quinta-feira, 30 de julho de 2015

Não poderia ter gasto o dinheiro...

... numa consciência nova, por exemplo, em vez de ir matar outro animal? Por acaso era um leão famoso, mas talvez mais digno do que o tipo que pagou 50 mil euros pela sua cabeça.
 
Mundo louco. E giro, giro, é que pelos vistos o pagamento de um troféu de caça serve para financiar "esforços de conservação das próprias espécies". Abstenho-me de mais comentários.
 

 
R.I.P., Cecil, e os restantes anónimos que figuram nas paredes de um endinheirado qualquer
 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

The Hobby #6

Naqueles agora longínquos tempos da adolescência ouvir "Within Temptation" era um dos meus vícios, principalmente na altura do Inverno. Vou sempre associar esta banda à paisagem invernal do lado de lá da janela do autocarro, apesar de tudo.
É estranho pensar que agora não consigo ouvir as músicas com o mesmo prazer, até porque já não me identifico com as faixas, e que a voz que tanto invejava me parece demasiado aguda. Por outro lado também é estranho pensar que ouvia esta banda há nove ou dez anos atrás. Nove ou dez atrás? Já se passou uma década? Uau...
 
Havia a "Stand My Ground", que de tanto a ouvir me continua família. E tinha um vídeo tão fixe - na altura - saidinho de um filme de fantasia.
 
 
E a "Angels", que também era tão bonita - e era acompanhada por um videoclip com uma história brutal.
 
 
E "Mother Earth". "She gives and she takes" às vezes ainda ressoa nos ouvidos, por estranho que possa parecer.
 
 
 
E vocês, também conseguem apontar quais são os vossos "vícios musicais" adolescentes que já não seguem?
 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

"Confissões de uma Suspeita de Assassínio", James Patterson e Maxine Paetro

Quando um dia me dedicar a categorizar as leituras por níveis de exigência vou dar importância às "Leituras de Verão" e rotulo este livrinho dessa forma. Foi a leitura ideal para estes dias quentes que não devem muito à paciência, com uma linguagem mais leve do que o esperado e alguma dose de "suspense".
Neste policial os pais de Tandy Angel, são descobertos mortos no próprio quarto e todos os que vivem no apartamento de uma das famílias mais bem sucedidas de Nova Iorque são suspeito do crime. A narrativa é nos conduzida por Tandy, a mais perspicaz e fria dos irmãos Angel, que decide descobrir o assassino, mesmo que seja ela mesma. Este facto dá um toque de tensão, porque duvidamos, por vezes, da veracidade das suas palavras, ao longo da acção.
É um livro interessante, principalmente tendo em conta que Malcolm e Maud Angel concederam uma educação muito rígida aos filhos, com castigos (e recompensas) tão tremendos que não podemos descartar a hipótese de um deles ser o assassino. Ainda por cima, os irmãos são perfeitos: Mathew é já uma estrela de futebol americano; Hugo, apenas com dez anos, tem uma força temível; Tandy é a mais concentrada e Harry é o Angel artista.
Gostei muito da história que se desenrola e dos temas que esconde, que prefiro omitir para não fazer "spoiler". Até porque giro é ler sem saber o que advém daquelas páginas.
No entanto, a sinopse fazia entrever algo mais "dark" e foi com essa expectativa que entrei na leitura. Esperava um "thriller" negro, mas não tem a densidade que eu queria.
Ainda assim, a leitura foi quase compulsiva, o que também foi ajudado pelos capítulos pequenos, intercalados com as "confissões" de Tandy.
Gostei do livro, mas recomendo que partam para a leitura sem expectativas. E de preferência no Verão.
Sinopse


Este é o primeiro livro da série "Confessions". Por cá já temos o segundo volume publicado.
Conhecem o "Confissões de uma Suspeita de Assassínio"? Já o leram?

Boas leituras!

terça-feira, 21 de julho de 2015

"1617", Pedro Vasconcelos

 
O desafio deste mês possibilitou-me a descoberta de mais um autor português, o que é sempre positivo. No entanto, o livro "1617" deixou-me dividida. O engraçado é que noto que se torna mais fácil apontar os pontos fracos a um livro português, do que a um estrangeiro. Também notam isso?
 
