sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal!


Tudo bem que Natal é quando o Homem quer, mas aproveitemos esta época para pensar em como cada um nós pode melhorar pouco a pouco este mundo louco em que vivemos. E lembrem-se: as melhores coisas da vida não se podem comprar - a não ser que sejam livros!
A todos um Feliz Natal, pleno de carinho e felicidade! 

Quando o poder do amor superar o amor pelo poder, o mundo conhecerá a paz.
Jimi Hendrix

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

"O Quarto Mágico"


Nesta época do ano nada como uma leitura doce e...natalícia. Deixo aqui uma sugestão de uma das minhas escritoras favoritas, Sarah Addison Allen: "O Quarto Mágico".
Josey Cirrini é uma mulher meiga que vive na sombra de uma mãe dominadora de quem tem de cuidar. É uma apaixonada por guloseimas e romances - e pelo carteiro giraço e simpático - que esconde no armário (as guloseimas e  o romances!) . Um dia, Della Lee Baker, a rapariga que não tem propriamente a melhor fama na cidade, aparece no armário completamente encharcada e pouco a pouco, tudo muda, incluindo a forma como Josey encarava o passado dos pais.
É um livro encantador e indicado para quem gosta de realismo mágico, ou Chloe não encontrasse livros quando precisasse de uma resposta, e a autora volta a dar características específicas a certas famílias, como já é habitual.

Aviso: é viciante.


Sinopse:

Josey Cirrini tem a certeza de apenas três coisas na vida: O Inverno é a sua estação preferida; está perdidamente apaixonada; e um doce sabe muito melhor quando degustado na privacidade do seu esconderijo secreto. Enfrentando uma vida triste, o seu único consolo é a sua pilha de doces e romances a que se entrega todas as noites… Até que descobre que no roupeiro se esconde nada mais nada menos que Della Lee Baker. Fugindo a uma vida de má sorte, Della Lee decide ajudar Josey a mudar de vida. E, em breve, a jovem renunciará às guloseimas e descobrirá que, mesmo sem elas, a vida pode ser doce.
Influenciada põe Della Lee, Josey trava amizade com Chloe Finley, uma jovem que é perseguida por livros que surgem inexplicavelmente nos mais variados lugares e com uma resposta para quase tudo.
À medida que Josey se atreve a sair da sua casca, descobre um mundo onde a cor vermelha tem um poder surpreendente e o amor pode surgir em qualquer altura. E isso é só o início…
Terna e com um toque de magia, esta é uma história encantadora sobre a amizade e o amor - e sobre as surpreendentes e mágicas possibilidades que cada novo dia nos reserva. 

Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 278
Editor: Quinta Essência

domingo, 4 de dezembro de 2011

"O Lago dos Sonhos", Kim Edwards

Lucy regressa a casa para umas breves férias com a mãe em Lago dos Sonhos, e encontra no sótão folhetos sufragistas, anotações e um tecido com um intricado padrão, que depois reconhece nos vitrais de uma igreja antiga. Intrigada, enceta uma investigação que vai revelar uma antepassada de que a família nunca falou e que terá implicações nos negócios da família.
É o primeiro livro que leio de Kim Edwards e até gostei. Sim, "até". Ora, Lucy é uma personagem atormentada com a morte do pai e com o impasse a que chegou na vida, pelo que não é um romance de todo "alegre" que temos em mãos. Os detalhes da história da antepassada que se vão desenvolvendo são fantásticos e as descrições muito boas, mas há partes muito aborrecidas. Acontece que Lucy pensa muito e pensa coisas dispensáveis! Apesar disso, gostei do enredo e não é todos os dias que damos por nós a pensar: "se as sufragistas não tivessem lutado o que estaria agora eu a fazer?".



Sinopse:
Depois de vários anos no estrangeiro, Lucy regressa a casa. Encontrando-se numa encruzilhada na sua vida, sente-se perseguida pela morte misteriosa do pai, que ocorreu há uma década. Certa noite, já tarde, enquanto deambula pela enorme casa familiar na margem de um lago, descobre, escondida no assento de uma janela, uma coleção de objetos que, à primeira vista, parecem simples curiosidades, mas que depressa irão revelar uma complexa história familiar.
As saudades do passado, avivadas pelo reencontro com o seu primeiro grande amor, conduzem-na a situações inesperadas. Lucy descobre e explora os contornos do seu passado. A história da família como ela a conhecia é destruída - e, depois, dramaticamente reconfigurada, animando-a a viver com uma liberdade que ela nunca tinha experimentado antes.
Com constantes surpresas e cheio de detalhes vibrantes, O Lago dos Sonhos é uma saga poderosa e envolvente, que seguramente vai cativar os milhões de leitores que adoraram Segredos de Família.
Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 448
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722633710

