sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Feliz Natal, leitores!


"Carol of the Bells", por Pentatonix


"(...) Christmas is here
Bringing good cheer
To young and old
Meek and the bold

Ding dong ding dong
That is their song
With joyful ring
All caroling. (Oh! Oh! Ahh)

One seems to hear
Words of good cheer
From everywhere (From everywhere)
Filling the air

Oh how they pound, (Oh how they pound)
Raising the sound
O'er hill and dale
Telling their tale. (Telling their tale)"


Umas boas festas para todos!
Su 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

"O Assassinato de Roger Ackroyd", Agatha Christie

Com o final do ano a aproximar-se, reparei que finalmente cheguei à infame fase do "reading slump". Dei por mim com receio de começar a ler um livro e a ver-me obrigada a devolvê-lo à estante mas, como cada um tem as suas manias, não conseguia sossegar até escolher um. Já repararam como afinal a TV e os jogos do tablet não são tão atractivos se afinal não tivermos nenhum livro à nossa espera? Seres humanos...
Bem, já há muito tempo que não lia Agatha Christie. Foi das primeiras autoras para adultos que li e lembro-me de uma semana de Verão do início da adolescência em que me diverti imenso a devorar "Os Crimes do ABC" e "O Mistério dos Sete Relógios" para desvendar o final. Acontece que dei por mim a ler listas de sugestões para o Inverno para me inspirar e lá aparecia este.
Assim foi e sabem, sugiro policiais para saírem desta fase. Vão mesmo sentir-se a compelidos a ler, porque por mais cansados que estejam, saber quem raio é o assassino vai de certeza atrair-vos para a leitura.

Explicando de forma muito simples, neste livro o fidalgo Roger Ackroyd é assassinado no próprio escritório. É o médico da aldeia, o Dr. Shepard, que nos relata os acontecimentos e depressa percebemos que toda a gente que habitava a casa tinha um motivo para assassinar Ackroyd. Ainda para mais, quando se suspeita que a senhora por quem ele se sentia atraído se tenha suicidado depois de ser chantageada, acusada de envenenar o próprio marido alcóolico.
Parece imenso para uma pequena aldeia, não é? A sorte - ou o azar do assassino - é que, por acaso, Hercule Poirot se tinha mudado para lá e depressa é posto ao leme da investigação pela sobrinha do falecido, Flora.
 
Gostei de ler o livro e até tenho medo de vos expor demasiado sobre ele.  A autora tem o talento de espalhar as informações pela história e é sempre engraçado tentarmos resolver o caso. Por acaso, o culpado estava entre a minha lista de principais suspeitos! É o que dá lermos reviews imediatamente antes de pegarmos num livro. Portanto, já sabem: se querem ser realmente surpreendidos, se leram isto e ainda não leram o livro, não lhe peguem já, nem no próximo dia. Esqueçam-se de que a resolução pode ser surpreendente e de que Agatha Christie sabia o que estava a fazer quando o escreveu.
Para além disso - olhem eu a mudar de conversa - diverti-me a lê-lo. Está envolvido naquela leve ironia das histórias passadas em localidades pequenas, onde abunda a coscuvilhice.
Algumas passagens pareceram-me um tanto teatrais, mas é um policial "à-moda-antiga". onde o mordomo é o primeiro suspeito, e perdoo-o pela sua originalidade. Quando foi lançado deve ter dado que falar...

Sinopse
Já o leram? Digam-me, conseguiram desvendar o mistério?
Boas leituras!

sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Divulgação | "O Memorial do Convento", José Saramago

Numa edição especial e limitadíssima, a Guerra e Paz vai publicar o Memorial do Convento, de José Saramago, com ilustrações de João Abel Manta. O nascimento deste livro dava um pequeno romance. O editor José da Cruz Santos sonhou esta edição com José Saramago: « Ter o João Abel Manta e o Carlos Reis connosco é um presente do céu quando o havia. Só de pensar que vou ter um livro meu ilustrado pelo João Abel faz com que o pulso se me acelere», disse-lhe, numa carta, o autor do Memorial do Convento

Agora, a Guerra e Paz editores concretiza esse sonho. Num livro de capa dura, com um formato de 16,5 cm de largura, por 24 cm de altura, com um reforço de lombada em tecido vermelho, incluindo 20 ilustrações inéditas de João Abel Manta a 4 cores, sendo duas das ilustrações reproduzidas em dípticos com 33 cm de largura. Com guardas vermelhas e um fitilho esta é uma edição raríssima, de apenas 500 exemplares, que não voltará a ser reimpressa. Para guardar, religiosamente, se assim se pode dizer. O livro vai chegar às livrarias no dia 7 de Dezembro.

