quarta-feira, 4 de abril de 2012

"As Serviçais"

"As Serviçais", de Kathryn Stockett, fazem parte daquela secção de livros que me deixam com a lagriminha no olho no final. Vi o filme primeiro, mas é claro que o livro foi bem melhor. 
Somos transportados para a Jackson, Mississipi, dos anos 60 - uma época e uma cidade em que "é normal" que brancos e negros não se misturem - pela perspectiva de Aibileen, Minny, duas criadas amigas, e Skeeter, a aspirante a escritora. Juntas vão dar início a um projecto que poderá ter consequências graves...
O livro aborda o tema da segregação racial nos sul dos EUA através da perspectiva das criadas e mães de família negras, do seu quotidiano, o que é pouco usual, e tem um bom enredo. E personagens convincentes: Aibileen, terna e maternal, que ensina outra mentalidade a Mae Mobley, a bebé da família para quem trabalha e vai mostrar o seu valor; Minny, a língua afiada que não tem um casamento feliz, apesar de ser uma mulher forte; Skeeter, a aspirante a escritora e jornalista que consegue ver a própria cidade com outros olhos; as "senhoras brancas", como a implacável Hilly, presidente da Liga e ex-patroa de Minny, Elizabeth, descuidada mãe de Mae Mobley e Celia Foote, que nasceu pobre e noutra cidade, não vendo qualquer problema em tornar-se amiga da criada.
Foi também interessante ler como a ideia da segregação estava tão enraizada, ao ponto de o namorado de Skeeter, Stuart, não compreender porque estava a tentar "mudar as coisas", quando "estavam bem, assim", ou de ensinarem crianças de que os negros eram "menos inteligentes" e que "tinham outras doenças". 
Não sei se poderemos incluir "As Serviçais" na mesma categoria de um clássico como "Por favor, não matem a cotovia", mas não é um romance qualquer. Tem valor e recomendo.




Sinopse: 

O maior fenómeno literário dos últimos anos nos EUA chegou a Portugal

Um romance que vai fazer de si uma pessoa diferente. Skeeter tem vinte e dois anos e acabou de regressar da universidade a Jackson, Mississippi. Mas estamos em 1962, e a sua mãe só irá descansar quando a filha tiver uma aliança no dedo. Aibileen é uma criada negra, uma mulher sábia que viu crescer dezassete crianças. Quando o seu próprio filho morre num acidente, algo se quebra dentro dela. Minny, a melhor amiga de Aibileen, é provavelmente a mulher com a língua mais afiada do Mississippi. Cozinha divinamente, mas tem sérias dificuldades em manter o emprego... até ao momento em que encontra uma senhora nova na cidade. Estas três personagens extraordinárias irão cruzar-se e iniciar um projecto que mudará a sua cidade e as vidas de todas as mulheres, criadas e senhoras, que habitam Jackson. São as suas vozes que nos contam esta história inesquecível cheia de humor, esperança e tristeza. Uma história que conquistou a América e está a conquistar o mundo. 

Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 464
Editor: Saída de Emergência

2 comentários:

  1. Eis um livro que estou com vontade de ler há imenso tempo. Nem me atrevi a ver o filme porque quero ler o livro primeiro.
    Obrigada pela tua opinião!

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  2. É um livro que vale a pena :D de nada!

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