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"A Insustentável Leveza do Ser"

Há livros tão bons que mal nos atrevemos a comentá-los. "A Insustentável Leveza do Ser", de Milan Kundera é um deles. É genial.
As vidas de Tereza e Tomas, de Sabina e Franz são narradas de uma forma intimista e com um toque filosófico, num livro escrito como um "puzzle", que tem como pano de fundo a invasão da então Checoslováquia pela Rússia soviética. É uma história sobre o amor e a sexualidade; sobre o acaso e o destino; o peso e a leveza. E de muito mais. É um livro para pensar. E mais não digo. Leiam-no e tirem as vossas conclusões, porque é muito mais complexo do que parece e muito, muito bom.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Zoya"

Tenho um problema com Danielle Steel. E é grave. Não consigo deixar de lhe apontar defeitos, desde a lamechice pegada das descrições de uma personagem à forma linear como expõe a história. Durante anos recusei-me a pegar em qualquer livro desta escritora, desde que, algures na minha adolescência, dei por mim a bocejar com um qualquer livro dela. 
Até que um dia acordei com vontade de ler alguma coisa sobre a família imperial russa, os Romanov, e a época da Revolução Russa. Há dias assim. Acontece que, ou lia Konsalik, que pelos vistos também teve um "fraquinho" por este período controverso, ou lia o "Zoya", abandonado numa prateleira pejada de "Danielle Steel" herdadas da minha avó (em vida!).
Bem, no início adorei o livro. Trata da história de Zoya Ossupov, prima do último czar, que se vê obrigada a sair da Rússia com a avó, a condessa Eugenia, e um criado, pois os aristocratas estavam sob ameaça. Zoya, amiga íntima da família real, deixa para trás esses amigos e o sonho de dançar ballet e segue para uma Paris desgastada pela Primeira Guerra Mundial. Nesta cidade, precisa de emprego e, contra a opinião da avó, consegue ingressar na companhia de bailado. Entretanto, conhece um capitão americano, Clayton, e a sua vida dá uma reviravolta.
É uma história de sonhos desfeitos e resiliência, e senti-me mesmo a viver a dor da perda. 
Até ao ponto em que me desiludi de vez (não digo, porque é "spoiler!"). Digamos que a vida de Zoya é relatada como um ciclo. E chateei-me de vez com Danielle Steel. Massacrou-me com frases, e frases, e frases que afirmam quão bela é Zoya, e como todos os homens com que se cruza se apaixonam por ela. E aquele vício de relatar a história de forma linear e cronológica, sem um objectivo final à vista, aborreceu-me.
"Zoya" não deixa de ser um livro interessante, mas tenho um problema com Danielle Steel. Um problema grave. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"A Rainha Branca"

"A Rainha Branca", o primeiro volume da trilogia de Philippa Gregory sobre a Guerra das Rosas, alia o rigor histórico a romance e, inesperadamente, a magia. Para mim, é perfeito. Não há momentos aborrecidos, apesar da atenção que nos é exigida para os tramas da política da época em Inglaterra, e é, simplesmente, genial.
A época de que o livro trata não é familiar para os leitores portugueses, mas depressa nos contextualizamos. Trata-se da Guerra das Rosas, que implicou uma série de batalhas devido à disputa entre a casa de Iorque e a de Lencastre pelo trono. Elizabeth Woodville, uma bonita e jovem viúva com dois filhos, atrai a atenção de Eduardo de Iorque, da facção inimiga à sua, para obter favores sobre propriedades que o marido perdera. Ambos se apaixonam, casam clandestinamente, e, quando Eduardo alcança o trono, Elizabeth eleva o estatuto da sua família. Desde esse passo, vão estar enredados numa teia de jogos de poder. Com uma "pequena ajuda". Pois, ora acontece que a mãe da nossa personagem descende de uma deusa das águas francesa, Melusina, de quem herdaram dotes de feitiçaria.
Philippa Gregory tem a capacidade de nos transportar para a época. Com aquela pequena dose de magia, adicionou um encanto especial ao livro, além do toque lendário que a autora consegue dar à figura do "Rei" e da "Rainha", pessoas consideradas acima de qualquer mortal e consagradas por Deus. 
Desengane-se quem pense que este dotes "gregoryanos" se ficaram por "Duas Irmãs e um Rei". Depois das minhas tentativas frustradas para ler "A Outra Rainha" tive sérias reservas em relação a este, mas valeu a pena a leitura.