Esta edição só foi possível pela imensa gentileza de José da Cruz Santos e da Modo de Ler, que a cederam à Guerra e Paz, e por especial deferência da Porto Editora, da Fundação Saramago e dos herdeiros de José Saramago, que a autorizaram. A Guerra e Paz agradece ainda a João Abel Manta e à sua filha, bem como ao Professor Carlos Reis as autorizações concedidas.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

"A Bibliotecária de Auschwitz", Antonio G. Iturbe

"A Bibliotecária de Auschwitz" é baseado na vida de Dita Dorochova, que aos 14 anos foi responsável pelos parcos livros numa escola clandestina do infame campo de concentração. 

Ora, por norma as crianças não viviam nestes campos - nem os idosos ou enfermos - pelo que no início fica a dúvida sobre o objectivo da existência do campo familiar. O barracão 31 seria um local onde as crianças estariam ocupadas enquanto os pais trabalhavam. Acontece que Fredy Hirch, um judeu alemão cheio de fibra, depressa o transforma numa escola, com professores, alunos que por momentos se poderão sentir crianças, e, até, uma biblioteca. Têm livros "vivos", e uns quantos de papel, de que Dita se ocupa, o que é muito perigoso, já que são items proibidos ali. 
Vamos seguindo o dia-a-dia desta rapariga perspicaz, a sua adoração por Hirch e o medo do Dr. Mengele, e, no fundo, a luta pela sobrevivência física e mental num local que foi uma autêntica "fábrica de morte". Para além da de Dita, conhecemos a perspectiva de outros prisioneiros e, até, de um SS.
Partimos do princípio de que esta leitura não vai ser fácil, e acreditem, não é. As condições eram péssimas, bem o sabemos. Preparem-se para ler sobre o frio polaco, os beliches cheios de pulgas e a fome, aquela sensação omnipresente ao longo das páginas porque o caldo aguado que fazia de sopa não chega para a satisfazer.  São relatos duros.
O romance é uma sucessão de estaladas, mas também é um hino à esperança. No fundo, é sobre pessoas que tentam manter a sua humanidade e dignidade; que tentam continuar a ver a beleza entre a fealdade.  O professor Morgenstein faz passarinhos de papel e apanha flocos de neve; há quem consiga descobrir o amor; e Dita refugia-se nas suas recordações, porque esse "álbum de fotografias" ninguém lho tira. E nos livros, essas "granadas" que esconde no escritório de Hirch.
É que eles são perigosos, fazem pensar, mas também são um escape e Dita lembra-nos o poder da leitura por diversas vezes. Ela sabia que "não importava quantas barreiras os Reichs do planeta erguessem à sua frente, porque se abrisse um livro poderia passá-las todas" (pág. 95).

Se eu gostasse de sublinhar os meus, este estaria já todo sujo de carvão. É um livro que se torna bonito: é sobre heróis ao seu modo, porque resistiram a um regime brutal que os tentou despojar de tudo o que os fazia humanos, durante um momento tão feio da nossa História europeia.
Leiam-no, que vale tanto a pena. Eu adorei-o.

Sinopse

Já o leram também? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Divulgação | "Os Ditadores", Richard Overy

Género: História 
Tradução: Victor Antunes 
Formato: 15 x 23,5 cm 
N.o de páginas: 928 + 32 (extratextos) | 
Data de lançamento: 25 de novembro de 2016 
PVP: € 29,90
ISBN: 978-972-25-3295-2

Os Ditadores, que já se tornou numa referência e que, segundo o The Guardian, é «um livro que precisava de ser escrito», é uma arrepiante análise do poder corrompido pela vaidade de homens ambiciosos e sem escrúpulos: Estaline e Hitler.
Richard Overy descreve as relações que ambos os ditadores, que presidiram aos regimes mais destrutivos e letais de sempre, estabeleceram com o seu povo e esclarece as construções ideológicas dos dois regimes, procurando responder às seguintes questões: 
Como foram possíveis essas ditaduras?
Como funcionaram?
Que laço unia de modo tão poderoso o ditador e o seu povo?
Este é um livro ricamente ilustrado com imagens da época (32 páginas), tendo sido vencedor do Wolfson History Prize e do Hessell-Tiltman Prize.
Richard Overy é um historiador com uma extensa obra publicada sobre a Segunda Guerra Mundial e o Terceiro Reich e foi distinguido em 2001 com o Prémio Samuel Eliot Morison pela Royal Historical Society.

