sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Feliz Natal, leitores!


"Carol of the Bells", por Pentatonix


"(...) Christmas is here
Bringing good cheer
To young and old
Meek and the bold

Ding dong ding dong
That is their song
With joyful ring
All caroling. (Oh! Oh! Ahh)

One seems to hear
Words of good cheer
From everywhere (From everywhere)
Filling the air

Oh how they pound, (Oh how they pound)
Raising the sound
O'er hill and dale
Telling their tale. (Telling their tale)"


Umas boas festas para todos!
Su 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

"O Assassinato de Roger Ackroyd", Agatha Christie

Com o final do ano a aproximar-se, reparei que finalmente cheguei à infame fase do "reading slump". Dei por mim com receio de começar a ler um livro e a ver-me obrigada a devolvê-lo à estante mas, como cada um tem as suas manias, não conseguia sossegar até escolher um. Já repararam como afinal a TV e os jogos do tablet não são tão atractivos se afinal não tivermos nenhum livro à nossa espera? Seres humanos...
Bem, já há muito tempo que não lia Agatha Christie. Foi das primeiras autoras para adultos que li e lembro-me de uma semana de Verão do início da adolescência em que me diverti imenso a devorar "Os Crimes do ABC" e "O Mistério dos Sete Relógios" para desvendar o final. Acontece que dei por mim a ler listas de sugestões para o Inverno para me inspirar e lá aparecia este.
Assim foi e sabem, sugiro policiais para saírem desta fase. Vão mesmo sentir-se a compelidos a ler, porque por mais cansados que estejam, saber quem raio é o assassino vai de certeza atrair-vos para a leitura.

Explicando de forma muito simples, neste livro o fidalgo Roger Ackroyd é assassinado no próprio escritório. É o médico da aldeia, o Dr. Shepard, que nos relata os acontecimentos e depressa percebemos que toda a gente que habitava a casa tinha um motivo para assassinar Ackroyd. Ainda para mais, quando se suspeita que a senhora por quem ele se sentia atraído se tenha suicidado depois de ser chantageada, acusada de envenenar o próprio marido alcóolico.
Parece imenso para uma pequena aldeia, não é? A sorte - ou o azar do assassino - é que, por acaso, Hercule Poirot se tinha mudado para lá e depressa é posto ao leme da investigação pela sobrinha do falecido, Flora.
 
Gostei de ler o livro e até tenho medo de vos expor demasiado sobre ele.  A autora tem o talento de espalhar as informações pela história e é sempre engraçado tentarmos resolver o caso. Por acaso, o culpado estava entre a minha lista de principais suspeitos! É o que dá lermos reviews imediatamente antes de pegarmos num livro. Portanto, já sabem: se querem ser realmente surpreendidos, se leram isto e ainda não leram o livro, não lhe peguem já, nem no próximo dia. Esqueçam-se de que a resolução pode ser surpreendente e de que Agatha Christie sabia o que estava a fazer quando o escreveu.
Para além disso - olhem eu a mudar de conversa - diverti-me a lê-lo. Está envolvido naquela leve ironia das histórias passadas em localidades pequenas, onde abunda a coscuvilhice.
Algumas passagens pareceram-me um tanto teatrais, mas é um policial "à-moda-antiga". onde o mordomo é o primeiro suspeito, e perdoo-o pela sua originalidade. Quando foi lançado deve ter dado que falar...

