sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Divulgação | Correspondência 1949-1978, Jorge de Sena e Eugénio de Andrade - Organização: Mécia de Sena

Correspondência 1949-1978
Jorge de Sena e Eugénio de Andrade
Organização Mécia de Sena
15x23
608 páginas
26,00 €
Não Ficção/Correspondência
Nas livrarias a 2 de Novembro
Guerra e Paz Editores

É um grande acontecimento literário. Vamos poder ler as cartas que, durante três décadas, dois dos maiores escritores portugueses do século XX, Jorge de Sena e Eugénio de Andrade trocaram. Num livro de 608 páginas, estão três décadas de revelações literárias, políticas e pessoais.
Prosseguindo uma das vertentes que é já tradição na Guerra e Paz desde a sua fundação, este livro junta-se às Correspondências de grandes personalidades do nosso tempo e às Correspondências de Sena já editadas, que incluem a Correspondência com Sophia de Mello Breyner Andersen, Raul Leal, Delfim Santos e João Gaspar Simões. Organizado por Mécia de Sena, esta  Correspondência 1949-1978 compila três décadas de amizade e admiração mútua entre dois dos melhores autores portugueses. Sena escreveu numa das suas cartas a Eugénio: «Lembro-me que, em tempos, o acusaram de desumanidade. Não encontro, todavia, senão uma pagã humanidade; e mais vale uma humanidade assim, que só se importa com o que liricamente toca, do que fingir sentimentalidades oportunas.» Responde-lhe Eugénio: «Queria dizer-lhe que gostei muito do seu livro. Encontro nele uma autenticidade e originalidade a que não estou habituado na moderna poesia portuguesa. E ser autêntico é tão difícil! “Os pássaros conhecem-me!” E quero que você me conheça também. Por isso lhe peço que acredite na sinceridade destas palavras.»
Com organização de Mécia de Sena e apresentação de Isabel de Sena, chega a 2 de Novembro às livrarias portuguesas um livro em que vamos poder ler as cartas em que dois grandes poetas – tão diferentes nos seus temas e na essencialidade da sua obra – de uma forma franca e sem subterfúgios falam da literatura que era o centro das suas vidas. Mas estas cartas são também testemunho de uma límpida e surpreendente amizade, porta aberta à partilha das dificuldades da vida, dificuldades familiares ou profissionais. São cartas emotivas, retrato da vida social e política portuguesa, e nelas vemos, década a década, o rosto de Portugal, o rosto da literatura, o rosto da vida, mudar, ruga a ruga, letra a letra. 

BIOGRAFIA DOS AUTORES
Jorge de Sena. É natural de Lisboa. Inicia intensa actividade literária no final dos anos 30, envolve-se na luta contra a Ditadura e acaba por auto-exilar- se no Brasil. É nesse país, e mais tarde nos Estados Unidos, que lecciona em várias universidades. Foi ensaísta, poeta, dramaturgo, contista e romancista. Revolucionou os estudos sobre Fernando Pessoa e Luís de Camões e escreveu, entre muitos outros textos, o intemporal romance Sinais de Fogo. Portugal não soube conceder -lhe em vida a consagração que a sua obra merecia.

Eugénio de Andrade. Um dos grandes poetas portugueses, nos seus livros encontramos, disse Sena, uma «poesia do ser e do amor, entre a carne e o espírito, lá onde as almas não existam para torturar-se e os corpos não saibam o que seja traírem-se». O seu primeiro livro é de 1939, mas é com As Mãos e os Frutos (1948) que ganha consagração crítica. É certo que foi funcionário público e viveu no Porto, para onde se mudou em 1950, até ao fim dos seus dias, mas a sua autêntica vida foi a poesia, esse lugar onde, disse ele, «o desejo ousa fitar a morte nos olhos». Publicou dezenas de obras, das quais se destacam Os Amantes sem Dinheiro (1950), As Palavras Interditas (1951), Escrita da Terra (1974), Matéria Solar (1980), Rente ao Dizer (1992), Ofício da Paciência (1994), O Sal da Língua (1995) e Os Lugares do Lume (1998).

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