Autor: 
Richard Overy é um historiador britânico com extensa obra publicada sobre a Segunda Guerra Mundial e o Terceiro Reich. Membro da Royal Historical Society, da Academia Britânica e do King’s College, foi distinguido em 2001 com o Prémio Samuel Eliot Morison pela Royal Historical Society. Em 2007, enquanto editor da coleção Complete History of the World, coube-lhe escolher as 50 datas mais marcantes da história da Humanidade.

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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Típico de um leitor #2

Planear releituras

Felizmente, a estante cá de casa está bem composta, e tenho a sorte de ir conseguindo acumular livrinhos novos. Acontece que dou por mim a folhear títulos já lidos, e estou a planear fazer algumas releituras. 
É que, depois de alguns anos neste meio da blogosfera e de ter notado algumas mudanças nos meus gostos, dou por mim com vontade de voltar a estes livros, até porque, no fundo, duvido de que os encare da mesma forma como os li pela primeira vez:

Lembro-me de que é acerca de dois magos ingleses que se tornam rivais durante as invasões napoleónicas. Pelo meio há um elfo com ambinções um tanto perigosas, e menções a um Rei Corvo que adorava voltar a descobrir quem é. Uma das passagens até é localizada no nosso Portugal da época!
Lembro-me de que os primeiros capítulos eram aborrecidos, mas de que a meio me sentia deslumbrada com o estilo de fantasia que era aplicado
Gostava mesmo de voltar a lê-lo.

Li-o demasiado nova. Percebi o impacto que teve, mas a única passagem que recordo nem sequer é a mais premente da narrativa. Além disso é uma obra tão importante que me sinto mal quando comento que sim, que o li - sem me lembrar de grande coisa.

- "Cem Anos de Solidão", Gabriel García Márquez
 G.G.M. é grande e tenho saudades de ler algo dele. Ora, porque não repescar "aquele"? Ainda para mais, vai ser interessante perceber se me vai encantar da mesma forma - ou melhor. 

Este ano tentei ler "O Calafrio", de Henry James, e senti um dèja vu. É uma história gótica, com uma propriedade imensa, um tio, dois sobrinhos, Flora e Miles, e uma perceptora. E de repente, fez-se luz! Há uns anos, tinha lido o de John Harding, que não só tem os mesmo elementos e o ambiente, como duas crianças chamadas Florence e Giles. Uma homenagem, apenas? Será o outro lado da história, contada pela menina, enquanto que a original o foi pela voz da perceptora? Não sei, o certo é que é, a seu modo, um tributo.
Quero lê-lo outra vez e, provavelmente, depois de "O Calafrio", para uma boa comparação.
 
"Na mira"
Se não fosse pedir muito, porque a TBR é grande e cheia de bons títulos, ainda gostava de reler a saga "As Brumas de Avalon", de Marion Zimmer Bradley. Acompanharam-me na adolescência e gostava de "revisitar" uma história que tanto me tocou.

E vocês, também gostariam de voltar a ler algum livro? Costumam apostar em releituras ou acham-nas desnecessárias?

Boas leituras!

P.S.: Entretanto, alguém me explique porque é que o título da versão portuguesa do livro de John Harding ("Florence and Giles") é a tradução do título da sequela ("The Girl Who Couldn't Read"), que nem sequer foi publicada por cá... Mistério...

Divulgação | Novidades Quetzal já disponíveis

Género: Literatura / Ensaio 
Tradução: Telma Costa
Formato: 15 x 23,5 cm 
N.o de páginas: 216
Data de lançamento: 18 de novembro de 2016 
PVP: € 16,60 
ISBN: 978-989-722-331-0

Sinopse: 
«A Descrição da Infelicidade traz em si a possibilidade de a superar», escreve W.G. Sebald no prefácio deste livro. Acrescenta ainda que a reflexão sobre uma infelicidade consumada é também uma forma de resistência. 
Título inédito em Portugal, A Descrição da Infelicidade é uma apaixonante análise do ambiente psicológico que antecede e condiciona a escrita austríaca protagonizada por grandes nomes, como Stifter, Schnitzler, Kafka, Hofmannsthal, Canetti, Bernhard e Handke, entre outros; e da mediação da literatura – a ponte que a palavra impressa estabelece entre a infelicidade e o consolo.