Em relação a "1617", como já tinha referido, é o segundo volume de uma série de livros que acompanha as aventuras de um grupo de personagens nas Índias, sob o perigo da Inquisição, com o objectivo final de encontrar o Livro da Vida. Entrei um pouco a frio na história, mesmo depois da pesquisa, e, ainda de ressaca de Yasmina Khadra, estranhei um pouco a linguagem mais simples. Para além disso achei que certas cenas foram descritas a correr, e tive pena de não serem relatadas com mais pormenor.
É que o livro até é apelativo. Por vezes aponta detalhes históricos interessantes, o que para quem gosta de História é sempre um prazer, e tem um fundo mítico/fantástico que me atraiu. Destaco a forma como se conseguiu intercalar a realidade palpável e a realidade de um mundo místico, como quando Nenu se torna "sucubu" ou a adaga "kriss" é entregue a Peter.
Sendo um livro de aventuras a linguagem simples e clara é uma mais-valia, que nos leva a virar páginas para acompanhar a acção, mas em certas situações gostava de ler mais descrição do ambiente. Nem sempre me senti "numa aldeia indiana" e em livros deste género gosto de me sentir projectada no ambiente em que se desenrola a ação.
Sobre as personagens não me posso debruçar muito, já que faltou o "1613" para uma opinião mais completa a este respeito. Os protagonistas são movidos por fortes ideais e os vilões de serviço conseguem levar o leitor a desejar-lhes uma morte sangrenta. Estranhei alguns comportamentos impetuosos, mas no fundo é um livro de aventuras e é o que se pede. E é Verão e está calor, e "1617" é o entretenimento típico para esta época, já que a concentração às vezes falha.
Esperava mais, mas fiquei curiosa por ler os restantes.
 
Sinopse
 
Conhecem o livro?
 
Boas leituras!
 



quarta-feira, 15 de julho de 2015

II Festival Portalegre Core - Teaser

 
 
 
 
Foi assim que correu o II Festival Portalegre Core: a organização gostou; os festivaleiros divertiram-se. Para quem já sente saudades deixo o teaser do DVD da edição de 2015 que pode depois adquirir aqui.
Para o ano há mais e contamos com a tua presença, caro leitor.
 
Somos Portalegre Core!
 
 

Fotografias de uma pessoa normal

Este assunto não é novo: nós, seres humanos, conseguimos ser hipócritas. Já repararam como defendemos a diversidade, mas não temos problemas em apontar o dedo a quem é diferente? Damos por nós a concordar que todos os corpos são distintos, cada um é como é, mas no fundo continuamos a perpetuar o culto do corpo muito esbelto e a definir quem deve vestir a peça "X"  e a quem o penteado "Y" fica melhor.
No entanto, o assunto não é a diversidade e sim o aspecto natural de um corpo.
Isto vem a propósito de umas fotografias da pessoa conhecida por Lady Gaga de férias nas Bahamas que vi numa certa e determinada publicação portuguesa sobre "celebridades" e gente "conhecida" que "nunca vi mais gorda" - tipo os descendentes da "nobreza" e afins.
 
Bem, estava a folhear a revista, e, confesso, a cuscar os supostos escândalos do costume, quando me deparei com as fotos de Lady Gaga sem retoques, mais rechonchuda do que o habitual que é mostrado e com sinais de estrias. E a o título versava qualquer coisa como "Lady Gaga de férias - pouco - sexy".
Eu não sou fã da cantora. Não gosto propriamente da voz dela e desconfio que as aparições "artísticas" que faz são apenas uma chamada de atenção - e fazem-me comichão as pessoas que vivem para atrair os olhos dos outros. Assim, não tive problema em congratular-me por Lady Gaga não aparecer escultural. Senti-me até mais bonita do que ela.
Depois senti-me hipócrita. A comparação deixa-nos tão felizes, infelizmente, e torna-se tão triste rirmo-nos dos corpos dos outros. Somos seres humanos. É normal que apresentemos corpos diversificados e que não sigam a linha que a sociedade nos ensina que é a ideal. Não somos andróides.  A Stefani Germanotta é uma mulher, apenas. Aparecer com o corpo que tem seria apenas o normal, não é? Não seria pior mostrar-se toda "plastificada"? Nesse caso não ficaríamos também horrorizados? É que não percebemos  porque gostam de pagar cirurgias que transformam "pessoas" em "bonecas" com grandes lábios, grandes maxilares, peles repuxadas em gente com a voz da bisavó.
E no fundo, a quem é que interessa se a tipa engordou ou não se exercitou? Estava de férias. Nas Bahamas.
Quem me dera:
a) Ter férias já marcadas;
b) Um dia sequer planear uma viagem às Bahamas!
 
Gostamos de perceber que os "deuses/celebridades" afinal são reais, o que nos deixa tão curiosos por ver algo que os desmistifique, como as notícias sobre depressões de alcoolismo e as fotografias de actrizes sem maquilhagem.
O perigoso desta questão leva-me a quem transmitiu a mensagem. Já não é a primeira vez que partilho a minha indignação por um órgão de comunicação social deixar passar informação que não acho que seja a mais adequada. Os media são poderosos. Sei que no fundo a revista persiste para deixar a população comum sonhar com as grandes casas, a alta-costura e as vidas perfeitas dos famosos, e ler artigos que mostram à "plebe" que "os ricos" também sofrem e que até podem ser mais infelizes. Quantas portugueses não se terão sentido melhores do que a Lady Gaga? É uma boa estratégia para elevar autoestimas. Mas há formas melhores de o fazer. Não poderiam ter passado uma mensagem mais positiva? Algo do género de: "Lady Gaga (mais) natural nas Bahamas" ou "Lady Gaga foi apanhada desprevenida de férias e não quer saber disso para nada porque tem muito "guito" e pode alterar o rabo e tudo o que quiser". Qualquer coisa. Qualquer coisa que mostrasse que Gaga/Stefani é como nós e que isso é o suposto. 
Mas não, descobre-se uma foto de uma celebridade de celulite à mostra e é um alarido à volta do "defeito".
 
