segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Pessoas que um leitor não compreende #7

Os portugueses que descobriram a divisão de livros

Já repararam como cá em Portugal a malta adora aquela atitude a que habitualmente chamamos "fazer render o peixe"? O mais impressionante é que tal perspectiva de negócio é aplicada a tudo. Tudo. Eis programas televisivos sobre o mesmo a brotar como cogumelos; eis o músico da temporada a colaborar com tudo o que canta; eis o mais ínfimo detalhe que pode ser lucrativo a ser reproduzido até à extinção.

No caso dos livros o melhor que se arranjou foi - como todos nós sabemos porque o assunto já tem cabelos brancos -  a divisão dos livros. Portanto, por cá acontece aquele fenómeno curioso de os livros se multiplicarem, porque são divididos. Quem bom para o leitor, porque em vez de ter apenas um romance do autor X, pode também adquirir a segunda parte da história! Ou ainda, em vez de ter trilogias - pasmem-se! - tem direito a tetralogias!!!
É tão bom para um leitor comprar livros divididos... Assim nem se pode queixar de dores nas costas do peso de um calhamaço de 800 páginas na mochila, nem de dores nas articulações dos pulsos. E o preço... Pois, o preço. 

Agora a sério, irrita-me ter de pagar o dobro por um livro. E irrita-me ver o livro de uma trilogia dividido em duas partes porque... Nem eu sei muito bem porquê. Ora, acompanhem o meu raciocínio. Se os outros dois livros têm cerca de 700 páginas, porque raio o último volume teve de ser dividido em dois, quando pelas minhas contas tem no total cerca de... 700 páginas? 
No fundo, só sei que pago um livro a mais de cada vez que esta jogada é feita.

Posto isto, só tenho uma sugestão a fazer. Que tal os mesmos portugueses que descobriram esta manobra perceberem que a publicação de efectivas sequelas e prequelas, e continuações de trilogias e séries também pode ser lucrativa? É que também é triste apostar-se num livro que depois descobrimos ser o primeiro volume de algo que tão depressa não vamos continuar a ler se o quisermos fazer na língua materna...

E vocês, leitores, o que pensam sobre o assunto? 

Entretanto, boas leituras!

4 comentários:

  1. Olá Su,
    Eu percebo que a divisão dos livros fica mais cara mas, entre ler um livro com 900-1000 páginas, prefiro que seja dividido em dois.
    Quando são livros grandes, até percebo. O que me faz confusão é livros pequenos. Os livros de bolso da Europa América, isso acontece para manter os livros com menos de 200 páginas,
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Tita,
      POis, quando não atingem esse número de páginas faz-me confusão...
      E em trilogias, então, acho que é de bradar aos céus... enfim.

      beijinhos

      Eliminar
    2. Uii que tema. Eu percebo isso. é muito chato quando as editoras resolvem fazer render e ganhar mais dinheiro com isso. Se o livro é gigante ainda tudo bem, mas quando não é não faz sentido. Para além de não falar quando deixam de editar os livros.
      Beijinho e boas leituras

      Eliminar
    3. Olá,

      Ui! Quando deixam um leitor com a série a meio... enfim... :S

      beijnhos e boas leituras

      Eliminar