Sinopse:
A história do primeiro volume de uma nova trilogia notável desenrola-se em plena Guerra das Rosas, agitada por tumultos e intrigas. A Rainha Branca é a história de uma plebeia que ascende à realeza servindo-se da sua beleza, uma mulher que revela estar à altura das exigências da sua posição social e que luta tenazmente pelo sucesso da sua família, uma mulher cujos dois filhos estarão no centro de um mistério que há séculos intriga os historiadores: o desaparecimento dos dois príncipes, filhos de Eduardo IV, na Torre.

Edição/reimpressão: 2010
Páginas: 448
Editor: Livraria Civilização Editora
ISBN: 9789722630122

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Procuro-te"

A propósito de livros mesmo bons para ler à lareira, ou aquecedor, ou agasalhadinhos na mantinha, lembrei-me do "Procuro-te", de Lesley Pearse. Li no ano passado e gostei bastante. Na verdade, viciou-me. Conta a história de Daisy, que decide procurar a mãe biológica depois da morte da mãe adoptiva e, a pouco e pouco, vamos conhecendo também a de Ellen e da irmã, uma antiga modelo fotográfica de sucesso.
Apesar dos momentos desagradáveis passados pelas personagens, como maus tratos na infância, o abandono, o abuso perpetuado por um "manager", e, ainda, uma rivalidade entre irmãs, Lesley Pearse adiciona um toque de ternura ao livro. E também de mistério! Cada capítulo acrescenta um novo facto à história da família de Daisy e, a pouco e pouco, é revelada uma história de que não estamos nada à espera.
Um conselho: ignorem a frasesita da capa do livro, uma tal que questiona "sacrificaria o amor da sua vida em nome do passado?". A sério. Esse ponto não é "o" mais dramático.





Sinopse:
Daisy tem apenas vinte e cinco anos quando a mãe morre nos seus braços. Embora saiba há muito que foi adoptada, sempre se sentiu amada pelos pais e pelos irmãos. Para Daisy, aquela é a sua família. Todavia, o luto vai abalar o equilíbrio doméstico e revelar rivalidades encobertas. A serenidade dá lugar à devastação, e a jovem sente que é a altura certa para partir em busca das suas raízes e confrontar-se com o passado.
Na ânsia por saber mais sobre Ellen, a sua mãe biológica, e à medida que vai desvendando a história da família, Daisy descobre as duras verdades por detrás do seu nascimento. Dotada de uma inabalável determinação, Ellen sobrevivera a uma infância traumática: a morte da sua própria mãe estava envolta numa aura de mistério e os maus-tratos de que fora vítima às mãos da madrasta haviam-na marcado irremediavelmente. O destino quis que a sua coragem fosse constantemente posta à prova. O tempo encarregou-se de apagar o rumo dos seus passos.
Mas Daisy não desistirá de a encontrar, nem que para tal tenha de renunciar ao amor da sua vida.

Edição/reimpressão: 2009
Páginas: 400
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789892306469

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

"A Noite de Todas as Almas"

"A Noite de Todas as Almas", de Deborah Harkness, poderia ser um casamento fabuloso entre J.K. Rowling, Stephanie Meyer e Marion Zimmer Bradley, mas é muito mais do que isso, ao revelar-se uma boa história de feiticeiras "à americana". Foi um livro que me surpreendeu pela positiva, não só pelo enredo, com a junção de magia e História, como pelo próprio estilo da autora, apesar dos "clichés". Bruxas órfãs e vampiros jeitosos protectores - quem não leu coisas sobre isto?
Mas Deborah Karkness está perdoada. Escreveu o ideal para ler à lareira e consegue prender-nos ao sofá com as reviravoltas ao longo das páginas, suspirar com o romance entre Diana e Mathew e, ainda, dar algumas gargalhadas, principalmente durante a temporada que as personagens passam na casa das tias bruxas. Como já disse, é uma boa história, e as passagens sobre alquimia e ciência adicionam algum realismo. 
Só é pena que também tenhamos partes tão lamechas, como a exagerada protecção de Mathew. Tudo bem que aqui os vampiros sejam comparados a lobos e que ele seja o "alfa", mas uns "não saias de casa!", "não saltes a cerca a cavalo!" e ainda uns parágrafos com Diana a ser levada ao colo como uma criança enjoaram-me um bocadinho. Vá, enjoaram-me bastante.
De qualquer forma, fiquei com vontade de ler os próximos livros da trilogia.