«A melancolia, a reflexão sobre a infelicidade consumada, nada tem a ver com o vulgar desejo de morte. É uma forma de resistência. E, sobretudo ao nível da arte, a sua função, está longe de ser meramente reativa ou reacionária. Quando ela, de olhar fixo, pensa uma vez mais no que nos arrastou até aqui, bem se vê que o impulso que leva ao desespero e o que leva ao conhecimento são agentes idênticos. A descrição da infelicidade traz em si a possibilidade de a superar.»

«Tão estranha quão convicente, assim é a força invulgar da linguagem de Sebald, a sua seriedade festiva, a sua maleabilidade, a sua precisão». Susana Sontag

«W.G. Sebald é dotado de uma capacidade percetiva alucinantemente apurada». Der Speigel

Autor: 
W.G. Sebald nasceu em 1944, em Wertach, na Alemanha. Viveu desde 1970 em Norwich, no Reino Unido, onde foi docente de Literatura Alemã. Prosador e ensaísta, é autor de de livros que marcaram a literatura contemporânea, tendo sido galardoado com os prémios literários Mörike, Heinrich-Böll, Heinrich-Heine e Joseph-Breitbach. W.G. Sebald morreu em dezembro de 2001.

 Género: Literatura / Antologia 
Formato: 15 x 23,5 cm 
N.o de páginas: 480 
Data de lançamento: 25 de novembro de 2016 
PVP: € 17,70 
ISBN: 978-989-722-340-2

Este clássico da literatura de Natal, que se encontrava esgotado há já alguns anos, consiste em mais de quarenta histórias natalícias de grandes escritores portugueses dos séculos XIX e XX, nomeadamente Alves Redol, Aquilino Ribeiro, Eça de Queirós, Ferreira de Castro, Fialho de Almeida, Gaspar Simões, Isabel da Nóbrega, José Eduardo Agualusa, Jorge de Sena, José Régio, José Saramago, Maria Ondina Braga, Miguel Torga, Natália Nunes, Ramalho Ortigão, Raul Brandão, Sophia de Mello Breyner e Vitorino Nemésio, entre muitos outros.

«E sobre o mundo do sono, sobre a sombra intrincada dos sonhos onde os homens se perdiam tacteando, como num labirinto espesso, húmido e movediço, a estrela acendia, jovem, trémula e deslumbrada, a sua alegria. E Melchior deixou o seu palácio nessa noite.»

Para muitos, este será o presente de Natal ideal. Trata-se de uma coletânea que permite atravessar esta época com um verdadeiro espírito festivo bem como dar a conhecer as diferentes celebrações praticadas um pouco por todo o país.

Autor:
Vasco Graça Moura (Foz do Douro, 1942-2014), foi poeta, ficcionista, ensaísta, cronista e tradutor, além de ter desempenhado importantes cargos de relevância pública na vida portuguesa dos últimos cinquenta anos. Entre as inúmeras distinções que lhe foram atribuídas, contam-se, nomeadamente, o Prémio Pessoa, o Prémio Vergílio Ferreira, o Grande Prémio de Romance e Novela da APE, o Prémio de Poesia do PEN Clube, o Prémio Eça de Queiroz, o Prémio de Tradução Paulo Quintela, o Prémio Europa David Mourão-Ferreira, o Grande Prémio de Poesia da APE, o Prémio Max Jacob de Poesia, o Prémio de Tradução do Ministério da Cultura em Itália (pelas suas notáveis traduções de Dante e Petrarca), ou o Prémio Morgado de Mateus.
A sua obra poética está reunida em dois volumes publicados pela Quetzal (Poesia Reunida, 1 e 2, 2012), e entre os seus romances contam-se Naufrágio de Sepúlveda, Partida de Sofonisba às Seis e Doze da Manhã, Quatro Últimas Canções, ou O Enigma de Zulmira. Entre muitos autores, traduziu Shakespeare, Racine, Dante, Corneille, Molière, Rostand, Rilke – mas também autores contemporâneos como Seamus Heaney, Hans Magnus Enzensberger, Gottfried Benn ou Jaime Sabines.

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terça-feira, 22 de novembro de 2016

"O Mago - As Trevas de Sethanon", Raymond E. Feist

E eis que li o desfecho da Saga Riftwar! 
Mais uma vez, sinto-me dividida. Por um lado, este é o livro final. Ou seja, o livro onde tudo faz sentido e onde me apercebo que vou ter saudades daqueles cavalheiros. Ainda assim, tem falhas, e é capaz de ter mais do que os livros anteriores, mas passo a explicar.

