quarta-feira, 24 de abril de 2013

Hábitos de Leitura

A minha cara Spinelli do "Delícias à Lareira" (deitem o olho, que vale muito a pena) desafiou-me a responder ao questionário do blog Tertúlias à Lareira sobre os nosso hábitos de leitura. Ora aqui vai:
1. Gostas de comer/petiscar enquanto lês? Se sim, qual o teu petisco favorito?
Nem por isso, mas de vez em quando um quadradinho de chocolate calha bem.

2. Qual é a tua bebida favorita para acompanhar uma leitura?
Chá! Seja branco, verde, de camomila, de verbena, ou uma qualquer "edição" marroquina da Lipton, para acompanhar a leitura o chá é uma delícia, quentinho no Inverno, bem fresco no Verão.

3. Costumas sublinhar uma ou outra passagem enquanto lês um livro ou achas que escrever nos livros é uma ideia abominável?
Completamente abominável! Se por acaso leio uma passagem que queira recorda prefiro anotar num bloco.

4. Como marcas os livros quando interrompes a leitura? Tens um marcador especial ou usas o que tiveres à mão (ex. bilhete de autocarro, um papel dobrado, etc)? Ou dobras o canto da folha do livro?
Gosto de os marcar com os marcadores oferecidos pelas editoras. Colecciono marcadores, mas gosto muito deles e fico sem coragem para os usar (e se os perco? e se o cão o rouba?). Dobrar o canto da folha é agressão...

5. Qual o teu género de eleição: ficção, não-ficção ou ambos?
Prefiro ficção e, aliás, é raríssimo ler não-ficção. Tem mesmo de ser algo que me desperte a atenção, como foi o caso do "Caderno Afegão", da Alexandra Lucas Coelho

6. Gostas de ler até ao fim do capítulo ou interrompes a leitura em qualquer sítio?
Costumo interromper em qualquer sítio, apesar de preferir ler até ao final do capítulo.

7. És do tipo de pessoa que atira o livro de um lado ao outro da sala caso o autor te irrite?
Quem é que atira livros ao outro lado da sala!? Que pecado!!! Não, mesmo que me irrite, mesmo que tenha vontade de o deitar ao lixo, não o trato mal.
 
8. Se encontras uma palavra que desconheces vais logo procurar o seu significado?
Se não conseguir mesmo perceber do que se trata tem de ser.

9. O que estás a ler presentemente?
Por agora estou a ler "O Nó do Amor", de Elizabeth Chadwick, um romance medieval.
 
10. Qual foi o último livro que compraste para oferecer?
É possível que o ultimo que tenha comprado seja "Os Pecados de Lorde Estearbrook", de Madeline Hunter, para oferecer à minha mãe (a grande senhora que me viciou neste mundo) no Dia da Mãe. "Infelizmente" não gostou - e eu duvido que lhe pegue.

11. És do tipo de pessoa que só lê um livro de cada vez ou lês vários livros ao mesmo tempo?
Só leio um de casa vez, porque não há nada como entrar a fundo numa história. Já tentei ler dois ao mesmo tempo, mas não resultou. Acabava por dar prioridade a um.
 
12. Tens um sítio favorito onde ler? E qual a melhor altura do dia?
Quando o tempo aquece gosto de ficar no alpendre, ao fim da tarde, mas o meu "spot" de preferência é um dos cadeirões da sala, onde costumo ler à noite. Se o livro for mesmo viciante leio em qualquer altura do dia, em qualquer zona da casa.
 
13. Preferes séries ou histórias únicas?
Prefiro histórias únicas, apesar de haver trilogias - e tetralogias -  muito do meu agrado, já que mostram diversas perspectivas ou episódios noutro intervalo de tempo que complementam a história. Normalmente não consigo acabar uma série, seja pelo dispendioso que se possa tornar, seja porque perco o interesse no futuro das personagens.
 
14. Tens algum livro ou autor específico que dês por ti a recomendar vezes sem conta?
Há uns anos atrás recomendava Gabriel García Marquez muitas vezes. Hoje em dia falo logo de Haruki Murakami - Carlos Ruiz Záfon é maravilhoso, mas parto sempre do principio que todos os amantes de livros já o leram e esqueço-me de o recomendar.
 
15. Como organizas a tua biblioteca? Por género, por título, pelo nome do autor ou pela editora?
Organizo-a por autor, mas há colecções que prefiro manter juntas.
 
