domingo, 23 de julho de 2017

"Shalimar o Palhaço", Salman Rushdie

Acho que a minha estreia com Salman Rushdie não poderia ter sido melhor. "Shalimar o Palhaço" foi um daqueles casos em que a leitura se demora para melhor se apreciar e adorei.
Neste romance sobre vingança somos guiados pelo autor às vidas de India, Max, Boonyi e Shalimar, o Palhaço, quatro personagens peculiares ligadas pelo sangue - literalmente. O assassínio de Max Ophuls à porta do prédio da casa da filha, India, é o ponto de partida, um evento que a princípio parece prender-se a questões políticas, mas que acaba por se revelar bem mais pessoal.  Através das personagens, somos levados de Los Angeles  para França e Caxemira, acompanhando eventos onde as diferenças entre a população ou entre conquistador e conquistado, provocam pontos de tensão até à ruptura.

Achei muito interessante perceber como o autor conseguiu quase metamorfosear questões políticas através das ligações entre os personagens, até porque não há melhor do que aprender enquanto somos bem entretidos - ou vermo-nos obrigados a pesquisar, o que é sempre uma mais-valia. Enquanto isso, o próprio enredo é especial, trágico, ou não fossem as más escolhas de cada um as escolhas de cada ser humano. Quem nunca percebeu que o que procurava estava mesmo à sua frente?
As próprias personagens tocaram-me de uma forma que não esperava. Rushdie tem um toque narrativo tão próprio que temi sentir-me afastada das personalidades de cada um, a princípio, mas o certo é que elas a pouco e pouco entranham-se e de certeza que me vou lembrar delas por uns tempos. 
E nem falo do surrealismo que permeia a história. Certas passagens tornam-se encantatórias, e adoro quando isso acontece.
Posto isto, só posso recomendar a leitura de "Shalimar o Palhaço". É um livro que vale a pena descobrir. Através dele temos também passagens pela Resistência Francesa e campos de treino terroristas, numa demonstração de que, no fundo, todos somos iguais. Achamos todos que nós é que estamos certos, e todos queremos liberdade e amor - e para tal somos capazes das piores coisas, tal como Shalimar, o Palhaço.

Acho que os fãs de Yasmina Khadra e Gabriel García Márquez vão gostar...


Sinopse

E vocês, já leram o livro? Qual é a vossa opinião? Digam-me também qual é vossa teoria sobre o final...
Boas leituras!

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Descansa em paz, Chester...


When my time comes
Forget the wrong that I've done
Help me leave behind some
Reasons to be missed
And don't resent me
And when you're feeling empty
Keep me in your memory
Leave out all the rest
Leave out all the rest

"Leave Out All The Rest", Linkin Park


Lamento que a voz que tanto marcou a minha adolescência não tenha escapado aos próprios demónios. Descansa agora em paz, Chester...


quarta-feira, 19 de julho de 2017

Divulgação | Novidades Guerra e Paz já disponíveis

O fim da Extrema-Esquerda em Angola
Leonor Figueiredo
15x23
264 páginas
16,90 €
Não Ficção / História Política
Nas livrarias a 19 de Julho
Guerra e Paz Editores 


A jornalista Leonor Figueiredo, que nasceu em Portugal e cresceu em Angola, resume no livro O Fim da Extrema-Esquerda em Angola, o resultado de uma investigação que encetou, apoiada em mais de 30 testemunhos recolhidos nos dois países e num espólio relativamente reduzido, uma vez que grande parte dos documentos terá sido apreendido ou destruído. No ano e meio que mediou entre a Revolução dos Cravos em Portugal e a independência de Angola a 11 de Novembro de 1975, viveu-se um intenso período de democracia. Este livro procura relatar a complexidade dos caminhos de aprendizagem da liberdade e do debate político, ajudando a compreender melhor o que se passou. A denunciar o que a história oficial não conta. Com prefácio do historiador Jean-Michel Mabeko-Tali.
No final de 1974, dois MPLA encontraram-se pela primeira vez em Luanda. Um, era o movimento oficial, com os seus dirigentes e os guerrilheiros vindos da mata e de Brazzaville. O outro, era um MPLA informal, heterogéneo, composto por jovens que o imaginaram ouvindo, na rádio, as emissões clandestinas do Angola Combatente. Após o 25 de Abril de 1974, esses jovens tornam-se politicamente muito activos, desenvolvendo acções, em nome do MPLA, nas escolas e nos musseques.
Foi o choque de duas gerações e de duas ideologias, a pró-soviética da cúpula do MPLA e a maoista dos jovens idealistas. As primeiras prisões políticas ocorreram ainda antes da independência de Angola. Estima-se que mais de cem militantes desta extrema-esquerda, dos CAC, da OCA e do NJS, foram presos e torturados, até 1980. Só depois de várias e prolongadas greves de fome é que os libertaram. Eram homens e mulheres, angolanos e portugueses.
Este é o quarto livro de Leonor Figueiredo a abordar períodos da História Contemporânea de Angola. O primeiro debruça-se sobre a descolonização e o abandono a que as autoridades portuguesas votaram os seus cidadãos; o segundo faz a biografia de Sita Valles, uma mulher que se cruzou com o sangrento 27 de Maio de 1977; e o terceiro vem revelar um desconhecido movimento estudantil que fervilhou em Angola nos anos de 1974 e 1975. 