Neste volume, Arutha deseja acabar de vez com a ameaça de Murmandamus e parte numa quest para norte, em direcção ao exército que ameaça o Reino. Entretanto, Pug e Tomas, com a ajuda do dragão fêmea Ryath, vão atravessar o universo para resgatar Macros, o Negro, alguém essencial para perceber o verdadeiro perigo que o mundo de Midkemia enfrenta.
Assim, acompanhamos a missão dos dois grupos, e se por um lado temos uma parte com mais acção, por um outro temos uma mais mística, onde até os mitos do "nosso" mundo parecem ter sido resgatados.
Gostei de perceber como neste caso até Feist parece aproveitar algo mais típico da ficção científica, já que se prende por momentos em portais entre mundos e questões espacio-temporais. Mais uma vez, deu um toque de originalidade a uma saga que, de outra forma, se poderia parecer com mais uma história "tolkeniana". Neste livro, até ficamos a conhecer melhor os Valheru, uma raça bem poderosa, e o porquê de o espírito de Ashen-Shugar se ter anexado ao de Tomas - outro pormenor que apreciei, deixem-me que vos diga, porque não só o rapaz tinha as recordações do valheru, como este tinha noção da presença do espírito dele ainda no passado. 
Como referi acima, a quest de Arutha está repleta de escaramuças e batalhas e mostra como o autor sabe escrever sobre estratégia! Se por um lado algumas fugas me cansaram, por outro também conseguiu captar a minha atenção.
No todo, não foi um livro que lesse de rompante. Só na parte final do livro, a ambição de Murmandamus faz sentido, tudo se conjuga e dei por mim desejosa de chegar ao final.
É um livro com algumas falhas a nível linguístico, tenho de reconhecer, - não me basta ler que algo é "estranho", quero perceber como "é" para o imaginar - e preferia que o autor tivesse escolhido pontos de vista específicos em certas alturas para me apegar melhor a certas personagens. É triste quando a morte de uma personagem nos passa ao lado, não é?
De qualquer forma, o livro fechou esta saga, e carregou na minha nostalgia. Foi engraçado perceber que "conheci" Pug e Tomas enquanto uns rapazitos sonhadores e afinal são essenciais para Midkemia. Da mesma forma, vou sentir falta da dinâmica entre Jimmy, Arutha, Martin, Laurie e Amos Trask... Era giro ler sobre as aventuras do grupo.

No geral, não achei a saga perfeita, mas fornece um bom entretenimento e prima por dar alguma originalidade aos ditos "clichés" da Fantasia - e não me posso esquecer que já tem alguma idade. Na época em que foi escrita, decerto estaria virada para um público juvenil masculino.  
Além disso, a magia é uma aspecto essencial e ler isto há uns anos atrás teria sido perfeito. Agora, dei por mim a prestar mais importância à forma como as culturas eram desenvolvidas, e tal merece um aplauso, já que o autor presta atenção aos detalhes e torna-as ricas. Sabe apresentar diferenças entre sociedades, tanto a nível de cerimónias, como de arquitectura, ou de estilos de vida, e até o Reino das Ilhas, que tem uma sociedade de influência feudal, foi bem caracterizado sem parecer "estafado", o que é do meu agrado.

Sinopse
Já leram a saga? O que acharam?
Boas leituras!

Leituras relacionadas:

domingo, 20 de novembro de 2016

Divulgação | "O Islão Político: Ontem e Hoje", John M. Owen

Género: Ensaios e Documentos / Política 
Tradução: José Roberto/João Quina Edições 
Formato: 15 x 23,5 cm 
N.o de páginas: 344 
Data de lançamento: 18 de novembro de 2016 
PVP: € 18,80 
ISBN: 978-972-25-3279-2

Sinopse: 
O Islão político tem sido muitas vezes comparado a movimentos ideológicos do passado, como o fascismo ou a teocracia cristã. Será que essas analogias são válidas? Como pode o mundo ocidental de hoje responder aos desafios do Islão político?
Assente numa abordagem original para responder a esta questão, John Owen compara a luta entre o islamismo e o secularismo a outros choques ideológicos ocorridos na história do Ocidente. Ao examinar os últimos conflitos – como foram apoiados por redes subterrâneas, como fomentaram o radicalismo e a revolta e como desencadearam intervenções estrangeiras e conflitos internacionais – o autor apresenta-nos uma perspetiva inovadora sobre o Islão político.
Owen inclui na sua análise as origens e dinâmicas das lutas do século XX entre comunismo, fascismo e democracia liberal, sem descurar os conflitos religiosos dos séculos XVI e XVII e os antagonismos do final do século XVIII e XIX entre monarquismo e republicanismo. A síntese é um conjunto de ensinamentos que podemos extrair dos sucessos e erros destes conflitos do passado e aplicar no presente debate em torno do Médio Oriente, ajudando-nos a compreender as revoltas atuais no mundo muçulmano, de olhos postos na história da civilização ocidental e nas questões inquietantes associadas à organização das nossas sociedades.