Feito! Quem aceita o desafio?

sábado, 20 de abril de 2013

"A Dança das Borboletas", Poppy Adams

Este foi um livro que mereceu 3 estrelas "goodreadianas" porque, apesar de até ter gostado da história e do estilo da escritora, não encheu as medidas. Mas tenho pena.
"A Dança das Borboletas" é narrado por Ginny, uma antiga lepidóptera, que  recebe a visita da irmã, Vivien, ao fim de 47 anos. Entre o presente e o passado, Ginny conta espisódios acerca da infância e do início da idade adulta das duas  irmãs e expõe o seu reencontro. Ao fim de uns bons capítulos, conhecemos realmente a família Stone, que não é tão funcional quanto aparenta... Até que ponto o amor é uma boa desculpa para as acções deles? Até que ponto as memórias de Ginny são as correctas? A protagonista é uma velhota um tanto especial, obcecada pelas horas e pelo comportamento das suas amadas traças, mas apesar da sua inteligência, tem dificuldade em compreender os comportamentos humanos (o que leva o leitor a diagnosticar algo) e prefere isolar-se na sua mansão.
Ao longo do livro a quantidade de pormenores acerca do estudo das traças revela o gosto da protagonista pela profissão, mas pode tornar-se entendiante. De qualquer forma, não foi o que me demoveu. Há um certo "suspense" que envolve os segredos dos Stone e o regresso de Vivien que me impeliu a ler o livro, mas não me entusiasmou como esperava. Achei, até, que o final foi um "anti-clímax".



Sinopse


sexta-feira, 5 de abril de 2013

"Celestial", Cynthia Hand

Esta Primavera promete. "Celestial" surpreendeu-me pela positiva. Precisava de um leitura mais levezita depois da leitura anterior, mas este romance mostrou-se uma leitura bem emotiva. "Comovente"? Sim, é.
Há elementos típicos de um livro de adolescentes, o que me fez ter pena de não ter 15 anos outra vez para achar o livro "o máximo" - o rapaz giraço; a miuda nova misteriosa; a má do sítio, um Baile de Finalistas - e dispensava um desmaio e tanto brilho, que me lembraram um certo e determinado "infame" romance fantástico Cujo Título Não Pronunciarei.
No entanto, perdoa-se. Achei o triângulo amoroso plausível, já que as personagens se aproximam a pouco e pouco, e a tensão entre eles é bem descrita. A própria protagonista, Clara, é apresentada como uma rapariga que pretende ser normal, nem demasiado perfeita, nem desastrada ao ponto de chocar com as cadeiras e, perto do final, as suas dúvidas tornam-se comoventes.
É viciante - nem havia "palha" a empatar! - e gostei do estilo de escrita. Foi um daqueles casos em que tinha pena de o fechar para ir dormir. Estou curiosa em relação aos proximos livros da trilogia.

 
Sinopse


 P.S.: Quem quiser dar uma vista de olhos no site de Cynthia Hand - e espreitar a sinopse do segundo livro - clique aqui.

terça-feira, 2 de abril de 2013

"O Nome da Rosa", Umberto Eco

O melhor adjectivo para descrever este livro será "monumental". E não estava à espera de o considerar assim. Confesso: tinha medo de o ler. Um romance histórico-policial escrito por um filósofo? Brrr
No entanto lê-se bem, apesar de ser necessária uma dose de paciência para certas passagens. E muita atenção para acompanhar as explicações acerca das seitas heréticas e as diferenças entre ordens da Igreja.
O enredo é cativante. Mortes misteriosas na abadia; comportamentos pouco ortodoxos da parte dos monges; a tensão no ar que se sente com a chegada das delegações que debatem a pregação dos Franciscanos (que defendiam o voto de pobreza da Igreja, o que não seria propriamente do agrado da própria); e uma biblioteca labiríntica dão o mote para uma aventura que Adso conta já com uma idade avançada. Durante setes dias, sete mortes ocorrem, com pormenores que recordam os sinais do Apocalipse. Quem será o assassino? Os monges que povoam a Abadia são curiosos e, por vezes, parecem ambíguos. Pelo meio, há temas como a homossexualidade, a luxúria - para além da sexual -  e o riso (sim, o riso) que dão que falar.
Gostei dos protagonistas. Guilherme de Baskerville, ex-inquisidor, tem uma mente dedutiva brilhante (e um gosto por mascar um certo tipo de erva), e Adso mostra a curiosidade e a ansiedade típicas de um adolescente, algo que o vai marcar.
"O Nome da Rosa" é também, à sua maneira, um livro sobre livros. Livros escondidos que não são acessíveis a qualquer um, porque, o "conhecimento" não era para qualquer um, e havia tomos bem "perigosos". Era limitado por aqueles que o detinham (deixou-me a pensar no quão sortudos hoje somos neste país).
Foi, portanto, uma leitura muito interessante e proveitosa. Recomendo.
 
P.S.: Peca pela falta de tradução de frases das personagens em latim. É mesmo pena.
 
 
Sinopse