As Aventuras de Huckleberry Finn
Mark Twain
15x23
312 páginas
17,00 €
Ficção / Literatura Estrangeira
Nas livrarias a 19 de Julho
Guerra e Paz Editores

 Um ano depois de publicar «As Aventuras de Tom Sawyer», Mark Twain deixou-se levar por aquela que é uma das suas mais aclamadas obras: As Aventuras de Huckleberry Finn. Publicado originalmente em 1884, no Reino Unido, este livro surge como sequela do primeiro, desta vez, centrado em Huckleberry Finn, Huck para os amigos, o rapaz de origens humildes, eterno companheiro de aventuras de Tom Sawyer, que aqui adopta o papel de narrador. Mais maduro e incisivo, As Aventuras de Huckleberry Finn aborda temas como o racismo, a violência e a liberdade, assumindo um tom mais sombrio, mas sem perder o aprumado sentido do cómico e a fina ironia de Mark Taiwn. É o mais recente livro da colecção de clássicos da Guerra e Paz e chega às livrarias a 19 de Julho, com tradução de Miguel Nogueira.
 Esta é história de um rapaz e de um rio. Uma história de aventuras e amizade publicada há 133 anos que se mantém tão actual nos dias de hoje como então, tal como destacado na nota introdutória e nas considerações de T. S. Eliot, Norman Mailer e Ernest Hemingway incluídas nesta edição da Guerra e Paz. Huckleberry Finn ultrapassa os limites da literatura e é agora um mito, um mito comparável a Ulisses, Fausto, Quixo­te, Dom Juan, Hamlet, segundo T. S. Eliot. Sozinho, fundou a literatura de um país. É Hemingway a dizê-lo, e acrescenta: é «uma inovação, uma nova descoberta da língua inglesa».


lisboa em Camisa
Gervásio Lobato
15x23
240 páginas
16,00 €
Ficção / Romance
Nas livrarias a 19 de Julho
Guerra e Paz Editores


Diz-se em camisa como quem diz em cuecas. Estávamos no final do séc. XIX quando Gervásio Lobato – por sinal tio-tetravô do humorista Nuno Markl – escreveu aquele que é um dos romances que melhor satiriza a vida quotidiana do mundo burguês alfacinha de então. Estranhamente, um livro que se mantém tão actual que é como se ainda nos pudéssemos cruzar com as suas personagens nas ruas do Chiado, no centro da cidade, apanhadas em flagrante delito. Em camisa, dir-se-ia na altura. De esquecido e arrumado a um canto sem a glória devida, Lisboa em Camisa regressa às livrarias a 19 de Julho com o cunho da Guerra e Paz.
Publicado pela primeira vez em 1882, em jeito de folhetim, do Diário da Manhã, este é um livro que esmiúça comportamentos, ridiculariza-os e leva-os a um extremo em que o riso é inevitável. Lisboa em Camisa conta-nos as peripécias da família Antunes, oriunda do Algarve, que se instala em Lisboa, na Rua dos Fanqueiros. Uma acutilante paródia cujo foco passa pela decadência da nobreza, ascensão da burguesia, aparecimento das profissões liberais e início da industrialização, num registo que roubou este comentário a Manuel Pinheiro Chagas: «São […] uns folhetins admiráveis, cheios de verdade, de fina observação, com tipos engraçadíssimos, quadros cómicos de um chiste inexcedível».
Outrora um dos grandes nomes do humor português, Gervásio Lobato é hoje um autor recordado apenas por uma rua com o seu nome em Campo de Ourique. Jornalista e ro­mancista, o seu humor e comicidade passaram de mãos em mãos, de geração em geração. Lisboa em Camisa foi, desde a publicação em 1882, o seu mais estrondoso êxito, com inúmeras edições. O tema é Lisboa, uma Lisboa que o autor despe ou surpreende em camisa. Um romance que lido hoje é a actualidade apanhada em flagrante delito.


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quinta-feira, 13 de julho de 2017

Divulgação | Novidades Bertrand Editora já disponíveis:

Género: Literatura / Romance | Tradução: Ana Lourenço | Formato: 15 x 23,5 cm | N.o de páginas: 384 | Data de lançamento: 7 de julho de 2017 | PVP: € 18,80 | ISBN: 978-972-25-3346-1

