quinta-feira, 7 de março de 2013

"O Prisioneiro do Céu", Carlos Ruiz Zafón

Foi com alguma estranheza que comecei a ler as primeiras linhas do "O Prisioneiro do Céu". Um Daniel acomodado na vida e sem a curiosidade aguçada e um Férmin aterrorizado não seriam o usual. Mas foi com uma dose de adrenalina que o terminei!
Sem querer debitar "spoilers", digo apenas que, mais um vez, é um livro que fica na memória.
Ata pontas soltas e desvenda antigas "amizades" em que não teria pensado antes; há um mudança de atitude do bom Daniel que é quase assustadora (Cof Cof) e é um regresso esperado àquela Barcelona misteriosa e ao tão afamado Cemitério dos Livros.
Só peca num pormenor: o número de páginas. Queria mais pormenores e mais páginas - que final abrupto! Deixou-me de ressaca...
 
P.S.: Consta que há mais um volume prestes a vir à luz do dia. Cá o aguardo.
 
 
Sinopse:
 
Barcelona, 1957. Daniel Sempere e o amigo Fermín, os heróis de A Sombra do Vento, regressam à aventura, para enfrentar o maior desafio das suas vidas. Quando tudo lhes começava a sorrir, uma inquietante personagem visita a livraria de Sempere e ameaça revelar um terrível segredo, enterrado há duas décadas na obscura memória da cidade. Ao conhecer a verdade, Daniel vai concluir que o seu destino o arrasta inexoravelmente a confrontar-se com a maior das sombras: a que está a crescer dentro de si.

Transbordante de intriga e de emoção, O Prisioneiro do Céu é um romance magistral, que o vai emocionar como da primeira vez, onde os fios de A Sombra do Vento e de O Jogo do Anjo convergem através do feitiço da literatura e nos conduzem ao enigma que se esconde no coração de o Cemitério dos Livros Esquecidos.
 
Edição/reimpressão:
Páginas: 400
Editor: Editorial Planeta
ISBN: 9789896573003

sexta-feira, 1 de março de 2013

"Bons Augúrios", Neil Gaiman e Terry Pratchett

Mas que boas gargalhadas dei com este livro! O Apocalipse não é o meu tema preferido, mas ainda bem que acabei por aceitar lê-lo. Tenho que agradecer o empréstimo.
Em "Bons Augúrios" um demónio, Crowley, que não é assim tão mau - apenas andava com más companhias -  e o seu amigo Aziráfalo, um anjo não tão bonzinho quanto isso, decidem sabotar o Armagedão, até porque gostam bastante de viver no mundo. Ora, logo por acaso, um  freira satânica se tinha enganado e entregue o bebé anti-cristo à família errada. Seria o destino, afinal?
Nos ultimos dias do mundo, Adão (o filho do Lá-de-Baixo) e o seu grupo de amiguinhos (com quem forma os quatro filosóficos Eles) brincam "inocentemente" enquanto os quatro "Cavaleiros" do Apocalipse - e dois caçadores de bruxas ditos profissionais, além da descendente da profetiza que acertava em tudo - se preparam para a batalha final.
As situações descritas chegam a ser hilariantes, bem como as próprias personagens, caracterizadas de forma muito vincada. Foi um daqueles casos em que tive gosto em ler, não só pelo enredo - por muito que me preocupasse o destino de Crowley -, mas sim para saber qual o insólito que se seguia - se é que me faço entender.
Gostei muito. É divertido, satírico, e até me deixou a pensar na natureza do Bem e do Mal.
De Neil Gaiman já tinha lido "Neverwhere", que tinha personagens e situações - como telefones sem aparente funcionamento que afinal funcionam- também tão loucas que ficaram na memória até hoje, e agora posso dizer/escrever que me estou a tornar fã deste senhor.
 
Boa viagem!
 
 
Sinopse:
 
Este é o livro mais divertido alguma vez escrito sobre o Armagedão. Não vale a pena reler esta última frase, caro leitor, foi mesmo isso que se quis dizer. «Mas como é que um livro sobre o fim do mundo pode, de algum modo, ser cómico?» Ora aí é que está, caríssimo leitor, a explicação é óbvia - esta obra foi escrita por dois dos mais geniais autores de fantasy da actualidade. Ao sabor das suas endiabradas penas, até o mais inverosímil pode assumir a aparência de algo plausível! Neil Gaiman e Terry Pratchett criaram um texto que, ao fundir a fantasia e a comédia, resulta absolutamente jocoso, satírico inventivo e cheio de sabedoria. Desde o início dos tempos que Ele (Deus, o Diabo ou ambos em co-autoria conspiratória) haviam planeado o Armagedão, a Derradeira Batalha entre o Bem e o Mal, o fim do mundo tal como o conhecemos. E havia séculos que os demónios (e os anjos?) trabalhavam nesse sentido. Era chegada a hora! Faziam-se agora os últimos preparativos e tudo se ajustava para a hecatombe final. Mas os desígnios de Deus (e do Diabo?) são, como se sabe, insondáveis e, vá-se lá saber porquê, uma pequena distracção, uma simples troca de bebés, coloca o recém-nascido Anticristo na família errada e voilà! tudo corre mal! Por serem todos grandes apreciadores dos prazeres terrenos, os representantes do Céu e do Inferno, os Quatro Cavaleiros (leia-se Motoqueiros) do Apocalipse e o próprio Anticristo decidem, pasme-se, tomar as rédeas dos acontecimentos e sabotar o Armagedão! O resultado já o leitor pode imaginar - uma leitura deliciosa que nos leva às lágrimas através de um riso de proporções apocalípticas. Diabolicamente hilariante.

Páginas: 380
Editor: Editorial Presença
ISBN: 9789722332804