espanha a transecrevê-la para que sua majestade possa conhecer melhor os astecas. Temos também acesso às cartas exasperadas que o Bispo, Juan de Zumárraga, envia juntamente com o relato. As reacções dos jesuítas perante o que ouvem e a sua indignação pelo que são obrigados a transcrever ou quando Mixtli compara a religião cristã e o catolicismo à religião seguida pelos astecas são momentos bem cómicos...
Foi uma experiência de leitura fantástica. Emocionei-me quando a vida de Mixtli toma um lado trágico, mas fiquei também chocada pelo que relata – e pelo que fez - ,mas não conseguiria nunca por o livro de lado. Tem passagens bastantes chocantes, principalmente para quem não espera que se aborde o canibalismo, e que só aguardava mutilações e sofrimento para o segundo volume, quando lá chegassem os espanhóis. Brrr!
No entanto, o que eu quero realmente dizer/escrever é: leiam-no! Aliás, devorem-no! É muito bom.
 
 
 
 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

"A Ignorância", Milan Kundera


“A Ignorância” é de Milan Kundera: apetece apenas sugerir “leiam-no!” porque, em poucas páginas, tem tanto para nos ensinar…
Neste, chamou-me a atenção o fatalismo; como é possível que se cruzem conhecidos com conhecidos em comum e memórias completamente diferentes? É também sobre a memória. Uma mulher, Irena, cruza-se no aeroporto com uma antiga paixoneta, Josef. O homem para não a magoar finge reconhecê-la, mas não faz a mínima ideia de quem ela é/era.
É também um livro sobre a emigração forçada, por motivos políticos, e o regresso ao país a que, no fundo, se deixou de pertencer. E sobre muito mais.
 Quatro estrelas pelos ensinamentos!

Já o leram? O que acharam?
Boas leituras!



Curiosamente, o estilo de escrita lembra-me o de Murakami, ou vice-versa, pelo que lemos apenas o que é essencial nos seus romances, sem “distracções” (a dita “palha”, chamemos-lhe assim), e também pela forma subtil como introduzem “personagens-espelho” nos romances, personagens que reflectem outras, ou são os opostos de outras. Outro ponto em comum é a passagem que fazem para outras obras, sejam musicais ou literárias. Se em Murakami temos facilmente uma música que serve de ponte entre personagens - “Norwegian Wood” de Beatles -, ou abre caminho para outro mundo - como a Sinfonieeta de Janacek, em “1q84”-, em Kundera temos livros. Temos “Anna Karenina”, em “A Insustentável Leveza do Ser”, livro preferido da protagonista, e aqui, em “Ignorancia”, é o mito de Ulisses, que regressa a casa passados 20 anos, que marca o compasso à história. Muito interessante, de facto…

De volta a casa

Mais uma vez fiz um intervalo nas publicações deste blog. Desta vez deveu-se ao tempo no emprego - e à preguicite aguda de que sofro nas folgas.
Enquanto não estive por aqui, felizmente consegui manter a leitura em dia, e, portanto, nos próximos tempos vou colocando por aqui a opinião dos livros que fui lendo.
Como já devem ter reparado, o Voyage também vai ter uma leve mudança de visual, devido até à intenção de colocar outros conteúdos para além da minha humilde opinião dos livrinhos que leio.
Como também já podem ter reparado, desisti da TBR Jar... Não deu resultado. Gosto demasiado de ler o que me apetece na altura. Ler por sorteio lembrou-me, até, aqueles tempos de escola em que nos obrigavam/sugeriam a leitura de determinados livros. É tão aborrecido ler por obrigação...
Espero que tenham mantido as vossas leituras em dia e os vosso blogues actualizados. Por aqui, vou também manter o Voyage.
Bem-vindos a bordo de novo!


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Entrevista a Nuno Ferreira


Pela Chiado Editora chega  até nós agora "Espada que Sangra", um livro de fantasia épica de Nuno Ferreira.
Aqui esta viajante de letras foi espicaçada pela S pinelli e entrevistou o escritor para podermos conhecer um pouquinho mais sobre o livro - e quem está por detrás da cortina.
Para ler a entrevista basta o vosso clique aqui.
Para ler um excerto de "Espada que Sangra" basta outro aqui (uma ideia bastante boa para apresentar o romance, deixem que diga).
Boas leituras!