“A Livraria” deixou-me
dividida. É daqueles livros raros com frases improváveis que nos dão vontade de
reler, com personagens com que me identifico, mas com um final repentino que
não faz jus à história.
Florence, a
protagonista, é uma viúva de meia-idade que decide dar um novo rumo à vida.
Como tal, na pequena localidade onde vive, decide comprar a Old House, uma
mansão antiga – a cair de podre e assombrada – para a transformar numa
livraria.
No entanto, esta
decisão não é bem vista por algumas das pessoas que a rodeiam, como o bancário
que trata do empréstimo, ou Mrs. Gamart, uma senhora influente que vai puxando
os cordelinhos para tirar a Old House das mãos de Florence. Não simpatizei com
esta personagem. Nem com Milo, de quem desconfiei desde que aparece. Por outro
lado, Christine, a pequena ajudante da livraria, muito prática e sem rodeios,
torna-se inesquecível.
É passado numa
localidade pequena, com os típicos constrangimentos de um sítio assim e o facto
da Old House estar assombrada deu um toque cómico – ou melhor, trágico-cómico –
a algumas situações. Infelizmente, o livro centra-se muitas vezes na
contabilidade da loja, o que se torna um pouco aborrecido. Além disso, tinha a
expectativa de que fosse tratar assuntos mais polémicos, já que a sinopse destaca
o momento em que Florence coloca o “Lolita”, de Vladimir Nobokov, à venda.
Malditas sinopses!
De qualquer forma, é
diferente e fornece uma boa leitura. Gostei da forma como foi escrito e, no
fundo, “A Livraria” parece ser daquele tipo de livros que fica na memória.
Tenho pena que tenha
acabado tão depressa.
Já o leram? O
que acharam?
Boas leituras!