Sinopse
Já o leram? Digam-me, conseguiram desvendar o mistério?
Boas leituras!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Divulgação | "O Memorial do Convento", José Saramago

Numa edição especial e limitadíssima, a Guerra e Paz vai publicar o Memorial do Convento, de José Saramago, com ilustrações de João Abel Manta. O nascimento deste livro dava um pequeno romance. O editor José da Cruz Santos sonhou esta edição com José Saramago: « Ter o João Abel Manta e o Carlos Reis connosco é um presente do céu quando o havia. Só de pensar que vou ter um livro meu ilustrado pelo João Abel faz com que o pulso se me acelere», disse-lhe, numa carta, o autor do Memorial do Convento

Agora, a Guerra e Paz editores concretiza esse sonho. Num livro de capa dura, com um formato de 16,5 cm de largura, por 24 cm de altura, com um reforço de lombada em tecido vermelho, incluindo 20 ilustrações inéditas de João Abel Manta a 4 cores, sendo duas das ilustrações reproduzidas em dípticos com 33 cm de largura. Com guardas vermelhas e um fitilho esta é uma edição raríssima, de apenas 500 exemplares, que não voltará a ser reimpressa. Para guardar, religiosamente, se assim se pode dizer. O livro vai chegar às livrarias no dia 7 de Dezembro.

Esta edição só foi possível pela imensa gentileza de José da Cruz Santos e da Modo de Ler, que a cederam à Guerra e Paz, e por especial deferência da Porto Editora, da Fundação Saramago e dos herdeiros de José Saramago, que a autorizaram. A Guerra e Paz agradece ainda a João Abel Manta e à sua filha, bem como ao Professor Carlos Reis as autorizações concedidas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

"A Bibliotecária de Auschwitz", Antonio G. Iturbe

"A Bibliotecária de Auschwitz" é baseado na vida de Dita Dorochova, que aos 14 anos foi responsável pelos parcos livros numa escola clandestina do infame campo de concentração. 

Ora, por norma as crianças não viviam nestes campos - nem os idosos ou enfermos - pelo que no início fica a dúvida sobre o objectivo da existência do campo familiar. O barracão 31 seria um local onde as crianças estariam ocupadas enquanto os pais trabalhavam. Acontece que Fredy Hirch, um judeu alemão cheio de fibra, depressa o transforma numa escola, com professores, alunos que por momentos se poderão sentir crianças, e, até, uma biblioteca. Têm livros "vivos", e uns quantos de papel, de que Dita se ocupa, o que é muito perigoso, já que são items proibidos ali. 
Vamos seguindo o dia-a-dia desta rapariga perspicaz, a sua adoração por Hirch e o medo do Dr. Mengele, e, no fundo, a luta pela sobrevivência física e mental num local que foi uma autêntica "fábrica de morte". Para além da de Dita, conhecemos a perspectiva de outros prisioneiros e, até, de um SS.
Partimos do princípio de que esta leitura não vai ser fácil, e acreditem, não é. As condições eram péssimas, bem o sabemos. Preparem-se para ler sobre o frio polaco, os beliches cheios de pulgas e a fome, aquela sensação omnipresente ao longo das páginas porque o caldo aguado que fazia de sopa não chega para a satisfazer.  São relatos duros.
O romance é uma sucessão de estaladas, mas também é um hino à esperança. No fundo, é sobre pessoas que tentam manter a sua humanidade e dignidade; que tentam continuar a ver a beleza entre a fealdade.  O professor Morgenstein faz passarinhos de papel e apanha flocos de neve; há quem consiga descobrir o amor; e Dita refugia-se nas suas recordações, porque esse "álbum de fotografias" ninguém lho tira. E nos livros, essas "granadas" que esconde no escritório de Hirch.
É que eles são perigosos, fazem pensar, mas também são um escape e Dita lembra-nos o poder da leitura por diversas vezes. Ela sabia que "não importava quantas barreiras os Reichs do planeta erguessem à sua frente, porque se abrisse um livro poderia passá-las todas" (pág. 95).

Se eu gostasse de sublinhar os meus, este estaria já todo sujo de carvão. É um livro que se torna bonito: é sobre heróis ao seu modo, porque resistiram a um regime brutal que os tentou despojar de tudo o que os fazia humanos, durante um momento tão feio da nossa História europeia.
Leiam-no, que vale tanto a pena. Eu adorei-o.

Sinopse

Já o leram também? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!