segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"A Livraria", Penelope Fitzgerald

“A Livraria” deixou-me dividida. É daqueles livros raros com frases improváveis que nos dão vontade de reler, com personagens com que me identifico, mas com um final repentino que não faz jus à história.
Florence, a protagonista, é uma viúva de meia-idade que decide dar um novo rumo à vida. Como tal, na pequena localidade onde vive, decide comprar a Old House, uma mansão antiga – a cair de podre e assombrada – para a transformar numa livraria.
No entanto, esta decisão não é bem vista por algumas das pessoas que a rodeiam, como o bancário que trata do empréstimo, ou Mrs. Gamart, uma senhora influente que vai puxando os cordelinhos para tirar a Old House das mãos de Florence. Não simpatizei com esta personagem. Nem com Milo, de quem desconfiei desde que aparece. Por outro lado, Christine, a pequena ajudante da livraria, muito prática e sem rodeios, torna-se inesquecível.
É passado numa localidade pequena, com os típicos constrangimentos de um sítio assim e o facto da Old House estar assombrada deu um toque cómico – ou melhor, trágico-cómico – a algumas situações. Infelizmente, o livro centra-se muitas vezes na contabilidade da loja, o que se torna um pouco aborrecido. Além disso, tinha a expectativa de que fosse tratar assuntos mais polémicos, já que a sinopse destaca o momento em que Florence coloca o “Lolita”, de Vladimir Nobokov, à venda. Malditas sinopses!
De qualquer forma, é diferente e fornece uma boa leitura. Gostei da forma como foi escrito e, no fundo, “A Livraria” parece ser daquele tipo de livros que fica na memória.
Tenho pena que tenha acabado tão depressa.
 
Já o leram? O que acharam?
 
 
http://www.bertrand.pt/ficha?id=11219999

 
Boas leituras!

2 comentários:

  1. Foste rápida! Fiquei com vontade de ler, num futuro próximo. Se não mo impingires, vou pedir-to a mesma

    Que se segue? Vais já aderir ao jarrinho?

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  2. Pois fui :p Vou impingir-to sim, que estou curiosa para saber o que vais achar dele.

    Estava na duvida se acaba a tal trilogia da dama francesa, mas preferi ir ao jarrinho. Segue-se "O Remédio", que já andava a apanhar pó. "Tadinho"

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