Autor: 
John M. Owen IV é especialista em Ciência Política e Relações Internacionais. Doutorado em Harvard, é atualmente professor da Universidade da Virgínia (EUA) e colaborador do projeto pela Liberdade Religiosa do Centro Berkley de Estudos sobre a Religião, a Paz e os Assuntos Internacionais, da Universidade de Georgetown.
As suas investigações focam-se na forma como as semelhanças e as diferenças ideológicas e culturais transnacionais afetam e influenciam as relações internacionais, na evolução do islamismo e do capitalismo autoritários e nos ciclos de vida dos vários regimes políticos e respetiva expansão geográfica.

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quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Divulgação | Novidades Guerra e Paz disponíveis a 23 de Novembro



Diferentes madeiras, diferentes papéis, fotografias e texto, na primeira e única edição CIANOGÉNICA de Fernando Pessoa. Um dos mais belos poemas da História da Humanidade, Tabacaria, de Álvaro de Campos, em cinco línguas, seguido de 37 textos íntimos de Fernando Pessoa.
Uma edição única num formato de grande dimensão, 24 cm de largura e 33 cm de altura. Com, e já estamos a repetir-nos, fotografias a preto e branco de Pedro Norton e apresentação de Manuel S. Fonseca.
Dentro de uma meia caixa de madeira de choupo impressa a laser, um livro e um álbum, pintados à mão, a azul ciano. A caixa é revestida por uma orla envolvente noutra madeira, maple, e foi objecto de impressão directa UV e a Laser 50w. Lombada do livro de 176 páginas monumentais com costura à vista e um grafismo original de Ilídio Vasco. A acompanhar, numa pasta-álbum, em papel Gardapat Klassica, de 250 gramas, juntam-se 25 fotografias à procura, na Baixa de Lisboa, das máscaras de Pessoa. Madeira, papel, fotografia, numa edição artesanal, limitada e numerada.

Desta edição, que chega às livrarias a 23 de Novembro, fizeram-se apenas 1.500 exemplares, todos numerados. Este livro não voltará a ser reimpresso – é uma edição rara.

A sessão de lançamento, com apresentação de Henrique Monteiro e Joana Emídio Marques e a presença de Pedro Norton e Manuel S. Fonseca, decorre a 28 de Novembro, às 18h30, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. Fernando Pessoa ou Álvaro de Campos, mas apenas um deles, por incompatibilidade de feitios, estará presente.


Muros
José Jorge Letria
14x21
176 páginas
25,00 €
Não Ficção/História
Nas livrarias a 23 de Novembro
Guerra e Paz Editores
 
Donald Trump nunca vai ler este livro. Livros não são a sua chávena de chá. Ele é bom, esclareceu, na construção. Será que continuaria a prometer construir mais um muro, se lesse este livro? Numa altura em que se discutem políticas de proteccionismo um pouco por todo o mundo, Muros – Os muros que nos dividem, o novo livro de José Jorge Letria não podia ser mais actual. Construímos muros desde a Antiguidade: para defender o território e os bens, mas também para controlo e exclusão. Mata-se e morre-se em nome dos muros. Depois da queda do muro de Berlim, erguem-se novas barreiras de divisão territorial na Europa, sendo esse, como já dissemos, um dos estandartes das promessas do recém-eleito presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que pretende construir um muro na fronteira com o México.
Muros – Os muros que nos dividem é um livro sobre os muros clássicos, como a Muralha da China ou as de Adriano e de Antonino. Um livro sobre os muros que ainda hoje nos envergonham e dividem: entre o México e os EUA, entre as duas Coreias, na Cisjordânia, em Chipre. Um livro sobre o Muro de Berlim, que assombrou o nosso passado, mas também sobre os muros que se constroem hoje para impedir a migração dos refugiados que chegam à Europa. Este é um livro que fala dos muros, das suas histórias, das suas características físicas e da forma como, separando e dividindo, deixaram a sua marca na história mundial. Trata-se de um livro cartonado, com as três faces do miolo pintadas manualmente a negro.
A sessão de lançamento decorre a 24 de Novembro, às 18h30, na Bertrand Picoas Plaza, em Lisboa. Com apresentação do jornalista Nicolau Santos.