Quando a mãe de Elan Mastai morreu, o guionista de Hollywood sentiu, de forma visceral, que o tempo não é ilimitado. Olhando para trás, Mastai reconheceu que a fúria da juventude faz com que criemos obstáculos que nos impedem de atingir as coisas que queremos e é muito fácil convencermo-nos de que não falhamos se, na verdade, não tentarmos. Foi a partir desta reflexão que Elan criou Um Mundo de Pernas Para o Ar.
O primeiro romance do canadiano conta a história de Tom Barren. Estamos em 2016 e neste mundo, utópico, não há guerra nem pobreza. Os carros voam, as viagens no tempo são uma realidade e os abacates estão sempre no ponto certo para serem consumidos.
Apesar disso, Tom não é feliz. Acabou de perder a mulher dos seus sonhos e, de coração partido, decide usar uma máquina do tempo que, ao invés de o transportar através do tempo, o traz para a nossa realidade do ano de 2016. Um mundo, bem sabemos, imperfeito mas onde ele descobre uma versão encantadora da sua família, da sua carreira e de uma mulher que pode bem ser a sua alma gémea. É aí que Tom tem de enfrentar uma escolha impossível: regressar para a sua vida utópica mas pouco emocionante ou ficar neste mundo caótico, ao lado da mulher da sua vida.
Um livro que mistura comédia, romance e ficção científica, recheado de humor e humanidade, acerca das difíceis escolhas que fazemos na vida. Foi um dos livros mais disputados do ano e os direitos para a sua adaptação ao cinema já foram comprados. Nas livrarias a 7 de julho.


Género: Literatura / Thriller | Tradução: Fernanda Oliveira | Formato: 15 x 23,5 cm | N.o de páginas: 384 | Data de lançamento: 7 de julho de 2017 | PVP: € 17,70 | ISBN: 978-972-25-3389-8

Ao fim de 30 livros protagonizados por heróis masculinos, John Grisham traz-nos a advogada Lacy Stoltz, perita em questões sobre o comportamento dos juízes. Este é outro ambicioso olhar sobre a corrupção, desta vez envolvendo uma juíza.

Lacy é uma experiente investigadora da Comissão de Conduta Judicial da Flórida. Um dia, surge no seu escritório Greg Myers, um advogado caído em desgraça, ex-presidiário, que vive num barco, bebe cerveja ao som de Jimmy Buffett e tenta agora recuperar alguma da sua dignidade. Greg traz-lhes o caso de alguém que quer denunciar a juíza mais corrupta «na história da jurisprudência americana».
Durante quase duas décadas, a juíza em causa esteve envolvida na construção de um casino, em território nativo americano, financiado pela máfia. A juíza deixa-os agir impunemente e recebe a sua parte. Mas Greg quer acabar com este esquema danoso e ajudar o seu cliente, a fonte da denúncia, que procura ainda uma recompensa pelas suas ações. Lacy aceita o caso mas cedo percebe que este processo tem todos os ingredientes para se tornar perigoso. Muito perigoso.

Uma história que mistura assassinatos, corrupção e dinheiro sujo, muito sujo. O livro mais eletrizante do ano.



Género: Literatura | Romance | Formato: 15 x 23,5 cm | N.o de páginas: 512 | Data de lançamento: 7 de julho de 2017 | PVP: € 18,80 | ISBN: 978-972-25-3300-3

Jodi Picoult, uma das autoras mais populares da atualidade, está de regresso com um novo livro: Terra de Espíritos. Desta vez a autora aventura-se na temática do paranormal, mas sem nunca abandonar as questões éticas e morais que estão sempre presentes nos seus livros.

Terra de Espíritos conta-nos uma extraordinária história de espíritos, de amor e de destino, marcada por um crime passional e centrando-se numa parte obscura e pouco conhecida da história norte-americana: o projeto eugénico dos anos 30, que visava “melhorar” o património genético da raça humana.
Neste contexto, é explorada a maneira como as coisas voltam para nos assombrar. Tanto literal como figuradamente.

«O amor verdadeiro é como os fantasmas: todos falam dele, mas poucos o viram».




Género: Moda| Formato: 14 x 20,5 cm | N.o de páginas: 272 | Data de lançamento: 7 de julho de 2017 | PVP: € 18,80 | ISBN: 978-972-25-3390-4

Quem nunca sonhou em ter um estilo parisiense, que atire a primeira pedra. Com o livro Seja Parisiense onde quer que esteja, a concretização deste objetivo está agora ao alcance de todas.

Quatro mulheres talentosas e boémias, com carreiras na música, no cinema, na moda e na publicidade – Sophie Mas, Audrey Diwan, Caroline de Maigret e Anne Berest – revelam os seus segredos e falhas, e, num registo espirituoso, ensinam o significado de se ser uma verdadeira parisiense.

Em Seja Parisiense onde quer que esteja, as quatro autoras levam-nos até um primeiro encontro, uma festa, um fim de semana no campo, entre outras situações. Dizem-nos como nos devemos vestir, divertir, comportar, como sermos naturais e misteriosas. Partilham connosco como se sentem em relação às crianças, ao ginásio e ao casamento, entre tantas outras revelações.

«No estrangeiro, há várias questões em torno da mulher francesa que suscitam interesse. De onde lhe vem aquela despreocupação, aquela sua maneira de ser chique parecendo não fazer qualquer esforço para tal? Como se cultiva aquele sentido peculiar do despenteado? O que faz ela para inspirar tantas fantasias nos homens, ao mesmo tempo que lhes impõe igualdade entre os sexos?»


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