Enfim.
 
1. Lady Gaga igual ao resto das pessoas na praia
2. Stefani relaxa nas Bahamas
É impressão minha ou as sobrancelhas descoloradas parecem mais chocantes?



 

terça-feira, 14 de julho de 2015

Viagens à Lareira 2015 - Julho

Este mês vamos prestar atenção aos nossos escritores. Com a autorização da Spi vou oferecer a hipótese de escolha entre autores portugueses ou autores de língua portuguesa.
Não quero ser egoísta, mas este desafio é uma boa oportunidade de finalmente ler "Quantas Madrugadas Tem a Noite", de Ondjaki, ou "A Confissão da Leoa", de Mia Couto, que há muito perduram na estante.
 

 
O outro livro selecionado para este desafio é o "1617", de Pedro Vasconcelos. É o segundo volume de uma trilogia, no entanto, já comecei a lê-lo e acho que, para já, não preciso de adquirir os restantes. Foi-me oferecido com carinho e sendo passado nas "Índias" daquela época piscava-me o olho, pelo que não consegui esperar.

 
Só sinto um senão nas minhas escolhas. Será boa ideia ler romances situados em zonas quentes nesta altura do ano? A ver vamos.
 
Quais são os vossos planos para este mês?
 
Boas viagens à lareira!


segunda-feira, 13 de julho de 2015

Nova entrevista!

Um dia, a Spi - porque tinha de ser ela, que é uma espécie de fada-madrinha para gente molengona como eu - contou-me como tinha visto uns marcadores bem giros e logo sugeriu que se poderia entrevistar quem os fez.
O processo alongou-se. Na altura sentia-me ocupada e demorei a alinhavar o guião da entrevista. Entretanto o II Festival Portalegre Core exigiu atenção a nível físico - e algum descanso no final - e hoje, finalmente, conseguimos publicar a entrevista à Vanessa Ribeiro, que tem em mãos o projecto "Pitada de Sonhos". 
A Vanessa personaliza produtos de uma forma muito própria, delicada e bem bonita. Fiquei caidinha pelos marcadores de livros que ilustra e achei as canecas amorosas.
 
 
Deixo-vos os links da entrevista, publicada no Delícias à Lareira, e do blog da ilustradora.
Espero que gostem!
 

"Os Anjos Morrem das Nossas Feridas", Yasmina Khadra

 
Tenho tanto para dizer sobre este livro, e, mesmo assim, acho que vou ficar sem palavras: adorei-o! Já tinha ouvido boas opiniões sobre ele - e confio no bom gosto da Spi - mas não estava à espera da obra que iria ter sobre as mãos. A escrita é rica, a história é tocante e, ao ser um retrato da Argélia da década de 30, ainda consegue ser um livro lúdico. Mais não se pode pedir. É um dos livros de 2015 que merece uma perfeitas 5 estrelas.
Em "Os Anjos Morrem das Nossas Feridas" conhecemos a história dura e comovente de Turambo, um "boxeaur" argelino que conhecerá uma breve ascensão no seu mundo. Turambo, que deve a alcunha à aldeia remota onde nasceu, colocou os sonhos nas mãos das mulheres que amava e não é por acaso que os capítulos do livro se dividem pelo nome das "amadas". Cada uma delas, Nora, Aida e Irène, vão marcar uma mudança na vida do protagonista.
Achei que, no fundo, contava uma história sobre o sonho e a esperança, que parecem não estar às mãos de qualquer um. Turambo só descobre que pode almejar a algo mais quando vê como vivem fora do gueto para onde a família se muda. E será que pode sequer pensar que tem esse direito?
Como referi antes, no livro conhecemos também algo mais sobre a Argélia quando era ainda uma colónia francesa, onde a própria população nativa era desprezada. Certas passagens que deixam entrever o regime de exclusão similar ao "apartheid" são revoltantes.
Tenho também de destacar as personagens, que são tão humanas que por vezes senti que estava a ler uma biografia verídica. Têm vida. Os comportamentos alteram-se, até, com o rumo do enredo, e gostei de notar isso.
Da mesma forma, gostei do estilo de escrita  rico de Yasmina Khadra. O livro é narrado de uma forma fluída, quase poética, mas ainda assim detalhada. Sempre que pegava no volume sentia-me agarrada.
Não sei se ainda é cedo para dizer que fiquei fã do autor, mas de "Os Anjos Morrem das Nossas Feridas" fiquei, e já dei por mim a recomendá-lo.
 
Foi assim que completei o desafio de Junho do Viagens à Lareira 2015. Espero que a vossa leitura também tenha sido tão satisfatória como foi a minha.
 
Boas leituras!
 
Sinopse