Livro Perigoso para Rapazes
Conn Iggulden e Hal Iggulden
16,5x24
288 páginas
16,00 €
Não Ficção/Prático
Nas livrarias a 23 de Novembro
Guerra e Paz Editores | Clube do Livro SIC
 
Um grande sucesso mundial. Um livro para concorrer com a net, com os smartphones e com os ipads. Um livro para levar multidões de rapazes para a rua, para o campo, para o ar livre.

Como é que se faz tinta secreta?  Como se constrói um carrinho de rolamentos? Quais os nomes dos principais insectos e aranhas? Perguntas infinitas que qualquer criança gosta de ver respondida, sem a impaciência habitual dos adultos. O Livro Perigoso para Rapazes, de Conn Iggulden e Hal Iggulden, é um verdadeiro tesouro para crianças curiosas e activas, que gostam de se divertir ao mesmo tempo que aprendem ensinamentos que não mais voltarão a esquecer. Afinal, se há tempo que dura para sempre é o tempo da infância. Como se faz um arco e flecha? Quais a regras do póquer e do xadrez? Mais importante ainda: como lidar com as raparigas? O Livro Perigoso para Rapazes tem todas as respostas. E convém dar particular atenção ao conselho dado para o relacionamento com o sexo oposto: «ataques de gases não vão tornar-te mais querido aos olhos de uma rapariga»!
Da nossa parte, podemos garantir que nenhuma rapariga sairá defraudada se der azo ao impulso de mandar os maravilhosos autores bugiar: sim!, este livro também é indicado para raparigas. Quanto mais saídas da casca, melhor. Saber jogar xadrez ou distinguir berlindes é universal. E este é o livro perfeito para todas as crianças, dos oito aos oitenta, que querem redescobrir o prazer da leitura e da brincadeira ao ar livre. O livro que põe netos, pais e filhos a brincarem juntos.

Mais informação































Divulgação | Novidades de Novembro da Editorial Bizâncio


Baby Blues 34 - Ca'Nojo! 
Autores: Rick Kirkman e Jerry Scott 
Código de Barras: 9789725305881 
Nº de páginas: 168 
PVP: 12,61 (com IVA)                                          
Banda Desenhada
Os MacPherson estão de volta!

Estão de volta as tropelias de Zoe, de Hammie e da pequena Wren que aprende com os irmãos mais velhos … onde é que já vimos este filme?

Wanda e Darryl dão o seu melhor para levar o barco a bom porto!




Sopa, sim!
O Prato Principal do Nosso Património Alimentar 
Autora: Maria Inês Antunes 
Código de Barras: 9789725305874 
Nº de páginas: 192 
PVP: 17,50 (com IVA)                                           
Gastronomia / Culinária

Descubra a importância deste prato tão português e a forma de o poder transformar numa refeição saciante e saudável. De sopas quentes a sopas frias e granizados de Verão, sem batata, a nutricionista Maria Inês Antunes utiliza uma grande variedade de vegetais sazonais e superalimentos para elaborar receitas diferentes para cada estação.

Nestas receitas vai encontrar a coexistência entre tradição e modernidade e uma aposta na sazonalidade e no valor intrínseco alimentar e medicinal.

Melhorar o gosto é também uma questão de saúde.



Força Bruta - A Energia Antes das Máquinas
(edição bilingue)
 
Autores: Paulo Caetano e Margarida Caetano
Código de Barras: 9789725305850 
Nº de páginas: 160
PVP: 27,50 (com IVA)         
Biodiversidade

Nos primórdios, foi a força. Gente laboriosa que irradiava energia em cada gesto. Comunidades que transformavam trabalho em potência. Depois, a Humanidade deixou de estar só. Domesticaram-se os animais e a sua força bruta foi aproveitada. Esta parceria durou milénios. Hoje em dia, tentam salvar-se os saberes do passado e criar alternativas de futuro.
Neste livro coexistem as duas realidades.



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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

TAG | NY-Times By the Book

Tenho visto esta Tag algumas vezes, como no Say Hello to My Books ou no O Prazer das Coisas, mas hoje senti-me inspirada escrever as respostas. Foi criada neste canal, e tem perguntas tão diversas que me parece um bom desafio...

1 - Que livro tens na tua mesinha de cabeceira neste momento?
Neste momento estou a ler "O Mago - As Trevas de Sethanon", de Raymond E. Feist. É o último volume da saga e estou curiosa por ler o desfecho. Se por um lado me entretém, por outro "sabe a pouco".

