No ano passado voltei a cair no meu mau hábito de abandonar leituras. Eu sei que devia insistir em continuar a ler um livro que me aborrecesse, ou para o qual não sentisse o mínimo de afinidade, mas já reparei que muitas vezes um livro menos bom foi lido numa época que não o pedia. Ainda assim, há sempre aqueles casos de que aquela leitura não é para mim, e prefiro deixar de insistir.
Regressaram à estante para mais tarde:
"Cloud Atlas", de David Mitchell : é um livro que quero muito ler, principalmente desde que vi filme. Segue uma estrutura muito peculiar, pois está dividido em várias "noveletas", mas na altura pedia uma história mais "tradicional" e preferi deixá-lo em "repouso" para o aproveitar melhor.
"A Informadora", de Lindsay Davis: é um romance policial ambientado em Roma durante o Império. Deve ter sido a segunda vez que lhe peguei e teria tudo para uma leitura leve e com um toque humorístico, já que a protagonista/narradora tem a sua piada, e sendo de época, puxava a minha atenção. O problema é que a escrita era de facto "leve" e não me captava a atenção. Não queria desistir de vez dele, pelo que prefiro guardá-lo para outra ocasião.
"O Alienista", de Machado de Assis: é uma novela que pede uma leitura rápida, mas algo na história não me agarrou. Talvez a ideia seja mesmo mostrar um protagonista louco, que aponta os outros como loucos e não o sente ele próprio, mas prefiro lê-lo um dia, talvez. Não tão depressa.
"O Terceiro Gémeo", de Ken Follet: estava super curiosa com este livro e acreditem, continuo a estar. Gosto do tom de conspiração que por ali paira, mas embirrei com a protagonista e comecei a piscar o olho a outros livros. Fez-me "alguma" impressão a personagem defender o rapaz por quem tem um fraquinho da acusação de violação da melhor amiga... Dá para perceber que provavelmente a protagonista tem razão, mas pedia-se mais explicação para isso do que o que o instinto lhe diz, certo?
De qualquer forma, quero lê-lo para tirar as teimas - e porque o tema me chama muito a atenção...
Desisti mesmo de:
"A Marca das Runas", de Joanne Harris: perdi belos dias de leitura a insistir em continuar a lê-lo, mas a verdade é que aquele toque de fantasia no início teve a sua piada. No entanto, não vi ali qualquer sentido. Acho que Joanne Harris tentou criar um universo próprio baseado nas lendas nórdicas, onde os deuses estão adormecidos e uma organização muito similar à Inquisição se digna a exterminar a magia, mas faltou ali "qualquer coisa". Para já, era demasiado familiar com a trilogia de "Os Pilares do Mundo" de Anne Bishop, mas sem a mestria desta última, pelo que nunca me pareceu "real". Nunca me senti transportada para lugar nenhum e depois aquelas personagens... Não eram humanas, nem eram realistas, e talvez lhe achasse alguma piada na pré-adolescência, mas nem os toques sobre mitologia nórdica me encantaram. É um livro estranho, e não da maneira engraçada. Desisti dele de vez.
E vocês, deixaram leituras a meio no ano passado ou insistiram para as acabar?
Boas leituras!