Em "Firmin" estamos perante a história de um rato de biblioteca. Ou melhor, de uma ratazana, Firmin, que ao devorar páginas de livros do abrigo que a progenitora preparara, na cave de uma livraria, aprende a ler.
Poderíamos associar esta fábula ao gosto pela leitura. Para Firmin os livros foram alimento físico, numa primeira fase, mas acabaram por se tornar um alimento intelectual necessário.
O que estranhei foi a obsessão do protagonista pelos humanos. Quer conversar com eles. Adora ver as "Beldades" das sessões de cinema para adultos. Fiquei a certo ponto a pensar se não terá desenvolvido uma alma humana, que o afasta da própria espécie mas, ao mesmo tempo, não é o suficiente para o aproximar dos humanos, já que não consegue comunicar com eles e o seu aspecto os afasta.
A leitura deixou-me dividida. Gostei muito do estilo de escrita, que de tão "sumarenta" dá vontade de continuar a ler e, da mesma maneira gostei de Firmin, que apela à compaixão como ser incompreendido e solitário. Tenho a destacar também a personagem de Jerry Magoon, um escritor um pouco peculiar.
Por outro lado, faltou-me algo neste livro. Como livro sobre a paixão pela leitura e a capacidade de nos dar outro olhar sobre o que nos rodeia faltou algo. Também me faltou um pouquinho mais de acção.
É daqueles livros que têm um protagonista que mexe connosco, para além de uma ilustrações interessantes, mas que sabem a pouco. Ou talvez esta não tenha sido a altura ideal para o ler. Um dia tento lê-lo com outros olhos.
sinopse |
Já o leram? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!