2 - Qual o último livro verdadeiramente bom que leste?
Este ano tenho lido imensos livros "Bons", pelo que se torna difícil escolher. "Os Hóspedes", de Sarah Waters foi o ultimo livro que classifiquei com cinco estrelas - e a razão de as ultimas leituras de ficção me parecerem mais ínsipidas... - e para além dele posso apontar o "1984", de George Orwell, que é uma verdadeiro "aviso" sobre o Poder.

3 - Se pudesses conhecer qualquer escritor - vivo ou falecido - quem quererias conhecer? O que gostarias de lhe perguntar?
Gostava de conhecer a Toni Morrison. Aposto que ia ficar sem palavras perante a senhora - ei, é Nobel -, mas caso conseguisse, gostava de lhe fazer imensas perguntas, desde os temas dos livros ao estilo de escrita. E gostava de saber de onde vieram algumas ideias presentes no "Beloved", se não fosse pedir muito...
 
4 - Que livro ficaríamos surpreendidos de ver na tua estante?
Neste momento iam estranhar ver o "Segredos Para Um Final Feliz", de Lucy Dillon. Como sabem, as histórias puramente românticas não são o meu forte, mas é sobre uma livraria e duas amigas. De vez em quando, sabe-me bem ler algo diferente do habitual e acho que este pode ser o ideal - e quem é que resiste àquele olhar na capa?

O "inesperado" e a leitura do momento

5 - Como é que organizas a tua biblioteca pessoal?
A minha biblioteca está organizada com um sistema, no mínimo, estranho. Gosto de dividir os livros por editoras, já que as estantes ficam mais bonitas, mas junto os livros do mesmo autor. Se for possível, divido ainda os livros pelos lidos e não lidos de cada "colecção". Para mim faz sentido...

6 - Que livro sempre quiseste ler mas ainda não tiveste tempo? Que livro te traz mais vergonha de ainda não o teres lido?
Lá terei de voltar a falar do "Atlas das Nuvens", de David Mitchel. Quero tanto lê-lo e ao mesmo tempo tenho tanto receio de me desiludir que tenho adiado a leitura. 
Entretanto, descobri que "A Bibliotecária de Awschwitz", de Antonio G. Iturbe, está na estante há já uns bons anos... Porque é que ainda não o li? Gostava de saber ("Shame! Shame!")...

Os eternos TBR

7 - Que livro era suposto gostares mas acabaste desapontado? Qual foi o último livro que marcaste como DNF (Down but Not Finished)?
A última desilusão recaiu sobre "O Devorador", de Lorenza Ghinelli. Eu devia ter adorado aquele maldito livro. Devia ter receado o vilão, mas não, não aconteceu nada disso. Sinceramente, só cá para nós, senti que estava a ler um manuscrito por alinhavar do Carlos Ruiz Zafón quando o dito Homem dos Sonhos aparecia em cena...
Entretanto, como este ano me tenho portado bem, só deixei um livro a meio - ainda! - e foi "O Bom Ladrão", de Hannah Tinti. Não sei quando vou resgatá-lo da estante.

8 - Que tipo de histórias te atraem? E quais são aquelas de que te mantens afastado?
Gosto de histórias sobre choques de culturas e/ou religiões, ou de conflitos entre gerações. Ou seja, histórias sobre dois ou mais grupos antagónicos costumam ser do meu agrado.
Mantenho-me afastada de histórias sobre um romance e/ou drama pessoal, por norma. E a frase "carregado de erotismo" nas capas também me leva a fugir do livro, porque se a história tem acção, prefiro que seja centrada numa aventura ou no campo de batalha. Longe vão os tempos da Marion Zimmer Bradley, que aliava tudo sem histerismo.

9 - Se pudesses recomendar ao Presidente um livro para ele ler, qual seria?
Assim sem hesitação? De repente? O "1984". De certeza que o senhor Presidente já o leu, mas nunca é demais relembrar a mensagem.

10 - O que planeias ler a seguir?
Que boa pergunta. Por um lado quero ler "Jane Eyre", de Charlotte Bronte. Queria mesmo lê-lo ainda este ano, mas, por outro, quero ler algo passado numa corte, como "O Palácio de Inverno", de Eva Stachniak. Ainda assim tenho mais-ou-menos-emprestado o "A Paixão de Maria Madalena", de Margaret George que também me atrai. É difícil escolher. Até pediria a "a ajuda do público", mas aposto que ia dar por mim a ler algo completamente diferente...

As prováveis próximas leituras

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E entretanto, boas leituras!