segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

"Os Prazeres dos Lugares Inóspitos", Robert Louis Stevenson

Ler este livro foi um prazer pela própria experiência de leitura. Não sei se concordam comigo, mas se há livros que sabe bem ler pela descoberta do enredo, outros há que marcam pelo tema e linguagem.

Neste livro, acompanhamos Robert Louis Stevenson numa viagem pela zona montanhosa das Cevenas, na França de 1879. A acompanhá-lo, tem apenas uma burra para a carga, "Modestine", e o seu próprio sentido de aventura.
Primeiro, tenho de dizer que foi fantástico perceber que o autor de "A Ilha do Tesouro" e "Dr. Jekyll e Mr. Hyde" afinal era ele próprio um aventureiro. Tinha imenso gosto pela paisagem, como se percebe no primeiro ensaio que faz parte do livro, e viajava "pelo prazer da viagem em si mesma", como escreve a certo ponto. Ao longo do livro transparece sempre esta vontade de aproveitar a liberdade de caminhar, e até, dormir, pelo campo, de forma a que se sente tão ligado à Natureza.
Depois, este é um livro de viagem onde está o que se pede quando se pensa num livro deste género. Percebe-se que o autor experienciou a região e as pessoas com quem se vai cruzando, e, ao mesmo tempo, tem a capacidade de transportar o leitor para os locais que descreve. Por coincidência, nas minhas últimas leituras esta característica esteve em falta, pelo que foi bom sentir que "estava lá", não só a "ver" castanheiros dourados pelo Outono, mas também a "cheirar" o local e experimentar o toque do vento. Este aspecto evocativo tornou a experiência de leitura muito, muito, boa, a par da linguagem que, já por si, é tão agradável.
Tal como já tinha percebido com a "Ilha do Tesouro", gostei do toque cómico que o autor empresta quando relata alguns encontros, e, além disso, acabei por também aprender mais um pouco sobre costumes da época. É engraçado perceber como seria empreender uma viagem por prazer naquela altura - algo um tanto estranho para alguns -, para além dos problemas que protestantes e católicos passaram naquela região.
Portanto, tal como já partilhei, foi um livro lido com muito gosto. Mesmo que tenha sentido pena da pobre "Modestine", apesar da redenção final de Stevenson - fosse isto escrito hoje e estava para ver se usaria a vergasta -, simpatizei com o autor e identifiquei-me com o costume dele de se deslumbrar com a paisagem natural, o que tornou a leitura um tanto pessoal a certo ponto. Para mim, também não há melhor paisagem do que a arborizada...

Se procuram um livro onde possam apreciar boa prosa; se são fãs de Stevenson e apreciam actividades ao ar livre, talvez este seja o ideal.
 
Sinopse
Já o leram? Qual é a vossa opinião?
Boas leituras!

Nota: Este exemplar foi-me cedido pela Relógio d'Água para emitir a minha opinião, a que mais uma vez agradeço pela oportunidade.

6 comentários:

  1. Olá Su,
    Não conhecia o livro. Parece-me que vou gostar. Muito interessante mesmo.
    Beijinhos e boas leituras

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Isaura,

      Acho que vale a pena :D dá-lhe uma oportunidade, que acredito que vais gostar.

      bejinhos e boas leituras

      Eliminar
  2. Viva,

    Olha que bem, fica desde já registado fiquei com muita curiosidade e acaba por proporcionar uma leitura diferente do habitual.

    Bjs e boas leituras

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Fiacha,

      Sim, isso é verdade :D é uma leitura diferente e é um livro que vale a pena ser lido. Quando puderes, lê-o que vais gostar.

      bejinhos e boas leituras

      Eliminar
  3. Olá Su,
    Não conhecia este livro do autor e parece bem interessante =)
    Beijinhos

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Olá, Tita,
      vale muito a pena ser lido. Achei mesmo um bom exemplo de boas descrições e sempre ficamos com uma ideia mais pessoal sobre o Stevenson.

      bejinhos

      Eliminar