Sinopse:
Num final de tarde de Setembro, quando a famosa historiadora de Yale, Diana Bishop, abre casualmente um misterioso manuscrito medieval alquímico há muito desaparecido, o submundo mágico de Oxford desperta. Vampiros, bruxas e demónios farão tudo para possuir o manuscrito que se crê conter poderes desconhecidos e pistas misteriosas sobre o passado e o futuro dos humanos e do mundo fantástico. Diana vê a sua pacata vida de investigadora invadida por um passado que sempre tentou esquecer: ela é a última descendente da família Bishop, uma longa e distinta linhagem de bruxas de Salem, marcada pela morte misteriosa dos pais quando era criança. E do meio do turbilhão de criaturas mágicas despertadas pela redescoberta do manuscrito surge Matthew Clairmont, um vampiro geneticista de 1500 anos de idade, apaixonado por Darwin. Juntos vão tentar desvendar os segredos do manuscrito e impedir que caia em mãos erradas. Mas a paixão que cresce entre ambos ameaça o frágil pacto de paz que existe há séculos entre humanos e criaturas fantásticas... e o mundo de Diana nunca mais voltará a ser o mesmo... Uma história arrebatadora que mistura História, magia, aventura e romance. Para os leitores de Dan Brown, J.K. Rowling, Stephenie Meyer e Elizabeth Kostova.

Edição/reimpressão: 2011
Páginas: 704
Editor: Casa das Letras
ISBN: 9789724620121



terça-feira, 8 de novembro de 2011

"Filha da Fortuna"

“Filha da Fortuna” é sinónimo de Isabel Allende no seu melhor. Uma história de amor, procura e esperança, apimentada com o toque de exotismo a que a autora nos habituou. 
Eliza Sommers, uma jovem chilena criada por uma família inglesa, é educada por Miss Rose como uma rapariga “de boas famílias”, mas também por Mama Fresia, a índia. Culta, dona de uma boa memória e de um olfacto apurado, vive um romance proibido com Joaquin Andíeta, um dos trabalhadores do escritório do tio, interessado nas novas ideias liberais da época. Quando os rumores sobre a quantidade de ouro que pode ser encontrada na Califórnia chegam ao Chile, Joaquin, que não se sente mais do que um bastardo, decide partir, para enriquecer e poder oferecer uma vida melhor à mãe. Eliza não aguenta as saudades do amante e foge de casa, instalando o escândalo na cidade. Para tal, tem a ajuda de Tao Chien, um médico chinês, retirado do seu país à força… Somos atirados para um mundo de homens, violento, onde não há lei, apenas armas, em pleno século XIX, quando a “febre do ouro” alastra pelo mundo e o Oeste dos actuais Estados Unidos da América recebe uma enorme vaga de imigrantes, em busca de riqueza.
Este não é um livro que se leia de um fôlego. Isabel Allende gosta de apresentar sempre a vida e o percurso das personagens e, se em certos pontos o faz apenas num parágrafo, noutros fá-lo num capítulo. Mas é um livro de pormenores, onde as personagens escondem segredos que se revelam quando menos se espera, e que deixa a sua marca.



"O primeiro "

Diz-se que "há uma primeira vez para tudo", e são as primeiras experiências as que mais nos marcam. Quem não concorda?
Não me lembro qual foi o primeiro livro que tive, até porque, felizmente, cresci numa casa com estantes a abarrotar de volumes, mas lembro-me qual foi o primeiro que li, como uma "crescida". "Uma aventura na cidade", era esse o título. E quem não o leu? Hoje sou capaz de criticar essa colecção, da autoria de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada, mas o certo é que fizeram parte da minha infância, a par da de uma outra série da época dos nossos pais: "Os Cinco", de Enid Blyton. Mostraram-me que livros são mais do que uma resma de páginas cosidas e coladas e repletas de letras. Livros são bilhetes de viagem. "São" viagens, e, por algumas horas, dão-nos a oportunidade de viver outras vidas, calcorrear outras estradas.
Não gosto de dizer que "quem não lê é como quem não vê", uma frase que já cheira a mofo (blagh!), mas o que é certo, é que nos dão outra visão. E retiram peso às carteiras, mas isso é outra história. Ups! Post.