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segunda-feira, 13 de junho de 2016

"Que Esperam os Macacos", Yasmina Khadra

Descobri Yasmina Khadra através da Spi do Delícias à Lareira que me emprestou "Os Anjos Morrem das Nossas Feridas", um livro de que não esperava gostar tanto como gostei. Fiquei curiosa por ler mais do escritor, tanto pelo estilo de escrita como pela forma de expor problemas sociais ao longo do romance.
Comecei "Que Esperam os Macacos" com expectativas elevadas e foi exactamente o estilo de narrativa que estranhei. Pareceu-me muito opinativo, como se o autor não tivesse conseguido evitar passar para o papel os seus próprios juízos, mas assim que entrei no enredo recuperei o fascínio por Khadra. Consegue ser empolgante e dei por mim a tentar resolver o caso, apesar de este ser mais do que um romance policial.
Neste livro, acompanhamos uma investigação encabeçada por Nora, que não só é mulher num país machista como é homossexual, que ficou encarregue de desvendar o caso da  jovem encontrada morta com uma mutilação no mínimo estranha. Isto parece ser apenas um fait divers num país corrupto, onde até o "patrão" de um grupo dos media, Ed Dayem, tem de publicar os "factos" que o "Todo-Poderoso" Haj Hamerlaine ordena que existam. Deparamo-nos, assim, com um retrato de uma Argélia governada nas sombras - ou melhor, em "águas turvas" - onde a justiça e a opinião pública são influenciadas por quem as tem nas mãos. Nora e Zine nadam contra a corrente, e fica a pergunta: que esperam os macacos?
Gostei muito deste romance e não fosse a escrita teria sido perfeito para mim, até porque Khadra consegue apresentar personagens realistas com as virtudes e defeitos de qualquer ser humano,tal como prefiro. 

Sinopse
Já o leram? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!

Nota: O exemplar lido foi cedido pela Editorial Bizâncio para opinião, a que desde já agradeço pela oportunidade.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

"Os Anjos Morrem das Nossas Feridas", Yasmina Khadra

 
Tenho tanto para dizer sobre este livro, e, mesmo assim, acho que vou ficar sem palavras: adorei-o! Já tinha ouvido boas opiniões sobre ele - e confio no bom gosto da Spi - mas não estava à espera da obra que iria ter sobre as mãos. A escrita é rica, a história é tocante e, ao ser um retrato da Argélia da década de 30, ainda consegue ser um livro lúdico. Mais não se pode pedir. É um dos livros de 2015 que merece uma perfeitas 5 estrelas.
Em "Os Anjos Morrem das Nossas Feridas" conhecemos a história dura e comovente de Turambo, um "boxeaur" argelino que conhecerá uma breve ascensão no seu mundo. Turambo, que deve a alcunha à aldeia remota onde nasceu, colocou os sonhos nas mãos das mulheres que amava e não é por acaso que os capítulos do livro se dividem pelo nome das "amadas". Cada uma delas, Nora, Aida e Irène, vão marcar uma mudança na vida do protagonista.
Achei que, no fundo, contava uma história sobre o sonho e a esperança, que parecem não estar às mãos de qualquer um. Turambo só descobre que pode almejar a algo mais quando vê como vivem fora do gueto para onde a família se muda. E será que pode sequer pensar que tem esse direito?
Como referi antes, no livro conhecemos também algo mais sobre a Argélia quando era ainda uma colónia francesa, onde a própria população nativa era desprezada. Certas passagens que deixam entrever o regime de exclusão similar ao "apartheid" são revoltantes.
Tenho também de destacar as personagens, que são tão humanas que por vezes senti que estava a ler uma biografia verídica. Têm vida. Os comportamentos alteram-se, até, com o rumo do enredo, e gostei de notar isso.
Da mesma forma, gostei do estilo de escrita  rico de Yasmina Khadra. O livro é narrado de uma forma fluída, quase poética, mas ainda assim detalhada. Sempre que pegava no volume sentia-me agarrada.
Não sei se ainda é cedo para dizer que fiquei fã do autor, mas de "Os Anjos Morrem das Nossas Feridas" fiquei, e já dei por mim a recomendá-lo.
 
Foi assim que completei o desafio de Junho do Viagens à Lareira 2015. Espero que a vossa leitura também tenha sido tão satisfatória como foi a minha.
 
Boas leituras!
 
Sinopse